Projeto da Cia. Treme Terra leva aos palcos a mitologia dos orixás

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Jornal GGN – Terreiro Urbano é o nome do novo projeto da Cia. Treme Terra de Música e Dança Contemporânea, que comemora 10 anos de história. O título, que decora a capa do primeiro álbum do grupo, é o mesmo do espetáculo que será apresentado nesta sexta-feira, 17 de março, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, e que segue temporada pela capital. 

O espetáculo “Terreiro Urbano” é uma criação coletiva da companhia, inspirado na mitologia dos orixás. Com direção de Firmino Pitanga e João Nascimento, a peça é baseada em um xirê, uma cerimônia tradicional de saudação e exaltação a todos os orixás, com sequência de danças do candomblé. As cenas são compostas por coreografias e músicas, que dialogam com este universo e formam fotografias da diáspora africana e suas influências sobre outras culturas.

O grupo destaca que a ideia do espetáculo não é levar ao palco os rituais do terreiro tradicional, mas criar uma releitura contemporânea desta manifestação, a partir de seus cantos e movimentações. Na crença yorubá, os orixás representam as forças da natureza e recebem o dever de criar e governar a terra. As danças reconhecem este sagrado, trazem antigas memórias, ancestralidade, mitos fundadores e também a estética ritualizada do orixá. Em 2012, o espetáculo circulou por diversos teatros da cidade de São Paulo e, em 2013, o grupo se apresentou na Europa, em diversos palcos da Alemanha e Bulgária.

Já o álbum de lançamento “Terreiro Urbano”, reúne 13 faixas autorais e de domínio público, com direção musical de João Nascimento e participações especiais de Z’África Brasil, Lira, Adriana Moreira e Dinho Nascimento. A gravação e mixagem é de Lindenberg Oliveira e masterização de Carlos Freitas.

Investigando o terreiro tradicional no meio urbano, o grupo percebeu que as músicas são compostas da seguinte maneira: canções brasileiras algumas cantadas em dialeto yorubá são acompanhadas dos toques tradicionais específicos dos orixás, formando trilhas autorais tocadas em tambores tradicionais, instrumentos convencionais (flauta, guitarra e contrabaixo) e instrumentos eletrônicos (processadores digitais), formando arranjos contemporâneos que misturam elementos da música tradicional dos terreiros e da música moderna.

A pesquisa de Terreiro Urbano começou em 2011 e foi patrocinada pelo ProAC (edital 18/2011) e Petrobras (Governo Federal). A Cia. Treme Terra de Música e Dança Contemporânea foi fundada em 2008 e, desde então, busca valorizar, pesquisar e difundir a Cultura Negra.

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Ficha técnica 

Elenco: Andrus Santana, Terená Bueno Kanouté, Thiago Dos Santos Bilieri, Luciano Virgilio, Beatriz Cristina, Malu Avelar, João Nascimento, Daniel Pretho, Guilherme Ribeiro Frattini, Ubiratan Nascimento, Paulinho Paes, Pedro Henrique Dos Santos, Rafael Mansor Vichi, Afroju Rodrigues E Marcela Pil.
Participação Especial: Adriana Moreira
Produção: Fernanda Rodrigues, Alexandre Alves E Pedro Henrique Dos Santos
Grafite Digital: Achiles Luciano
Figurino: Silvana Marcondes
Cenário: Julio Dojcsar
Iluminação: André Rodrigues
Técnico De Som: Lindenberg Oliveira

 

Serviço

Terreiro Urbano No Teatro Sérgio Cardoso

Local: Sala Paschoal Carlos Magno
Endereço: R. Rui Barbosa, 153 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01326-010
Quando: 17 de março, sexta-feira, às 20h
Duração: 70 minutos. 
Classificação Livre.
Entrada Gratuita.

Terreiro Urbano No Teatro Solano Trindade

Endereço: Av. São Paulo, 176 – Jardim Silvia, Embu – SP, 06804-230
Quando: 18 de março, sábado 
Duração: 70 minutos. 
Classificação Livre.
Entrada Gratuita.

Terreiro Urbano No Teatro Polytheama

Endereço: R. Barão de Jundiaí, 176 – Centro, Jundiaí – SP, 13201-010
Quando: 25 de março, sábado
Duração: 70 minutos. 
Classificação Livre.
Entrada Gratuita.

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

2 Comentários

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  1. Cheios de movimentos

    Cheios de movimentos teluricos (literalmente), a partir da primeira agaixada da dancarina!  Nao eh surpresa que o nome do grupo eh “Treme Terra”!

    O nome da musica eh Iansan, nao vi se tem traducao do Yoruba, e o espaco limitadissimo funciona a favor dos belissimos dancarinos:

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=qT_hYiF7mxQ%5D

    O movimento dela aos 1:04:  iniciatico tambem.  Nao sei se ele aparece no ritual de Iniciacao do Candomble (eu nao conheco nada do Candomble) mas ele eh um pedido ao elemental “x” -cujo nome nao vou dizer e nem posso- para te manter agraciado.  So ha um movimento mais telurico, porque iniciatico, que esse para comunicacao com esse elemental em particular.  E nao posso dizer tampouco.

    Aqui, ao vivo, com as agaixadas tambem, logo de inicio:

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=md3UCT7U-MY%5D

    (E tambem sem traducao, cancao sem nome mas repete Yemanja varias vezes)

    As viradas de 360 graus que seguem os movimentos iniciais sao um pedido de resolucao de problemas especifiquissimos ao elemental “x”,  mas eles variam de pessoa pra pessoa, no entanto se mantendo no mesmo campo tecnico.

    Dos “movimentos precisos” (SALVE CAETANO VELOSO!!!) nao ha uma unica chamada a Obatalah.  Ele nao eh um elemental, claro.  So me surpreendi que o diretor “conhece” coff coff o Candomble a esse ponto!

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