Procurador pede desculpas por chamar STF de “turma do abafa”

Diante da manifestação de Castor, a relatora do PAD, conselheira Fernanda Marinela, entendeu ser necessário ouvir a vítima dos fatos, o ministro Dias Toffoli

Do Conjur

Procurador do “outdoor da lava jato” pede desculpas a ministros do STF

O procurador Diogo Castor de Mattos, do Ministério Público Federal, desculpou-se perante o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por ofensas a ministros do STF, veiculadas em artigo publicado em março de 2019 no site O Antagonista e que recebeu o título de “O mais novo golpe contra a lava jato”.

Em decorrência do artigo, foi instaurado um processo administrativo disciplinar (PAD), no CNMP, contra o procurador. O pedido de desculpas foi feito nesta terça-feira (22/9) e ocorreu durante julgamento do caso.

Em sua retratação, Castor afirmou que não teve a intenção de ofender a honra de integrantes do STF ou da Justiça Eleitoral. “Talvez tenha inadvertidamente utilizado algumas palavras de forma descuidada, que deram margem para uma interpretação negativa”, tentou se justificar.

“Caso tenha ofendido a honra destas autoridades, em especial a honra de integrantes do STF, dos ministros integrantes da 2ª Turma e do ex-presidente do Supremo ministro Dias Toffoli, o subscritor, humildemente, pede as mais sinceras escusas e neste ato profere o juízo de retratação”, completou.

Em seu artigo, Castor chamou a 2ª Turma do STF de “turma do abafa” — entre outras ofensas disparadas contra as instituições.

O procurador também informou que vai pedir ao site O Antagonista a retirada do artigo que motivou o processo.

Diante da manifestação de Castor, a relatora do PAD, conselheira Fernanda Marinela, entendeu ser necessário ouvir a vítima dos fatos — ministro Dias Toffoli. Por isso, pediu a suspensão do julgamento, para que a retratação seja levada ao conhecimento de Toffoli.

Espelho meu

Na mesma sessão de julgamento, o CNMP já havia decidido instaurar outro PAD contra Castor, para apurar a conduta do procurador em episódio sobre o “outdoor da lava jato”. Trata-se de painel colocado em uma via de acesso ao aeroporto Afonso Pena em março de 2019, quando Castor integrava a força-tarefa. O procurador reconheceu que foi o responsável pelo pagamento da propaganda, mas alegou desconhecer detalhes da contratação. Ele pediu desligamento da “lava jato” quando o caso veio à tona.

PAD 100.855

Redação

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Turma do abafa é uma interpretação negativa?

    Como seria uma interpretação positiva de tal expressão?

    Se o cara mata o Presidente Bolsonaro com um tiro no ânus e pede desculpas, ele fica impune?

    Moro perdoou o Onix Lorenzoni porque ele reconheceu o crime de caixa 2 e pediu desculpas.

  2. “Caso tenha ofendido a honra destas autoridades, em especial a honra de integrantes do STF, dos ministros integrantes da 2ª Turma e do ex-presidente do Supremo ministro Dias Toffoli, o subscritor, humildemente, pede as mais sinceras escusas…”
    É o “modus operandi” desta turma. Publicamente, dizem e falam o que querem, arranhando, em alguns casos arruinando, reputações e currículos. Entao, quando todo ódio, todo mal e toda intriga já se espalharam, estes destratores, no sapatinho, apresentam suas mais “humildes escusas”.
    Precisam sofrer penas pesadas. Colocar de pé virado para a parede e com a orelha de burto nso resolverá.

  3. Uma curiosa solução. Em tempos antigos a parte ofendida podia pedir o agravamento da punição e ou dar o perdão. Eu pensei que isto havia sido superado. Jamais vi um ofendido ser consultado com antecedência quando as calúnias e difamações são julgadas . Nenhuma vítima é consultado quando se calcula o valor da indenização. Por isto éste procedimento me parece mais uma forma de que tudo vá dar em pizza. O Toffoli aceita as desculpas e Castor volta pra toca.

  4. “Talvez tenha inadvertidamente utilizado algumas palavras de forma descuidada[…]
    Inadvertidamente? Falta de advertência não foi. O artigo ficou no ar por mais de ano. Serviu até mesmo de base pra protestos pedindo o fechamento do Tribunal. E foi tempo mais que suficiente pra alguém que fez algo “inadvertidamente” se retratar. Só resolveu fazer isso agora diante da obrigatoriedade de ter que provar o que disse.
    Quanto a “pedir ao site O Antagonista a retirada do artigo”, é só mandar um whatsapp pra turma do site. Devem estar todos como seus contatos no telefone.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador