Precisamos de um país de engenheiros

Por Rogério Maestri

Precisamos um país de engenheiros.

Há pouco li que o Brasil é um dos países que tem mais Bacharéis em Ciências Jurídicas do mundo, tendo um número considerável de faculdades, escolas e universidades que fornecem cursos de Ciências Jurídicas.

Bacharéis de Ciências Jurídicas, como os advogados, promotores, juízes de desembargadores são essenciais para a existência de um país civilizado, porém todos estes profissionais não se justificam em si mesmo, a lei já foi aplicada por clérigos, reis e nobres em geral, talvez a aplicação não fosse justa nem permitia ao acusado ou aos prejudicados uma justiça correta, porém o mundo ia adiante e a fila andava. Criamos dentro do espírito republicano toda uma estrutura jurídica formal e mesmo desta forma a justiça sofre imensas restrições de grande parte da população, ou seja, mesmo com uma grande e complexa estrutura evoluímos pouco da justiça aplicada por um déspota esclarecido.

Colocando claro que as sociedades funcionam precariamente sem um judiciário, fica extremamente custoso ao país gastar imensos recursos para formar milhares de bacharéis em ciências jurídicas bem acima da necessidade do país.

Por outro lado, o que chamo de engenheiro, baseado na raiz etimológica da palavra latina  ingenium, isto é, aquele que tem qualidade, talento, genialidade, habilidade para engenhar (fabricar, montar ou consertar), seriam todas as profissões que trabalham na base da criatividade e da engenhosidade. Um Arquiteto, um Geólogo, um Pedreiro, um Soldador, um Químico, um Cirurgião ou um Torneiro Mecânico são todos engenheiros, pois todos devem ter a qualidade de produzir algo, ou engenhar algo.

Estas profissões são essenciais para vida moderna, diferentemente dos bacharéis, uma sociedade que não possuísse engenheiros na concepção lata da palavra, seria uma sociedade de caçadores-coletores. Ou seja, voltaríamos para antes da idade da pedra, pois para lascar a pedra é necessário engenharia.

Vemos que nos dias atuais, mesmo na ciência jurídica, tanto no civil como no criminal necessita de especialistas fora da área do direito, exames de DNA, impressões digitais, análise de conteúdo em computadores tudo isto se não utilizado torna o direito uma ciência do século XIX. Um dos maiores problemas de nossas polícias, um dos pilares do sistema jurídico esta na exigência de ter como chefe da investigação necessariamente um bacharel de ciências jurídicas, e vemos que nas sociedades mais desenvolvidas as investigações são mais técnicas do que meramente a de enquadramento de um réu a um determinado artigo das inúmeras leis que temos. Não adianta nada, termos alguém que chefiando um grupo de investigações tem perfeitamente claro todos os códigos e todas as leis, mas não tem conhecimento científico para achar o criminoso.

Uma sociedade de engenheiros, como preconizo para o Brasil, seria uma sociedade que valorizaria a criatividade, o talento e a engenhosidade, se aliada a estas características natas do brasileiro, teríamos uma sociedade de notáveis.

Estamos copiando o modelo norte-americano a partir do meio do século XX, onde as figuras dos advogados reinam como figuras proeminentes e notáveis. Esquecemos que este país cresceu não por suas escolas de direito, mas sim pela engenhosidade e criatividade dos seus engenheiros do início do século XX, engenheiros que na época muitos não tinham uma educação formal, mas através de sólidos conhecimentos dos produtos que fabricavam e comercializavam levaram a sociedade norte-americana para frente. A partir do fim do século XX, a figura do engenheiro norte-americano se tornou no seio de sua sociedade como algo patético e intercambiável. O marketing, a propaganda e os esquemas comerciais passaram a ser o mais relevante, e a capacidade de produzir vai se perdendo pouco a pouco substituída pela capacidade de produzir dos orientais, primeiro os japoneses, depois os coreanos e chineses, numa sucessão de perda de capacidade de produzir que um dia poderá ser posta em questão por aqueles que ainda aceitam o dólar como moeda de troca.

