Portugal, um lugar no século XXI!, por Leonardo Guerra

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Portugal, um lugar no século XXI!

por Leonardo Guerra

É difícil descrever o que se passa em Portugal hoje. O país está bombando, Lisboa está na moda. No geral, não me atrevo a ir além disto, mas, na última semana, participei lá de evento único, o Web Summit.

Mais de 60 mil pessoas, de todo o mundo, estavam em Lisboa para discutir, fazer negócios e trocar experiências inovadoras. Respirei a inovação de uma maneira distinta e pude perceber alguns elementos do sucesso de uma estratégia local que, sem sombra de dúvidas, trouxe ao país indiscutíveis vantagens comparativas e expressivos resultados econômicos, sociais e políticos. Nesta sequência!

Na minha perspectiva, há lá uma virtuosa mistura de boas ações, velhas e o novas. É nesta fusão que vi luz e esperança neste mundo temeroso.

Nos pavilhões e no ginásio destinados ao evento de 3 dias, cerca de 2.000 empresas, gigantes (como a Mercedes Benz), grandes, médias e pequenas (startups) de todo o mundo, trocaram cartões, gentilezas e muitas conversa que podem progredir para sólidos negócios de  futuro. Vários investidores, de todos os portes, também participaram deste evento.

Na agenda principal, temas relevantes para palestras e debates: inteligência artificial, blockchain, aplicativos para a saúde humana, agronegócio, Internet da coisas, mobilidade elétrica, etc. Várias apresentações e debates ocorreriam num Ginásio, várias vezes, superlotado. Importantes e promissores palestrastes mostraram o pano de fundo das tecnologias aplicadas nos veículos autônomos (LIDAR…+algoritmos de Machine Learning); a fronteira computacional das massivas implementações Sãs, os super bigdatas; exemplos de realidade virtual aplicada ao entretenimento e também ao ensino e à pesquisa; aplicações de “blockchain” para além do bitcoin (uma startup russa oferecia um aplicativo para votação eletrônica segura).

O mais curioso, foi que na agenda do evento, além de sofisticadas apresentações tecnológicas, havia espaço para a discussão do sexíssimo, da diversidade e da democracia neste mundo cada vez mais tecnológico. É raro ver, neste tipo de evento, uma visão para além do mundo dos negócios. A tecnologia é,  sim, um meio de resultado e lucro pela via do aumento da produtividade e satisfação do cliente, mas é também um meio para o aumento da qualidade de vida e um instrumento para tornar o mundo mais tolerante, mais democrático e inclusivo. Neste sentido, Portugal, com o Web Sumi, se posicionou na vanguarda deste nosso tempo.

Outro aspecto que chamou a atenção dos visitantes foi a maturidade do  ecossistema de inovação e empreendedorismo que pode se visto na cidade de Lisboa. Os resultados alcançando são indiscutíveis: forte impacto na geração de emprego; atração de empreendedores e de investidores internacionais; e mudança da paisagem.

Os portugueses colhem hoje o resultado de estratégia que combina, em doses corretas, o público e o privado na definição, construção e gestão das alternativas para o crescimento do país. Pelo resultado alcançado, Lisboa é um ponto fora da curva. Vê-se que seus cidadãos, estão realmente comprometidos com a construção de alternativas de crescimento baseadas no empreendedorismo em todos os campos. O alto nível de amadurecimento de iniciativas de economia criativa também são exemplos disto. Existem ações em curso na gastronomia, na moda, nas arte, na formação de profissionais para diversos segmentos da nova economia.

É perceptível em vários lugares que há uma adesão inquestionável da sociedade neste processo. Talvez, por isto, lá, há algo mais do que a efemeridade das ações pontuais de inciativas pautadas pela urgência das respostas rápidas a problemas complexos.

É possível ver em vários lugares da cidade que estas inciativas são capazes de reordenar o uso do solo e transformar áreas industriais deterioradas em ambientes de trabalho saudáveis para jovens e adultos. Este é um sopro de esperança que faz de  Portugal um sonho de consumo para nós brasileiros nestes tempos.

Neste sentido, é sempre bom lembrar quão importante é o papel  da sociedade, de seus protagonistas em todas a áreas, de líderes empresariais e  sindicais, no papel de induzir o Estado a construir arranjos virtuosos de longo prazo. Cultivar a tolerância, em meio a divergência, faz  parte do sucesso coletivo.

Leonardo Guerra, Economista – Diretor Vice-Presidente da Axxiom Soluções Tecnológicas e Diretor da Fumsoft – Sociedade Mineira de Software.

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

1 Comentário

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  1. Visto star up

    O governo portugues não deixou passar a oportunidade de criar o visto START UP para 2018.

    Ele quer que mais empreendedores digitais instalem as empresas inovadores para desse modo recuperar o tempo perdido.  Fazem eles muito bem!

    Enquanto isso, nos estamos discutindo lá se vão 3 anos de o triplex é do Lula ou não.

    Uma tristeza!

     

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