Por coronavírus e falta de organização, Emicida desestimula protestos: “Tudo que esse desgoverno quer é a gente agindo na emoção”

"Coronavírus não é brincadeira. A situação do país também não é brincadeira. Mas tudo que esses vermes querem é uma faísca para rasgar de vez o tecido social e justificar uma ruptura"

Jornal GGN – O rapper Emicida divulgou no Instagram, na noite de sexta (5), um vídeo desestimulando a participação em protestos contra o governo Bolsonaro marcados para este domingo (7).

O artista citou a pandemia de coronavírus e a falta de estratégia dos movimentos sociais para evitar que “infiltrados” provoquem conflagração nas ruas, justificando atitudes autoritárias. “Tudo que esse desgoverno quer é isso, a gente agindo na emoção.”

“Qualquer aglomeração agora, por mais legítimo que sejam nossos motivos, é pular na ciranda da necropolítica e levar uma onda de contágio pior do que essa que já está [aí] para dentro das comunidades, onde vive quem a gente ama. Isso é parte do plano deles.”

“Coronavírus não é brincadeira. A situação do país também não é brincadeira. Mas tudo que esses vermes querem é uma faísca para rasgar de vez o tecido social dessa porra e justificar uma ruptura agressiva, violenta, que vocês sabem em cima de quem vai primeiro”, disse.

Para o cantor, a instabilidade política “está sendo usada para justificar ‘uma par’ de atitudes arbitrárias. Se a gente entrar na dança dos caras, a gente sabe quem vai sofrer.”

“Por isso estou falando, irmão, não é para você ignorar sua indignação. Mas tem que ser inteligente e estratégico. O barato é xadrez, não é dama”, finalizou.

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Em defesa das manifestações públicas, por Leonardo Avritzer

 

 

Redação

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  1. Os Estados Unidos da América, a “maior democracia do planeta” mata. Seus governantes, por meio de suas forças armadas e suas polícias matam, e matam muito. Essa democracia selvagem se intitula a dona do destino de cada pátria que se atreve em dizer que é um estado independente. Em nome da democracia, esses tiranos, dizimaram primeiro a população indígena, legítima dona daquele extenso território localizado entre a miséria mexicana e a civilidade canadense. Depois, alvejaram os povos da África, do Vietnam, do Laos, do Camboja, do Iraque, enfim, daquelas nações que, em nome de sua soberania, acreditavam em suas independências, o império e sua indústria armamentista, ávida pelo enriquecimento desenfreado, não perdem tempo nem oportunidade para subjugar os outros.

    As instituições americanas, responsáveis pela segurança de seus cidadãos e cidadãs, matam. Matam latinos, pobres, imigrantes e, também, aqueles que, mesmo americanos de sangue, são segregados pela cor e pela origem, os afro americanos. São instituições “nascidas para matar”, seletivamente, claro.

    O mundo chocou-se, tardiamente, com o ocorrido no mês de maio de 2020. Um negro, norte americano da gema, ser assassinado por um policial branco. Um assassinato brutal e covarde onde um cidadão americano, no chão e algemado com os braços sobre as costas, não suportou a pressão do joelho branco em seu pescoço negro por mais de nove minutos. Essa seletividade racial é histórica e recorrente, tanto nos estados unidos quanto em outros países ditos civilizados, mas agora, parece-me, o bicho pegou…o povo, principalmente os jovens de todas as cores e origens ocuparam as ruas e nas ruas mostraram ao mundo que basta, o assassinato de negros e negras por policiais brancos é o assassinato de todas as pessoas que amam a vida, a liberdade e que entenderam que a humanidade é constituída de diversidade racial, de irmandade e de empatia.

    Enquanto isso, ao sul da linha do equador, mais especificamente em um país chamado Brasil, a terra do “homem cordial”, a terra da “casa grande” e da “senzala”, terra onde negros e negras são assassinados todos os dias por uma polícia mestiça, onde cota racial é contestada por uma elite cafajeste e sugadora, onde os afros brasileiros são os mais pobres entres milhões de pobres, onde essas constatações não geram notícia e nem indignação, a balburdia, em justificativas de boçais, está instalada nas universidades públicas. Tal balburdia, de fato, instalou-se verdadeiramente no Palácio do Planalto.

    Nesse paraíso tropical vivencia-se uma catástrofe oficializada. Nessa catástrofe não há discriminação racial, as vítimas do estado são brancos, negros, índios, quilombolas, pobres, remediados, ricos, de norte a sul, de leste a oeste. O joelho de um fascista, assim como o gesto do policial americano, está sufocando uma nação, o Brasil não está conseguindo respirar, em breve seguirá o destino de George Floyd, não podemos permitir que isso aconteça.

    ** JOPER é artista plástico e observador dos caminhos para onde estamos sendo empurrados.

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