Precisamos transformar nossos criativos construtores de engenhocas e gambiarras em criativos construtores de produtos de qualidade, mas para isto precisamos valorizar quem engenha e é criativo, não quem não deve ser criativo, pois deve seguir as leis dentro de seus rigores e não inventar novas leis.

Precisamos um país de engenheiros, engenheiros no sentido lato da palavra, como aquele que engenha e produz, pois de leis e bacharéis já temos em excesso.

Redação

45 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Comparando os salarios de

    Comparando os salarios de engenheiros (em torno 5.000,00) com os de juizes e promotores (em torno dos 35.000,00) mensais, vai ser difícil mudar alguma coisa nesse país. 

    Sinceramente, país que valoriza mais os burocratas do que os profissionais que de fato constroem o país não vai pra frente…a não ser que leve uma topada…

      1. Não é uma mera questão de salários, é uma questão de Estado.

        Priorizar a área técnica em geral (por isto chamei engenheiros no sentido lato) é priorizar soluções para todos, priorizar a área jurídica é no mínimo deixar sempre um contente e outro descontente, a nação não ganha nada com isto.

  2. Desde que não seja formados

    Desde que não seja formados em Minas, onde casas, prédios, ruas, pontes, viadutos e barragens desabam todos os anos sem que nada seja feito pelos conselhos de sempre. 

  3. Não satisfeitos com os

    Não satisfeitos com os salários, os bacharéis resolveram governar. Agora é que o país está tendo noção do que foi aprovado na Constituição.

  4. Falando em Direito…

    Fazer o que de tantos juristas se não são capazes de defender o cidadão dos abusos, por exemplo, dos donos dos planos de saúde? A começar pela Unimed Paulistana, que ganhou de dois a três meses de mensalidade sem que a gente pudesse usufruir de nenhum atendimento? E dos planos que tomaram seu lugar, que apesar da “Lei”, nos submetem a um período de carência que varia entre 9 e 24 meses para doenças pre-existentes?

    Francamente, acho inacreditável que a povo brasileiro tenha que passar por tantos abusos sem que nenhum “jurista” se assuma como defensor.

    Mas, afinal, acho que é o único país do mundo onde advogado não pode oferecer seus serviços de graça, como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos, onde até badalados estudos de advocacia oferecem algum tempo todo mês para defender quem não pode pagar.

  5. Engenharia e crescimento

    Os países da ásia que mais cresceram possuem alto percentual de estudantes em cursos de engenharia.

    No Brasil, 70% dos estudantes estão em dois cursos : Direito e Administração.

    Isso sem falar no péssimo nível dos alunos brasileiros em matemática.

    Não dá para fazer um país crescer somente com advogados.

    Alguns dizem ser impossível, mesmo.

    Uma piada velha: o que é, o que é, 100 advogados acorrentados e jogados no fundo do mar?

     

     

     

     

     

     

     

     

    É um bom começo…..

     

  6. Precisamos de empreendedores, isso sim

    Tanto advogados como engenheiros são essenciais para qualquer país. A falsa dicotomia Advogado X Engenheiro esconde a verdadeira dicotomia Estado X Iniciativa Privada. Há muitas faculdades de direito no Brasil porque esse é o curso mais requisitado para concursos publicos. Um país onde o sonho de ascenção social é passar em um concurso, e não fundar sua própria empresa, com certeza tem alguma coisa errada. É um sinal de hipertrofia do Estado e de propensão a apropriar-se da riqueza alheia ao invés de gerar sua própria riqueza. Não há de errado em alguém querer passar em um concurso, o errad está em ver nisso uma oportunidade de enriquecer. Todos sabem que funcionários públicos estão presos a rígidos planos de carreira e têm seus vencimentos tabelados; portanto, é impossível enriquecer sendo funcionário público, a menos que se roube. Já no empreendorismo privado, é possível enriquecer sem roubar ninguém, multiplicando a riqueza ao invés de dividi-la.

    Seja advogados ou engenheiros, precisamos de mais empreendedores privados. Sò há recursos para abrir concursos públicos onde aqueles que pagam os impostos são prósperos.

