por tudo, liberdade para Lula!
por romério rômulo
a tua alma nos pertence, toda.
a tua mão é a nossa, sem limites.
a tua cara anda no país
como cara do povo que é luta.
toda essa gente que te beija e chora
numa paixão tamanha, incendiada
te vê como futuro sem migalhas
te entrega seu passado como espera.
te cabe, como sabes, ser o homem
que, pé na estrada, se orgulha de ser um
destes tamanhos que te cercam e esperam
um amálgama contigo, sangue e carne.
poucos não sabem disto que acontece.
romério rômulo
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Quatro meses atrás, mais ou menos, escrevi:
Nainenão
Acampei no meio do nada. Nem barraca levei, afinal viver é sofrer, e sofrer me basta para sentir-me vivo. Assim o nada me abasteceu de tristeza para que eu pudesse destilar e distribuir este ódio latente que carregava na mochila dos meus dias. Alimento substancial para quem quer estufar o bucho de energia negativa e digerir aos poucos milhões de frustrações temperadas com desilusões embotadas na alma recheada de dor.
Acordo na primeira lua cheia da jornada destino desenhada no mapa astrológico encomendado ao jovem paxá estagiário da aldeia dos perdidos no mundo do fim dos que desistem. Pretendo receber uma atração fatal do chamado para o eterno despertar das deusas virgens do paraíso dos esquecidos e largados pela sorte dos desajustados deste fundo duro da floresta desencantada.
Levanto acampamento e sacudo a poeira juntada das estrelas que caíram aos meus pés e não pude juntar os cacos de luz invisível que iluminaram o breu dos dias meus nesta temporada de caça às palavras soltas nas folhas das árvores de papel em bonzais de celulose cortadas a machado afiado com o aço do cabelo da rapunzel que encontrei perdida no castelo da bruxa má malvada e idolatrada salve salve.
Acordei, contei os dedos das mãos. Dez dedos. Ninguém me roubou nada, nem tornei-me ex presidente. Aleluia! Pelo menos não me conduzirão para averiguação nem me perseguirão ad infinitum. Imaginem se eu tivesse nove dedos. Moro aqui e ali, mas diriam que eu teria uma casa da árvore naquela floresta com três camadas de palha cega do rio injusto que atravessa os dias dos braseiros apagados pelo golpe de facão dos inquisidores morais da dinastia dos supremos seres do saber supremo.