O problema atual do movimento sindical brasileiro é de legitimidade.
A contribuição, descontada automaticamente no contra-cheque do trabalhador, criou um sindicato distante da classe trabalhadora.
O fosso é tão profundo a ponto da CGT, através do seu presidente, paulinho da farsa, apoiar o golpe de estado contra o governo dos trabalhadores e que desmontou a CLT.
Entre outras coisas, os caras ajudaram a aprovar a reforma trabalhista, notadamente contra os trabalhadores.
Esse é o exemplo mais ilustre.
Arrisco dizer: 100% das lideranças sindicais ou apoiaram abertamente a destituição da presidenta legítima do país ou lhe deram as costas.
Defeitos da Dilma à parte, o fato é que o sindicalista no Brasil é um cara que trabalha para o sistema.
Lembra muito o cabo eleitoral de esquerda profissionalizado (muito comum dentro do PT).
Trabalhador, no primeiro caso, e povo, no segundo, são vistos como massa de manobra, apenas.
Quem diria que um bandido como o temer iria modernizar as relações sindicais no país, não?
Pois é, lembra um pouco quando o homem da globo, collor de melo, abriu os mercados de informática e automobilístico.
Muito gente achou que as empresas iriam falir, que o país seria prejudicado, os empregos iriam sumir, essas coisas..
.. mas que nada, a abertura de mercado promoveu a competição e daí vieram a evolução tecnológica e o barateamento de computadores e carros.
O fim da contribuição sindical vai na mesma balada, no sentido de revolucionar o setor.
Vão ter que sair da zona de conforto.
Como a sociedade passou por um boot, o sindicalismo é muito mal visto e a maioria dos trabalhores está precarizada (sequer tem carteira de trabalho assinada), o movimento sindical terá que ser reinventado (tal qual a política).
Não basta voltar aos moldes do sindicato dos metalúrgicos que pariu o PT.
Eu não sei como será esse novo formato.
Acho que ninguém sabe, ainda..
Prá começo de conversa, terá que convencer o trabalhador atual a dar dinheiro para o sindicato..
.. talvez envolva conexões para mobilidade urbana, ou banco de talentos, formação profissonal, plataformas de negócio..
.. ninguém sabe responder isso.
Mas é preciso discutir novas relações.
Seja como for, o fim da contribuição sindical obrigatória vai estimular o surgimento de um novo movimento sindical.

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