  7. E a culpa é de quem?
    Parece piada mas a culpa é do FHC.

    O cidadão acabou com os cursos técnicos e isso inviabilizou uma geração de estudantes. Eu mesmo ingressei em engenharia em 2003 e notei a enorme diferença entre os poucos que haviam cursado técnico e os que (como eu) cursaram o ensino médio.

    Vamos levar pelo menos mais uns 5 anos para recuperar isso.

    Some-se a isso a aversão a exatas quase natural das professoras do ensino infantil e teremos um quadro desalentador.

    E agora com o Mercadante é que não há muito horizonte mesmo.

  8. Concordo, mas há que se fazer

    Concordo, mas há que se fazer algumas correções e ressalvas. A primeira já foi feita pela Atenir ao lembrar a diferença de remuneração entre servidores do judiciário e, por exemplo, demais funcionários públicos, incluindo aí os engenheiros do ramo. Pior, também não adianta formar engenheiros para trabalharem no mercado financeiro (onde também os ganhos são maiores que na carreira) ou para fazerem trabalhos burocráticos no setor público onde tudo gira em torno de qual produto vou comprar, quem é o fornecedor, ou se a empresa terceirizada está realmente fazendo o trabalho para o qual foi contratada. Engenheiros assim são equivalentes a bacharéis em direito, apenas não possuem o salário de um servidor do judiciário ou de quem trabalha no mercado financeiro.

    Na verdade, não é bem de engenheiros (apenas) que você está falando. Você está falando de todas as carreiras de áreas científicas onde é possível fazer alguma inovação, incluindo aí uma ampla gama de carreiras nas áreas de exatas e biológicas também. E como já tinha dito anteriormente, não basta apenas formar gente nessas áreas, o que tem que haver é incentivo a inovação o que implica em pesquisa. E hoje só as universidades públicas fazem pesquisa, que são basicamente os trabalhos de mestrandos e doutorandos a um custo de R$ 2200,00 por cabeça (próximo a três salários mínimos !) considerando a maior bolsa da capes. Os países da Ásia já entenderam isso e investem pesadamente na formação de estudantes de pós-graduação nas áreas de hard-science. Veja a quantidade de chineses que existem estudando nas universidades mundo a fora só para ter uma ideia e publicando trabalhos, muitos dos quais resultam em produtos ou patentes. Em menor grau vemos também inidanos e estudantes de países árabes fazendo o mesmo. Enquanto isso, no Brasil, mais especificamente na UFRJ, a verba que existe é para fazer obras para as olimpíadas enquanto a reitoria mendiga ao MEC verba para fechar o ano pagando seus compromissos. É tudo uma questão de prioridades. A nossa hoje não é pesquisa e inovação, é gerência e burocracia. É isso que traz segurança e remuneração às pessoas, ainda que às custas de nos mantermos um país atrasado. Provavelmente, depois dos cursos de direito, os que mais devem existir são os de administração, só estou esperando para ver alguém fazer a pesquisa.

  9. Olá debatedores, bom dia.
    Com

    Olá debatedores, bom dia.

    Com o devido respeito,  não há como concordar com a opinião do autor.

    Isso porque  qualquer  brasileiro que assim o quiser,   pode se formar  em ciências jurídicas o que não o impede de estudar outras ciências.

    Nesse sentido, a pessoa que se formou em direito pode também se formar em engenheiria.

    E a pessoa que se formou em engenharia pode também se formar em direito.

    Uma terceira pessoa  que estudou medicina pode estudar direito. Pode também estudar engenharia e por aí vai.

    Renomados economistas brasileiros, por exemplo,  estudaram direito. Furtado, Belluzzo etc.

    E há inúmeras pessoas que buscaram um certa formação ( não necessariamente direito) numa determinada área e passou a atuar em outra área.

    Aliás,o próprio autor também se referiu à engenharia “ampla”, lato senso. Aquela que acolhe todos as pessoas que procuram construir alguma coisa, isto é, manipular “recursos naturais” transformando-os em “bens” , úteis para o uso humano etc.

    Portanto, a formação  não necessariamente é  o que define os rumos ou os pilares de uma determinada sociedade.

    Daí, a opinião do autor – maxima venia – comete aquele  famigerado equívoco da última moda: o pensamento binário do tipo, precisamos mais disso e menos daquilo ou vice-versa.

