Jornal GGN – Transformar o Brasil em um aliado extra-Otan é, para os Estados Unidos, uma vantagem em sua balança comercial, um efeito mais prático do que o discurso de que haverá troca de tecnologia de defesa entre os dois países.
O Brasil poderá, sim, adquirir equipamentos interessantes e importantes com a nova cooperação, inclusive a preço de custo. Mas não significa que os EUA vão comprar mais de seu novo aliado, ou que pretendem transferir toda a tecnologia ou compartilhar seus dispositivos mais avançados.
Especialistas ouvidos pela BBC News foram unânimes em apontar isso: ser um aliado extra-Otan dá a qualquer País “vantagens como colaboração em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de defesa, acesso preferencial à compra de equipamento militar americano, acesso a equipamentos em excesso das Forças Armadas a preço de custo ou gratuitamente e cooperação prioritária para treinamento.”
Pois escolher aliados extra-Otan foi um dos métodos encontrado pelos EUA para “suprir o vazio da demanda de sua indústria bélica” com o fim da Guerra Fria.
O Brasil cai como uma luva, porque além de afinidade ideológica com Jair Bolsonaro, Donal Trump está de olho nos 1,4% do PIB brasileiro que são gastos com defesa.
Tendo essas informações no horizonte, especialistas indicam que uma boa cooperação entre os dois países deve envolver tecnologia espacial e da área de cibernética, onde o Brasil é mais carente que os EUA.
Para justificar o ponto de vista sobre o significado da aliança, os especialistas lembraram o que é a Otan: “uma aliança político-militar entre Estados Unidos, Canadá e países europeus e serve, principalmente, para defesa coletiva dos Estados-membros.” Foi criada em 1949, durante a Guerra Fria, com o objetivo principal de segurar o avanço do bloco socialista no continente europeu. Hoje, há 29 países-membros.
E o Brasil não é o primeiro aliado extra-Otan na América Latina, pois a Argentina recebeu a designação em 1998, sob o governo Bill Clinton.
Há outros 15 aliados “extra-Otan”: Afeganistão, Austrália, Bahrein, Egito, Israel, Japão, Jordânia, Kuwait, Marrocos, Nova Zelândia, Paquistão, Filipinas, Coreia do Sul, Taiwan, Tailândia e Tunísia.
E, historicamente, esses países não foram incluídos em pactos de defesa mútua, mas ficaram com algumas vantagens militares e financeiras.
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