Advogado de Youssef foi quem disse que acareação é como “bosta seca”

 
Jornal GGN – O procurador Andrey Mendonça, que atua na Operação Lava Jato, fez uso de perfil pessoal nas redes sociais para tentar esclarecer o polêmico encontro em que membros do Ministério Público Federal e advogados de Alberto Youssef teriam descartado a possibilidade de fazer uma acareação entre o doleiro e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
 
No encontro, foram apontadas divergências nas delações de ambos os réus, incluindo informações que dizem respeito aos ex-ministros Edison Lobão e Antonio Palocci. O Estadão havia publicado trechos da conversa em que uma pessoa não identificada teria dito que a acareação é como “bosta seca”, ou seja, não deveriam mexer nesse assunto. Segundo Andrey, quem proferiu essas palavras foi um dos advogados de Youssef, e não alguém do MPF.
 
 
Da Folha de S. Paulo
 
Procurador diz que advogado de Youssef desprezou acareação
 
Um dos procuradores da República que atuam nas investigações da Operação Lava Jato apontou um advogado do doleiro Alberto Youssef como o autor da frase em que as contradições entre os delatores do caso foram comparadas a “bosta seca”, ou seja, algo que não deveria ser tocado pelos procuradores.
 
Em mensagem publicada em sua página pessoal no Facebook no fim de semana, o procurador Andrey Borges de Mendonça identificou o advogado Luiz Gustavo Flores como autor da comparação.

A frase foi usada numa audiência recente para rebater uma sugestão do próprio doleiro para que fosse ouvido junto com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, num momento em que a proposta de acareação era contestada por alguns dos participantes do interrogatório.

Procuradores da República e delegados da Polícia Federal que atuam na Lava Jato acompanharam a audiência, além de advogados do doleiro. Uma gravação com um trecho da audiência foi divulgada na semana passada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

No vídeo, em que apenas o rosto de Youssef aparece, um dos presentes atacou a sugestão da acareação sugerindo que ela poderia trazer complicações: “Esse é o tipo de coisa que, quanto mais mexe, pior fica. Se volta, muda, aí pronto… A questão toda”.

Em seguida, outro participante do encontro, que Mendonça identificou como Flores, comentou: “É a teoria bosta seca: mexeu, fede”.

Folha perguntou a Mendonça quem era o autor do primeiro comentário, mas ele pediu que a pergunta fosse feita à assessoria de imprensa da Procuradoria-Geral da República. A assessoria informou que não tinha conseguido identificar o autor até a noite desta segunda-feira (1º).

Na audiência com Youssef, pouco antes dessas manifestações, o procurador Mendonça reconheceu que havia divergências entre Youssef e Costa sobre o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci e o senador Edison Lobão (PMDB-MA), e lembrou que houve tentativas de esclarecer as contradições, sem sucesso.

“Aí essas coisas a gente perguntou, reperguntou… Chega um ponto que também não dá para a gente também… Se não, a gente vai estar até pressionando o senhor”, afirmou Mendonça.

Na quarta (27), Mendonça negou desinteresse na acareação. “Nosso objetivo é chegar à verdade e não descartamos a acareação”, afirmou. O advogado Luiz Gustavo Flores disse que prefere não se manifestar sobre o caso.

 

4 Comentários

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  1. Pega na me tira

    Como uma acareação é uma espécie de pega na mentira,  os procuradores da força-tarefa do MPF sabem que os delatores mentiram de forma desavergonhada e por isso não querem mexer na “bosta seca”..,,,e pau no Vccari pq o povo precisa gozar.,,

  2. Esses procuradores parecem

    Esses procuradores parecem que estão sem ter o que fazer enquanto que a ação da Operaçào Zelotes está precisando de mão de obra, será que não tem  como mandar pelo menos um pra ajudar, ou será que tem medo da Globo não gostar..,,,e pau no Vaccari pq o povo precisa gozar..,,,,

  3. Pode até ser que queiram

    Pode até ser que queiram chegar a “verdade”. Mas um tipo especial de “verdade”: aquela que só interessa a eles. Se fosse sincera essa exortação,  jamais abdicariam, até mesmo exigiriam, a acareação entre os dois delatores. Há contradições chocantes e que tocam no essencial de algumas denúncias. 

    Da mesma maneira que dois corpos não podem ocupar um mesmo lugar no espaço, duas narrativas conflitantes feitas sobre um mesmo fato não podem ser ambas a expressão da verdade. Um dos delatores mentiu, isso é raso. Só um parquet imbuído de fazer valer o que acham ser o certo engole uma  contradição tão flagrantes.

    A pergunta final e crucial é: será que o Poder Judiciário, a começar pelo Juiz condutor, vai coonestar tal absurdo? E os tribunais superiores, a quem cabe a responsabilidade final, irão reparar a lambança?

    O Ministério Público incide num erro crasso ao querer se tornar um fim em si mesmo; ao buscar quase no nível do desespero o reconhecimento da sociedade e os holofotes da mídia.

    Ah, a vaidade, a suprema vaidade!

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