    Curiosamente, esse maniqueísmo também ocorre entre os  pensamentos “de esquerda” e “de direita”.

    É querer dividir uma certa situação em dois pontos para defender um e não outro.

    Minha opinião vai de encontro a esse tipo de tese. 

    Não adianta, por exemplo,  fomentar uma engenharia que,  baseando-se em inúmeros argumentos “técnicos”,  permite que  uma um “mar de lamas” ( este sim!)  enterre vidas humanas entre outras, enterrando também a casa construída por “engenheiros” lato senso ou não.

    Engenheiros constroem. Todavia, podem destruir.

    De qualquer forma, construir ou destruir não é particularidade de engenheiros. 

    Advogados, médicos, administradores, economistas, arquitetos, pedreiros, rábulas, enfim, todos podem construir e destruir.

     

    Tratando-se do  engenheiro( engenharia lato senso) – já que essa parece ter sido a tese defendida pelo autor –  cumpre esclarecer que ele, o engenheiro,   precisa construir de acordo com a lei.

    Para isso, precisa conhecer a lei. E conhecendo a lei será também um “advogado” lato senso.

    Portanto, ao contrário  da tese do  autor defendo  que o Brasil sairá do atoleiro quando inúmeros conhecedores de seus direitos e obrigacões souberem usar a engenharia, a medicina, a administração, a arquitetura , enfim, a ciência em geral para, aí sim, construir um país “lato senso” que busque o desenvolvimento ( não apenas o crescimento econômico) para todos os brasileiros.

    Saudações 

     

     

     

    1. O que é um país de engenheiros.

      Caro Mogisenio.

      Talvez não tenha deixado devidamente clara as minhas intensões, quando falo no sentido de precisamos um país de engenheiros, o que estou pedindo é além do aspecto quantitativo de profissionais, este aspecto relevante é um dos nós do problema, pois a disparidade entre o número necessários de profissionais formados nas áreas técnicas que engenham (sempre no sentido lato da palavra) com as áreas jurídicas é algo indescritível. Colocas no fim do teu texto que engenheiros no sentido lato podem construir como destruir, porém nem temos técnicos suficientes nem para construir e muito menos para destruir. Não temos o numero suficiente de médicos, matemáticos, físicos, químicos, técnicos de nível superior, técnicos de nível médio, e mais uma infinidade de denominações.

      Mas além do aspecto quantitativo temos outros problemas tão difíceis de corrigir quanto o numérico. A valorização do trabalho que produz algo físico e concreto. Parece que ainda estamos na época da escravidão, onde produzir algo fisicamente era desonroso e tarefa de escravos. Se o sinhozinho filho do grande proprietário quisesse fazer algum curso no exterior, logicamente ele faria um curso de direito ou os mais audaciosos fariam um curso de medicina. Agora engenharia era algo que se confundia com o trabalho escravo, não é por nada que grandes engenheiros do tempo do Império eram negros (vide André Rebouças e seus irmãos Antônio e José).

      No Brasil geralmente os engenheiros são reconhecidos somente quando viram empresários, não há nem no serviço público uma valorização do técnico em geral. Para órgãos públicos diretamente ligados a produção a escolha dos seus quadros de direção é baseada em critérios políticos e não da formação. Não estou falando que nesta escolha tenha o governante nomear um técnico “apolítico” (uma grande falácia a existência destes técnicos apolíticos) ou alguém da oposição, mas deveriam dentro dos quadros partidários encontrarem técnicos para suprir os cargos de direção. Outro exemplo, porque para ser delegado de polícia o candidato tem que ser bacharel em ciências jurídicas, para ocupar o quadro de comando de uma polícia técnica não seria interessante ter alguém com sólidos conhecimentos em fisico-química? Mas não o importante é ser um bacharel!

      Eu tenho um bordão já há muitos anos que mostra como são desvalorizadas as profissões técnicas. As novelas de TV raramente tem nos principais papéis pessoas que no imaginário ficcional seja um técnico. Ou é um “empresário”, algo genérico e sem título profissional ou alguém de outras áreas que geralmente passam todo o tempo sem mostrar o que fazem além de tentarem enganar os outros ou serem enganados.

