Presidente do STJ pede a Aras investigação contra Dallagnol e procurador da Lava Jato

Ofício foi encaminhado após emissora revelar diálogos entre Dallagnol e Diego Castor de Mattos, que mostram a intenção dos procuradores de investigar, sem autorização, a movimentação patrimonial de ministros do STJ

Deltan Dallagnol | Foto: Valdimir Platonow/Agência Brasil

Jornal GGN – Em meio às notícias-crimes encaminhadas à Procuradoria-Geral da República contra os procuradores da Lava Jato, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, decidiu fazer um apelo direto ao chefe do Ministério Público, procurador-geral Augusto Aras, para que abra uma apuração criminal e administrativa contra os procuradores Deltan Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa no Paraná, e Diego Castor de Mattos, que integrou a operação.

O ofício foi encaminhado a Aras após a CNN Brasil revelar diálogos entre Dallagnol e Castor, que mostram a intenção dos procuradores de investigar, sem autorização, a movimentação patrimonial de ministros do STJ.

A comunicação entre procuradores veio à tona após decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu o sigilo das mensagens apreendidas no âmbito da operação Spoofing, da Polícia Federal. 

De acordo com a conversa revelada pela CNN Brasil, Dallagnol escreve: “A RF [Receita Federal] pode, com base na lista, fazer uma análise patrimonial, que tal? Basta estar em EPROC [processo judicial eletrônico] público. Combinamos com a RF”. Em seguida, ele emendou: “Furacão 2”. Já Castor, que integrava a força-tarefa na ocasião, respondeu Dallagnol: “Felix Fischer eu duvido. Eh um cara serio (sic)”, escreveu. 

‘Furacão 2’ seria uma referência à operação Furacão, deflagrada em abril de 2007 e que atingiu o então ministro do STJ Paulo Medina, denunciado por integrar um esquema de venda de sentenças judiciais. 

No ofício enviado a Aras, Humberto Martins afirma que tais informações são ‘graves’. “Solicito a Vossa Excelência que tome as necessárias providências para a apuração de condutas penais bem como administrativas ou desvio ético dos procuradores nominados e de outros procuradores da República eventualmente envolvidos na questão, perante o Conselho Nacional do Ministério Público”, escreveu. 

Com informações do Estadão. 

Redação

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