Políticos sem programa

As declarações de Sartori, candidato ao goveno do RS, se parecem muito com as de Aécio: genéricas.

Como já escrevi aqui, é só “vamos tirar o PT de lá”.

Mas agora a diferença para Sartori (PMDB) é que a entrevista foi feita pelo pessoal do jornal Zero Hora, cuja família que o comanda é amicíssima dos Marinho, inclusive ideologicamente.

 

http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Por-favor-candidato-uma-proposta-com-inicio-meio-e-fim-/4/32018

Por favor candidato, uma proposta com início, meio e fim…

 

Desafiado por jornalistas a apresentar uma única proposta de seu programa de governo, José Ivo Sartori não conseguiu e deu início a uma conversa inusitada.

 

Uma entrevista com o candidato do PMDB ao governo do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, está ganhando repercussão nas redes sociais, por uma razão peculiar: desafiado por jornalistas de Zero Hora a apresentar uma única proposta de seu programa de governo com início, meio e fim, Sartori não conseguiu formular uma só proposta com esse perfil.
 
Com um discurso genérico e recheado de chavões bem conhecidos na política – “vou valorizar os servidores, equilibrar as finanças, promover o diálogo, conversar com todos, governar para toda a sociedade” -, Sartori não conseguiu responder aos insistentes pedidos dos jornalistas que solicitaram que fosse além desses chavões: vai valorizar os professores? Como? Pretende dar algum reajuste salarial? Como pretende equilibrar as finanças? Vai cortar o que e aonde? – foram algumas das perguntas que ficaram sem resposta.

http://www.youtube.com/watch?v=EQGyaNlLhTA
 

Aliado do tucano Aécio Neves no Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori chegou ao segundo turno com um discurso genérico baseado no slogan “Meu Partido é Rio Grande”, que, segundo o candidato, seria um chamado para unir o Estado. No entanto, o marqueteiro de Sartori, o jornalista Marcos Martinelli, em matéria publicada no jornal Zero Hora revelou que o slogan foi criado “para atingir o PT” e que a ideia nasceu pelo fato de o PT ser um enraizado no Estado e visto como um grupo coletivo.
 
“Queríamos mostrar Sartori como um candidato que não defende interesse de partido, de grupos”, disse ainda Martinelli. Outra perna dessa estratégia consistiu em adotar um discurso genérico sem apresentar propostas específicas para os problemas do Estado. Questionado sobre isso, o candidato acabou enrolando-se em suas próprias generalidades e provocando alguns momentos cômicos.

O programa La Urna, veiculado no portal do jornal ZH, faz um cobertura descontraída e bem humorada sobre os bastidores da campanha eleitoral no Rio Grande do Sul. A entrevista com o governador Tarso Genro já havia sido divulgada no início da semana e, na quinta-feira, foi a vez de Sartori. A imagem de um gringo bonachão da Serra, zona de colonização italiana do Estado, foi confrontada com um desafio para a apresentação de uma única proposta, com começo, meio e fim. O diálogo que se seguiu foi o seguinte:

– O senhor poderia apresentar uma proposta de seu programa de governo, com início, meio e fim?

– Primeiro vamos ganhar a eleição, depois vamos montar a equipe e depois vamos governar bem.

– Mas isso não é uma proposta candidato…A gente tá falando sério agora. Gostaríamos de ouvir uma proposta sua, com início, meio e fim…

– Sobre o que?Pode perguntar

– Sobre educação.

– Na educação, a primeira questão é fazer uma boa conversa, um grande diálogo com todos os professores, pois a educação serve para todos os setores e todos os fatores da vida da população

– Mas, por favor candidato, uma proposta concreta para a educação e para o que senhor quiser…

A conversa prossegue e a proposta não vem. Um pouco adiante, um diálogo similar repete-se no tema das finanças públicas:

– Se eleito, qual será sua primeira medida?

– Cortar os gastos.

– Como?

– Cuidando das despesas.

– Vai deixar de gastar no quê?

– Nas coisas que são inúteis.

– Por exemplo?

– Ah… Viagenzinha em demasia, et cetera daqui, et cetera de lá…

O vídeo de pouco mais de seis minutos com as não-propostas de Sartori já contava com mais de 10 mil compartilhamentos somente na página do programa La Urna no Facebook, menos de 24 horas depois de sua divulgação. A entrevista virou assunto nas redes sociais e causou preocupação entre a coordenação da campanha do candidato do PMDB. Quando o número de compartilhamentos da entrevista começou a crescer, a campanha de Sartori começou a publicar conteúdos em suas redes procurando apresentar algumas temas que pudessem ser considerados propostas da campanha.

Redação

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