      Um exemplo da invasão de uma área restrita a oceanógrafos, hidráulicos e engenheiros, há menos de uma semana postei um artigo em que mostrava o absurdo do Ministério Público Federal que ordenava uma ação que contrariava a Lei de Newton da Gravitação Universal! Assim como este absurdo, qualquer pessoa julga trabalhos de profissionais técnicos sem a mínima vergonha e sem o mínimo conhecimento.

      Em resumo, um país de pessoas que engenham, seria um lugar em que a atividade física de engenhar algo fosse valorizada por todas as esferas, não pelo lucro ou pela riqueza que um técnico conseguisse pela sua profissão, mas pelo que ele acrescentasse a riqueza do país.

      1. Prezado debatedor RD,
        estou

        Prezado debatedor RD,

        estou lhe compreendendo e agora concordando com a “mensagem” que quis passar.

        De fato, precisamos de mais “engenheiros” lato senso.

        Penso, no entanto, que estes “engenheiros” seriam os “engenheiros do Brasil” no melhor sentido, o sentido da construção de algo bom para o bem comum.

        Seriam engenheiros da política, da justiça, do direito, da própria engenharia, da medicina etc.

        Todos em busca de construir um país justo, pacífico e solidário.

        Por outro lado, sabemos ou imagino que sabemos quais são nossas “regras”. 

        A regra não é mais vocacional. A regra é de “mercado”. 

        Onde paga mais? É pra lá que eu vou.

        O mercado não permite que tratemos, por exemplo, de nosso esgoto, nosso saneamento básico. Ora, não dá “voto”, não é mesmo?

        Logo, este tipo de engenharia parece não encontrar muitos “talentos” no “mercado”. Você me compreende?

        Enfim, vamos vivendo com essa “engenharia” de segunda.

        De segunda, terça, quarta….sábado, para recomeçar no domingo.

        saudaçoes

  10. Interessante

    Interessante comparar um engenheiro a um pedreiro e a um soldador, mas a diferença salarial entre ambos é gritante

    Aqui no país os cursos superiores mais valorizados são: Direito, Medicina e Engenharia, sendo medicina e engenharia cursos relativamente são caros se forem comparados com outros das ciências humanas e econômicas e biológicas

    O país foi quem elitizou esses cursos durante décadas, se você fosse filho da alta classe seria um engenheiro ou médico ou advogado

    Com a abertura do sistema de cotas e outras oportunidades para pessoas menos favorecidas é lógico que a pessoa escolhe o curso que menos custo lhe dará e que fornecerá a maior oportunidade de salário: Direito

    No curso de medicina a precariedade de pessoal no Brasil é tão grande que tivemos que importar médicos para poder amenizar a situação da saúde populacional, o problema é a falta de vagas e incentivo governamental

    No caso de engenharia e arquitetura talvez fosse o caso de reforçar o curso de matemática, química e física e demais ciências exatas no ensino superior para garantir um retorno na qualidade do ensino fundamental e médio e consequentemente na profissão

    Mas você acha que vale a pena ser professor no Brasil?

    Seria bom perguntar pro Governador do Paraná

    1. Francisco, insistes em criar a “Escolha de Sofia”.

      Os professores do primeiro e segundo grau ganham mal porque pagam pouco para eles e não se dá importância ao ensino.

      Não há esta dicotomia entre ensino superior e ensino de primeiro e segundo grau. 

      Só uma pequena observação, há pouco tempo, antes da produção induustrial cair, um soldador certamente ganhava duas a três vezes o que ganhavam alguns professores de primeiro grau nos municípios do interior, quer dizer, temos que acabar com os soldadores para que os professores ganhem mais?

      Mesmo com a crise na construção, um mestre de obras pode ganhar mais do que R$3.500,00, há um ano este valor era quase o dobro. Vamos demitir também os mestres de obra?

  11. Acima de tudo precisamos de…
    Acima de tudo precisamos de boas escolas que resultam em boas educação.

    Em toda a eleição são as mesmas promessas e logo esquecidas. Boa parte dos governantes não estão muito interessados pois dá um trabalho danado. Fazer pontes, ruas, casas etc dá mais ibope.

