Jornal GGN – O professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) Gregório Grisa usou as suas redes sociais neste domingo para contrapor fundamentos do texto recentemente publicado pelo professor do Insper Marcos Lisboa.
Neste sábado (18/07), Lisboa publicou um artigo no jornal Folha de São Paulo intitulado “Novo Fundeb amplia velhos problemas”, onde afirma que a política educacional é discutida no Brasil “sem considerar as evidências”.
Grisa utilizou seu twitter para contrapor os pontos abordados por Lisboa, a começar pela questão do aprendizado – que não está no escopo direto do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), que tem por objetivo promover equidade orçamentária. Veja a íntegra na sequência abaixo:
Artigo do Lisboa é ruim do começo ao fim, mistura várias coisas que não tem relação direta com o FUNDEB, advoga considerar "evidências", mas o autor parece não ter lido muito sobre o tema e nem mesmo a proposta de texto atual da PEC 15. Vou explicar. 🧶https://t.co/13XNh7oxPt
— Gregório Grisa (@grisagregorio) July 19, 2020
Há uma mistura de questões que cabem aos sistemas de ensino (redes estaduais e municipais) com um o FUNDEB que é estrutural, relativo ao financiamento. Há uma questão de escala aqui, o FUNDEB visa valorizar profissionais, melhorar frequência escolar, distorção idade-série. +
— Gregório Grisa (@grisagregorio) July 19, 2020
A desigualdade entre investimentos por alunos nas redes municipais caiu de 10.000% para 500% com o FUNDEB, como mostra esse estudo da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados. + https://t.co/7GfD8RMUlO
— Gregório Grisa (@grisagregorio) July 19, 2020
Escolaridade vem se expandindo também. Imagem desse artigo do @asenkevics https://t.co/zpMTmg4mbh + pic.twitter.com/aOshRINsNF
— Gregório Grisa (@grisagregorio) July 19, 2020
Aqui está o ponto que demonstra a fragilidade do artigo do Lisboa, as sugestões que o texto citado por ele traz para tornar o FUNDEB mais equitativo estão contempladas na PEC 15 (bastava ler), logo, ele não "amplia velhos problemas”, ao contrário, o novo FUNDEB é melhor. +
— Gregório Grisa (@grisagregorio) July 19, 2020
Lisboa encerra o texto dizendo que o FUNDEB não deve ser permanente, mas aprovado por mais um tempo e que deve ser pensada uma “reforma voltado ao aprendizado”. Não são coisas excludentes, o Fundeb representa 45% (60% do vinculado) do investimento em educação básica no país. +
— Gregório Grisa (@grisagregorio) July 19, 2020
O artigo de Lisboa, assim como os ataques de Marcos Mendes ao FUNDEB e o "estudo" do INSPER sobre educação são esforços para se provar a fórceps que se "gasta muito em educação". Tese errada que só denota dogmatismo de um fiscalismo que se pretende entendedor de tudo. SQN. 🔚
— Gregório Grisa (@grisagregorio) July 19, 2020
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
O que Haddad faz no INSPER? Marcos Lisboa é uma herança de Lula, da era Pallocci, que ainda depois o levou para IRB, antes de privatizá-lo. Seria ministro de Haddad, caso este vencesse.
O tema é muito relevante para ficar com abordagem tão dispersiva, consistente em sucessivos “tweets”. O professor Gregório Grisa poderia concatená-los e fazer um artigo mais consistente, a ser publicado na própria Folha, ou no Jornal GGN, contestando os argumentos do professor Marcos Lisboa.