Procurador suspende denúncia contra Flávio após vazamento à Globo

Segundo jornal, o procurador-geral de Justiça do Estado, Eduardo Gussem, ficou irritado porque a acusação vazou à imprensa antes de ser ajuizada

Foto: Agência Senado

Jornal GGN – O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, decidiu suspender a apresentação de uma denúncia com mais de 300 páginas contra Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz, porque a peça foi vazada à imprensa e o jornal O Globo acabou noticiando a investida antes mesmo dela chegar à Justiça. A informação é do Valor.

Na segunda (28), O Globo, seguida pela Folha de S. Paulo, manchetou que o Ministério Público do Rio de Janeiro tinham denunciado Flávio como líder de organização criminosa e Queiroz como o operador financeiro do esquema das rachadinhas. Eles ainda teriam de responder por perculato e lavagem de dinheiro.

Mas a denúncia não tinha sido protocolada na Justiça e o MP acabou emitindo uma nota de repúdio ao jornal que antecipou a denúncia. Para os procuradores, o vazamento atrapalha o processo.

“A Instituição lamenta e repudia a divulgação de notícias relacionadas a investigações sigilosas, sem qualquer embasamento ou informação oficial por parte do MP-RJ, o que causa prejuízo à tramitação do procedimento e desinformação junto ao público.”

Segundo o Valor, Gussem tem postura crítica aos vazamentos sistemáticos. O GGN já mostrou que o MP-RJ, durante a corrida presidencial de 2018, dispunha de uma série de informações sobre o caso Queiroz que poderiam atrapalhar a eleição dos Bolsonaro, mas nada vazou à imprensa, ao contrário da metodologia aplicada na Lava Jato em Curitiba.

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Redação

5 Comentários

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  1. Tenho a impressão que mesmo se um dos Bolsos matar uma criancinha a pauladas na Praça da Sé na hora do rush com todas as emissoras filmando ao vivo e quatrocentas testemunhas oculares, mesmo assim acho que acaba em pizza…….é de bater a testa na parede….muitas vezes…..

  2. Coincidência, Conveniência ou Conivência

    Não vou emitir juízo sobre a decisão do Procurador Geral do RJ de suspender a denúncia contra o Senador Flávio Bolsonaro, após a Procuradoria do Estado do RJ vazá-la para a Rede Globo.
    Afinal, o Ministério Público vazar informações sigilosas de investigações não é novidade. Aliás, o vazamento e a escandalização do que foi vazado era pressuposto para o oferecimento da denúncia.
    Observem, caros leitores.
    Quem tirou proveito jurídico, social e político com os vazamentos?
    Quem se aproveita jurídica, social e politicamente de o Procurador-geral não oferecer a denúncia, ou não ter publicado em 2018 “as informações sobre o caso Queiroz que poderiam atrapalhar a eleição dos Bolsonaro”?
    Coincidentemente, as respostas às perguntas indicam que o mesmo grupo político é beneficiado, seja pela torpeza de parcela do MP (e de parcela do sistema de justiça), seja pelo surto de retidão.
    Mas, em política não tem coincidência. E, no momento atual, é conveniente a esta parcela do MP (e à parcela do sistema de justiça) transparecer retidão, mas é lisonjeiro como não conseguem disfarçar a conivência.

  3. No mensalão e lava jato, preocupação maior era descobrir que outros crimes inexistentes poderiam ser incluídos no vazamento…
    neste caso, salvo engano, imprensa divulga todos os já provados, mas inclui um ainda não provado

    pronto, um motivo para não denunciar??

    sabe o que fica parecendo!? isso mesmo, rolo; onde não faltam crimes, com um a mais ou a menos, se denunciar, a condenação é certa e pode pegar mal pro Brasil da família exemplar

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