    Os problemas todos sabem quais são e soluções possiveis também.

    Feito isso, termos bons engenheiros etc etc

    1. Caro Santos.

      Parece que estás pondo um falso dilema, que devemos ter menos cursos superiores para ter melhores cursos de primeiro e segundo grau.

      Isto não é a “Escolha de Sofia”, dá para ter um bom ensino em todos os níveis se gastarmos mais com a educação.

      O Brasil não gasta tento com o ensino superior, o problema é que ele gasta pouco com a educação!

  12. Não creio que se trata apenas

    Não creio que se trata apenas de uma questão salarial, embora seja fundamental. A questão é, também, de poder. Juiz não é profissão, é poder de Estado; promotor não é profissão e tem status de poder de Estado. Profissão jurídica é advogado, que foi beneficiada com a ampliação do poder judicial a partir da CF88. Isso é o que também torna atraente para as pessoas a área jurídica: sabem que além dos salários, terão poder para tomar decisões que jamais teriam em outra situação e sem precisar fazer campanha.

    Para concorrer com este tipo de poder, só a medicina, por enquanto; acredito que chegará o dia em que apenas cirurgiões manterão o status. Isso por causa da tecnologia, inclusive a internet.

     

     

      1. Não Atenir, não é outro ponto de vista é o ponto central.

        O protagonismo na nação brasileira deve ser recuperado por quem pode contribuir para seu crescimento.

  13. Sentido da palavra
    Acredito que ele esteja falando de pessoas que façam a diferença na sua profissão. Que não apenas sigam as regras e trabalhem com aquilo que já foi estabelecido e que tudo tudo obedece metodos antigos e se torna um protocolo.
    Mas ser criativo e melhorar a maneira de se fazer as coisas, ser proativo em querer saber e fazer.
    O Brasil precisa de gente que queira fazer diferente e melhor, assim o país irá melhorar.

    1. Acho que não

      O autor falou que precisamos de engenheiros e profissões que tenham ligação com ela, como arquitetos e geólogos. Concordo plenamente com ele. China, Índia e Rússia formam uma quantidade absurda de engenheiros todos os anos e nós ficamos na dobradinha advogado-administrador. Ficamos pra trás, infelizmente.

  14. A oferta de vagas públicas noturnas é limitada

    Outro fator: quase não há cursos noturnos de engenharia em faculdades públicas. Ao menos no Paraná, quando oferecidos, se limitam a engenharias mecânica, elétrica e civil, cerca de 60 vagas ano por curso.

    1. Nos últimos quinze anos dei aulas a noite para engenheiros.

      Exatamente para suprir este problema, voluntariamente nos últimos quinze anos dei aulas a noite para engenheiros. Era eu e mais três ou quatro professores da EE da UFRGS.

      Agora o que não sabem as pessoas que dar aulas a noite só tem uma consequência funcional aos professores, aumenta a probabilidade de serem assaltados! Não há o mínimo incentivo para a docência noturna ($$$).

      Agora me diga por que os professores das faculdades públicas darão aulas a noite?

      Não recrimino os meus colegas por não darem aulas à noite.

  15. Precisamos de talentos

    Temos um número imenso de faculdades de direito e odontologia no Brasil. A justiça é lenta, cara e a maior parte dos brasileiros continua banguela. 

     

    Precisamos de talentos. Um amigo fez engenharia nos EUA (UCLA) e não podia exercer a profissão de engenheiro no Brasil devido à nossa burocracia. Ele contou que lá, as universidades estimulam o lado empreendedor do aluno. POr aqui, o sujeito se prepara para o concurso da Receita Federal ou da Petrobras, como se não existissem outras opções. São milhões de bacharéis em direito, mas eu diria que mais de 80% não sabe escreve uma redação minimamente inteligível.

    1. Mais uma besteira na tua lista.

      Estes nomes não são de Engenheiros, são de empresários que a última coisa que fazem é engenharia.

      Este é um dos motivos da desvalorização da categoria, se toma como proeminentes não aqueles que se destacam pelo que produzem mas aqueles que se destacam por outras atividades e há muito tempo atrás tiraram um curso de engenharia.

