Prerrogativas: Moro é um militante político, não um ministro republicano

Ex-juiz da Lava Jato deveria parar de conspirar contra o STF, afirmam advogados

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Lenio Streck, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, Alberto Toron e Marco Aurélio de Carvalho, advogados do Grupo Prerrogativas, assinam na Folha deste sábado (14) um artigo recomendando que Sergio Moro não deveria “conspirar” contra a Constituição e a Suprema Corte. “Se não por princípio, que o fosse por inteligência.”

O comentário ocorre depois que Moro culpou o Supremo Tribunal Federal pelo resultado da pesquisa Datafolha, em que a maioria dos brasileiros demonstrou insatisfação com o combate à corrupção no governo Bolsonaro. Moro alegou que é porque o STF derrubou a prisão em segunda instância.

“Moro esquece —na verdade, sabe bem disso— que o Supremo Tribunal é o guardião da Constituição. O STF não combate corrupção. Deve zelar pelo cumprimento da Constituição. É Estado contra o cidadão, e o Supremo deve zelar pelas garantias. Aliás, o STF não fez o que Moro diz que fez: proibir a prisão em segunda instância. Mas a versão lhe convém. E, assim, prefere um caminho mais fácil… Manipula a opinião pública e foge do debate no que é essencial”, afirmam os advogados.

“De um ministro de Estado se espera accountabillity —prestação de contas de todos os atos, que devem ser republicanos; isto é, de todos e para todos e não conspirativos contra as instituições.”

Para os membros do Grupo Prerrogativas, Moro “se mostra menos ministro e mais militante político. Os elementos objetivos para isso não são recentes, eis que, na condição de juiz, mostrava exuberante parcialidade, a ponto de manter encontros com integrantes do então futuro e provável governo ainda quando estava no exercício da judicatura.”

Redação

3 Comentários

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  1. Moro estava acuado e na sombra de Bolsonaro, atuando apenas nos bastidores para angariar mais poderes, através de projetos de lei ou a célebre briga pelo COAF. Bolsonaro mesmo bloqueou alguns destes jabs, e o legislativo outros. Depois da tempestade do Intercept, um Moro fragilizado (coitadismo-fingido) apareceu na imprensa, mas não havia perdido as garras. Agora contra ataca, nunca se viu Moro tão a vontade passando por salas de Ministros, de Senadores, de deputados, ou de Juizes. Não se incomoda mais de destruir a própria imagem pedindo pela Senadora Moro de Saias, não se incomoda de lançar sua Polícia Federal em missões claramente políticas, não se incomoda de se calar sobre Queiroz, ou mal feitos dos amigos, ministros ou não. Não se incomoda de intimidar abertamente, e contando com o auxílio luxuoso da imprensa, continua surfando numa imagem. Enquanto a PF faz uma investida sobre os Hackers, e as operações mirabolantes da Lava-Jato ressurgem nas manchetes, atacando os de sempre e esquecendo os de sempre. A televisão chama ao palco Manuela D Avila, tentando claramente colar em sua testa, a pecha de conspiradora. A imprensa trata a segunda instância como medida anti Moro, e dá força para cada um dos seus atos. Bolsonaro parece estar se retraindo, assim como seus filhos, que estão cada vez mais longe dos holofotes. Alguma coisa se inverteu, e não sabemos se a razão disto é ou não Moro. Mas Moro parece mais a vontade e vai aumentando o volume do discurso autoritário e fascista. Vai conseguindo angariar mais votos nos Bolsonaro de raiz, que estão arrependidos pelas fragilidades do MIto. Moro vai ocupando o lugar tão sonhado por Doria e Hulk. Sua união com Guedes lhe dá o apoio dos Fundos de Pensão, isto é do tal mercado. O Mito vai se tornando cada vez mais mitológico e não sabemos se terá força para se contrapor às ambições do Justiçeiro sem Toga.

    1. Moro é produto pronto e acabado. O trunfo incensado da globo. A platinada em crise, não vai deixar de prestigiar o seu herói . Dívida nenhuma vai fechar o bocão de esgoto da emissora.
      Com a faca e o queijo na mão, mesmo tendo que comer a faca e cortar com o queijo, é dela o campeonato da torpeza.
      Moro é a faca afiada que vai cortando as pretensões do bozo.
      Nessa briga de cachorro sarnento, melhor é torcer pela pipoca.
      Se não, vejamos:
      Bozo pode dar um xeque-mate no moro assim que lhe der na telha (ele acha)
      Moro tem, via polícia federal, judiciário e witzel, a cabeça do bozo e de seus filhos numa bandeja de prata. É só servir aos chacais num banquete exibido pela globo, sem contar que, de repente, ele se esforce e resolva deixar investigar os mal-feitos cariocas que possam alcançar o mandatário. Ele pode até inspirar uma “força tarefa” exclusiva (he!he!)
      Se o bozo der um xeque-mate no “magistrado” ele vai criar o efeito Sansão, caindo junto com o templo. Num primeiro momento ele cai, mas não perde poder, fica na reserva para a primeira oportunidade, tanto no STF quanto no governo sucessor, enquanto que o bozo, num instante pode sofrer um impeachement e ir para a universal pedir oração ou asilo nos “states”
      Naquela cabeça de pedreiro o “maginistro” guarda a sólida convicção de que manda no supremo, no senado e na câmara dos deputados. O ano que vem promete. O sol de cada um vai brilhar tanto que um vai cegar o outro.

  2. No Brasil justiça só com “Moro” na cadeia é descumpridor da Constituição/88, mentiroso e traidor do povo isto comprovado já a três meses pela “INTERCEP” e vemos inércia do (STF) porque? Ou as leis são diferentes para alguns bandidos comprovados?

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