Procurador de Curitiba diz que PF pode reduzir qualidade e quantidade de delações

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Pedro Filho/EFE

Jornal GGN – O procurador da Lava Jato em Curitiba Carlos Fernando dos Santos Lima disse, em entrevista ao Estadão, que a Polícia Federal não deve ser autorizada a fechar acordos de colaboração premiada como o Ministério Público Federal porque isso vai reduzir a qualidade e número de delatores. O Supremo Tribunal Federal julga nesta quinta (7) uma ação movida pela Procuradoria Geral da República para marginalizar a participação da PF nas negociações.

Na visão de Lima, a PF não tem poder de negociar os benefícios e, por isso, mesmo que faça o acordo, caberá ao Judiciário decidir a pena. “Isso tira completamente o caráter negocial do acordo. E isso traz uma insegurança jurídica muito grande para o próprio colaborador. Isso vai diminuir o número de pessoas que vão vir espontaneamente colaborar. Só vão colaborar pessoas, nesse modelo, que estiverem desesperadas”, disparou. 

Ele citou como exemplos os acordos de Marcos Valério e Duda Mendonça, que foram negados pelo MPF e recorreram à Polícia Federal.

“O que vai acontecer é que as pessoas vão começar a ganhar acordos e perceber que podem começar a contar histórias mal arrumadas. Agora vamos ter uma série de meias verdades, meias confissões, meias entregas de fatos e documentos endossados pela PF”, disse.
 
Lima ainda disse que a PF não tem capacidade para instruir uma denúncia que vá além do objeto do seu inquérito, “seu problema específico”. “O Ministério Público tem uma visão mais global da investigação e de todas as suas derivações. Nós não aceitamos versões parciais.”
 
Ele repetiu duas vezes que “a PF vai ser a segunda porta, a lanterna dos afagados. Quando as pessoas virem que vão se afogar elas vão correr e infelizmente vão receber algo já negado pelo Ministério Público.”
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. O filhote……..

    de lesma(minhas desculps as lesmas…..) mutante falando de insegurança jurídica so pode estar tirando com a nossa cara…………

  2. Procurador de Curitiba diz que PF pode reduzir qualidade e quant

    O que o procurador dusse serve tambem para as delações, algumas prá lá de premiadas – caso Mein Bank, feitas pelo MPF. Por lá delações são aceitas sem qualquer prova documental, citações não são aprofundadas – não vem ao caso, e se instruem acusações declaradamente sem provas, baseadas apenas nas “convicções”. Qualquer semelhança coma Idade Média e seu circo de horrores não é mera coincidência. 

    Há que se preservar a narrativa inicial mesmo contra provas em contrário.

    Na falta de provas enche-se linguiça com  a tal teoria do explanacionismo que nada mais é do que a velha e conhecida conversa fiada. Na falta de provas, explaciona-se. Só contra os adversários. 

    Onde a segurança jurídica em tais processos ?

    Em que pese o citado procurador ter razão, cobra da PF o que o próprio MPF é useiro e vezeiro de fazer.

    Delações, premiações, penas e otras cositas – Tacla Duran ? – e querem manter acima da decisão judicial.

    Acusam, premiam, inocentam ou condenam antes e acima do assim chamado Poder Judicial.

    Se assim deve ser para que serve o bilhardário custa da Justiça ?

     

  3. Então a Polícia Federal não tem qualidade?

    Ontem o Procurador Carlos Fernando atacou o Gilmar Dantas, hoje ataca a PF. Tá linda a discórdia entre os golpistas.

  4. Como sempre…

    A fala desse sujeito é sempre a mesma: só eles do MPF são corretos, éticos, justos e santos o suficiente pra decidir o destino do país. O resto do Brasil não serve pra nada, a não ser pra segui-los como gado, já que só eles sabem o que é bom pro país.

    Tá faltando pouco pra assumirem uma doutrina do tipo “direito divino” + “única salvação”. Algo que misture numa religião institucional a figura do monarca absolutista com a do redentor… 

  5. Tenho uma sugestão melhor.

    Tenho uma sugestão melhor. Porque voces, MP e Pf não deixam de preguiça a vão fazer o que a gente paga voces para fazer? Investiguem. 

    Esse negócio de delação é mais velho que andar para frente. É exatamente como aqueles delegados de destrito relapsos e/ou incompetentes que pegam um “neguinho” ali na esquina, dá uns cascudos para ele “confessar” e apresenta-o como trofeu para dar satisfação à sociedade.

  6. O currículo

    Mais uma vaquinha para o Joaquim e o Nassif levantarem a ficha, a capivara, desse coiso!

    Das antgas esse “moço”, desde o banestado está aprontando das suas.

  7. “Vai diminuir o número de

    “Vai diminuir o número de pessoas que vão vir espontaneamente colaborar????” Quem colaborou “espontaneamente??” Acho que só o Tacla Duran. 

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