      Vamos julgar os médicos pelo ruralista no congresso?

  16. Macro geradores e motos

    Maestri, eu adoro galopar na chuva.  So nao eh de cavalinho, eh de cavalo gigante nordico mesmo, como voce vai ver.

    Quando eu reduzo o Fantastico E8 a um numero 30, ou quando mostro o mapa do universo, ou quando desenho um proton magnificavel, ou quando monto um atomo, ou quando eu digo que DNA desdobrado e desenrolado de si mesmo eh igual a uma serie de numeros integros em formato primo, eu nao estou sendo nem um pouquinho sutil.  Respeitem meu cavalo, gente, e meu passeio na chuva.

    Eu tenho duas maquinas pra mostrar pra voces todos.  Uma eh um gerador de solitons, e a outra eh o “moto” de “moto continuum” -peca central de um monte de outras maquinas.

    Um gerador de solitons eh montado a partir um arranjo lunatico.  Tente um, digamos, 6 por 6 lunatico.

    123456

    7890ab

    cdefgh

    ijklmn

    opqrst

    uvxzAB

    Cujo primeiro fluxo (sao varios, e voce precisa de um ciclo completo deles) eh

    172c83

    id94oj

    e05upk

    fa6vql

    gbxrmh

    zsnATB

    Todos os alfanumericos sao imans conectados por fios eletricos, primeiro todos os 1’s, depois o fio passa para os 2’s, depois 3’s, 4’s, etc

    Agora voce passa a corrente eletrica no fio e deixa o sistema se virar pra pentear ondas magneticas pois nao eh seu trabalho.  (Funciona melhor em conjunto com outras pecas identicas)

    Meu primeiro paragrafo nao era em vao, por sinal.  A parte principal de tudo, de acordo comigo, eh uma lista de numeros escritos em codigo primo, nao eh?  Ate mesmo prototelepatia eu traduzi em isso.

    Entao o que pre existia a tudo, mesmo antes da existencia dos atomos, era uma LINHA de numeros primos.

    Assim:

    1101101010111101000101111110101010101101101101010001010 etc.

    Sao imans conectados por material eletricamente condutivo mas nao magnetico.  Os 1’s e 0’s nesse caso sao os polos norte ou sul dos imans.

    Agora voce passa a corrente eletrica neles e…  voce tem uma peca principal de um numero infinito de maquinas de efeitos macro quanticos.  Note se que o moto NAO eh lunatico enquanto o gerador eh -sao arquiteturas diferentes para diferentes usos.

    O Brasil vai precisar de mais engenheiros do que ate mesmo voce pensa.

    1. Opa, esqueci de dizer:  o

      Opa, esqueci de dizer:  o moto age completamente diferente se a corrente entra por um lado ou pelo outro.  Isso tambem eh altamente usavel pois eh acoplavel a outros efeitos -dentro do contexto de maquinas de efeitos macro quanticos.

      1. E eh diferentes precisamente

        E eh diferentes precisamente porque o codigo SE nao eh o mesmo do anti-codigo SE, que igualmente sao arquiteturas de Ivan Moraes e de ninguem mais.  (difderenca que eh causada por “gente de direita”, como eu ja mostrei antes…  eles sao todos aleijados mentais…  se alguem quizer que eu o prove eu repito todo o codigo SE e todo o anti-codigo SE nesse exato minuto)

        Como eu posso escrever coisas tao espantosas a respeito de tecnologias de discos voadores e ninguem comentar absolutamente nada?

        Tem alguem me lendo?  Maestri, voce consegue ler o que eu escrevo?

        Alguem por favor confirme que consegue sim ler e que tudo que eu escrevi eh um quilo de merda, pelo menos!  Que porra eh essa agora?

        ALGUEM ESTA  LENDO  O QUE EU ESCREVI???????????????????????  Ou eu tenho que ser gigolado eternamente pela bichaiada louca???????????????????

  17. Engenheiro é uma profissão

    Engenheiro é uma profissão ligada ao crescimento econômico e ao desenvolvimento tecnológico. Sem crescimento, não há engenharia. A engenharia nacional morreu já há muitos anos. Esse fato pouco foi notado, é verdade, pela sua insignificância. Ela morreu a partir dos anos 80, quando os ajustes da dívida feitos por delfim neto (com minúsculas mesmo) inviabilizaram Telebrás, Eletrobrás, DNER. Ela morreu com a abertura econômica dos anos 90, preparada por maison no fim do governo sarney, que exterminou uma série de empresas que produziam para o mercado nacional, em alguns casos com compras certas feitas pelos empresas estatais de então. Um dos últimos casos foi a Batik, do atual prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, produtora de equipamentos para o sistemas Telebrás, comprada pela então Lucent para ser em seguida fechada. A indústria brasileira, completamente desnacionalizada, não comporta engenharia nacional. O que restou, a engenharia civil, moro está cuidando dela com carinho. 

    1. Bancos, consultorias, auditorias

         Conheci a turma da Poli/USP que se forma este ano, na qual meu sobrinho estuda, a maioria deles já está empregada, não em empresas de engenharia, mas em bancos e financeiras, ou como ele e mais dois colegas, na Price Waterhouse Auditores independentes.

          Na turma da “naval”, varios estão seguindo o mesmo caminho, até os que estagiaram anos em estaleiros, querem agora ir para bancos, pois a industria de construção naval, após o surto recente, está retornando ao passado, ate´os projetos sobreviventes, serão projetados e gerenciados do exterior, pelos financiadores.

           E os que pretendem ou se encontram nos “ITAs” , São Carlos, Itajubá, UFMG, UFABCD – nas lides aeroespaciais, que se preparem, não existirá emprego para todos aqui no País, quem sabe alguns podem até conseguir um emprego ( estágio remunerado ) “brasileiro” na Flórida ou em Israel.

        1. Não dá para ficar só na aba do governo

          A engenharia nacional não decola porque há décadas vive na aba do governo. O engenheiro é apenas um empregado, tem que fazer o que o patrão – o empresário – manda. E para o empresário nacional, a fórmula do sucesso não é o aprimoramento tecnológico, mas ter bons canais com o governo, para que lhe sejam garantidos subsídios, monopólios e protecionismo contra os estrangeiros. Você se lembra dos tempos da reserva de mercado em informática? Havia dúzias de fábricas brasileiras de computadores. Produzimos alguma inovação tecnológica? Exportamos algum computador? A indústria naval já teve vários surtos de crescimento no Brasil, mas todos puxados por encomendas feitas por empresas estatais pagando preços totalmente irreais. Pagamos por um petroleiro com soldas defeituosas o dobro do preço de um petroleiro coreando com soldas perfeitas. Quando acaba o dinheiro, acaba a indústria naval. O mesmo só não aconteceu com a Embraer porque foi privatizada a tempo.

          A engenharia nacional só vai decolar quando se convencer de que tem que produzir para o mercado global, vencendo a concorrência, tal como fez a Coréia do Sul. Não que eu queira insinuar que lá o governo era totalmente liberal e não intervinha na economia – interveio sim, e muito – mas desde os anos sessenta a Coréia do Sul abandonou a política de substituição de importações, alinhando os preços domésticos aos internacionais, e assim obrigou suas empresas a concorrer em condições de igualdade com os estrangeiros.

          Na verdade, época boa da engenharia brasileira foi só antes de Vargas, quando chegava aqui um imigrante, montava uma fabriqueta, trabalhava como um corno e às vezes deixava aos herdeiros um império industrial. Mas os herdeiros preferiram a vida mole na aba do governo.

  18. Quem precisa?

    Sua análise é perfeita, mas falha no principal…

    Se esquece que nossa elite é justamente constituída pela raça dos bacharéis. Uma raça como bem disse, incompetente em criar e produzir, mas talentosíssima em sentar em cima. Portanto, esqueça.

    O Brasil só vai querer ser um país de engenheiros quando a água secar, os minérios acabarem e cabeças rolarem. Até lá tudo vai continuar como sempre foi, ou seja, a feliz Federação dos Cartórios Unidos.

    1. Cesar, se alguém não tentar nada, é aí que nada muda.

      Cesar, se alguém não tentar nada, é aí que nada muda. estou nesta luta há mais de dez anos.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador