PSDB reconheceu direito de Lula de disputar a eleição, por Kennedy Alencar

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Folhapress

Jornal GGN – O jornalista Kennedy Alencar publicou artigo, nesta segunda (11), avaliando que o PSDB reconheceu que Lula tem o direito de disputar a presidência em 2018. Ele citou discursos feitos por Fernando Henrique Cardozo e Geraldo Alckmin, afirmando que preferem ver o petista derrotado nas urnas do que pela Justiça.

“(…) com essas manifestações públicas, os tucanos vão legitimando a candidatura do ex-presidente. Na prática, FHC e Alckmin reconheceram o direito de Lula disputar a Presidência”, diz Alencar.


“Se até tucanos admitem que seria melhor Lula disputar, uma eventual exclusão do petista da eleição pela Justiça tenderá a transformar o ex-presidente em vítima e poderá aumentar o potencial de transferência de voto dele para outro candidato do campo da esquerda”, acrescentou.

Ainda segundo a opinião de Alencar, Alckmin subirá o tom de agressividade em seus discurso, no intuito de recuperar uma parcela do eleitorado de direita do PSDB que agora tem preferência por Jair Bolsonaro.

Por Kennedy Alencar

Ao dizer que quer vencer Lula na urna, PSDB legitima candidatura

Ao assumir a presidência do PSDB, no sábado, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, destoou do tom cordial que marca sua carreira política. O tucano atacou duramente o ex-presidente Lula.

A fala teve um grau de agressividade bem acima do que é usual nas manifestações do governador. Lembrete: em 2006, quando disputou o segundo turno contra Lula, Alckmin também vestiu um figurino mais hostil.

Para as eleições de 2018, essa atitude tem o objetivo de tentar tirar espaço de Jair Bolsonaro e polarizar com Lula. Acontece que Bolsonaro fica mais confortável num estilo agressivo.

Parcela dos eleitores do deputado federal do PSC já votou no PSDB em eleições presidenciais passadas. É um segmento de extrema-direita que sempre existiu no Brasil e que, por inércia, optou por tucanos como José Serra nas eleições de 2002 e 2010, Aécio Neves em 2014 e o próprio Alckmin em 2006. Agora, esse segmento, muito ativo nas redes sociais, tem um candidato para chamar de seu.

A radicalização do discurso do PSDB desde 2014 abriu espaço para Bolsonaro. Alckmin tenta recuperar parcela desses eleitores. Mas será tarefa dura.

No principal cenário da última pesquisa Datafolha, o governador paulista teve apenas 6% de intenção de voto. É pouco para quem já disputou a Presidência e governa o principal Estado do país. Bolsonaro marcou 17% nesse cenário. Há uma distância grande hoje que Alckmin ainda precisa percorrer para polarizar com Lula.

*

Riscos eleitorais

Publicamente, os tucanos não querem demonstrar que temem Lula. Daí dizerem que preferem ganhar do petista na eleição do que vê-lo retirado do páreo pela Justiça. FHC afirmou que preferia derrotar Lula nas urnas. Alckmin foi na mesma linha.

Pode ser apenas um discurso da boca pra fora, mas, com essas manifestações públicas, os tucanos vão legitimando a candidatura do ex-presidente. Na prática, FHC e Alckmin reconheceram o direito de Lula disputar a Presidência.

Se até tucanos admitem que seria melhor Lula disputar, uma eventual exclusão do petista da eleição pela Justiça tenderá a transformar o ex-presidente em vítima e poderá aumentar o potencial de transferência de voto dele para outro candidato do campo da esquerda.

Alckmin também fez um aceno para o presidente Michel Temer e partidos da atual base do governo, dizendo que a atual administração realiza reformas importantes. Esse é outro campo minado para Alckmin.

Se se aproximar demais do governo, poderá fazer uma aliança com partidos que apoiam Temer e, assim, obter mais tempo de propaganda eleitoral e formar palanques mais fortes nos Estados. Porém, poderá se contaminar com a impopularidade da atual gestão.

Adversários vão carimbar Alckmin como candidato governista, porque o PSDB apoiou o impeachment e deu suporte ao governo Temer. É uma fantasia o ex-governador Alberto Goldman, que presidiu o partido interinamente, dizer que o PSDB não entrou no governo Temer e que, na realidade, ainda estaríamos na gestão Dilma porque o atual presidente era vice da petista.

O senador Aécio Neves, que saiu vaiado da convenção pela porta dos fundos, lembrou que o PSDB condicionou o apoio ao governo Temer à adoção de uma agenda de reformas que hoje parte da bancada tucana não que votar, como as mudanças na Previdência. Logo, não será fácil para Alckmin estar colado nem descolado do governo Temer.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. Não acredito que Lula seja

    Não acredito que Lula seja candidato. Se conseguir ser, talvez ganhe a eleição. Disse talvez porque poderia haver golpes dentro do golpe. Sabemos que nossas urnas eletronicas não são infalíveis haja visto o exemplo das eleições hondurenhas em que foi aplicado um golpe eletronico. E mais, se ganhar e não houver uma renovação de pelo menos 80% do quadro politico de Camara e Senado fica praticamente impossível governar. As esquerdas juntas são demasiadamente fortes. Separadas como estão hoje ficaram alijadas de decisões serias por pelo menos 12 anos. O cenário que as pesquisas mostram é que nosso povo que é o segundo que mais desconhece sua própria realidade, está aguardando um salvador da pátria!

  2. TRADUÇÃO E CINISMO

    EU DISSE:

    “Na prática, FHC e Alckmin reconheceram o direito de Lula disputar a Presidência.”

    MAS EU QUIS DIZER:

    FHC e ALckmin querem Lula afastado da disputa da presidência e sabem que a justiça fará isso, mas não querem dizê-lo publicamente, pois não pegaria bem – Dória é prova disso –  e preferem posar de democratas, estadistas e confiantes, uma vez que Alckmin com certeza não ganha de ninguém fora de São Paulo e é o único candidato que com 100% de certeza de derrota para Lula, na minha opinião.

     

    Depois daqule fala do Kennedy Alencar na CBN sobre o depoimento do Tacla Duran na CPI da JBS, leio e ouço com muita cautela qualquer análise que ele venha publicar.

     

    Contra o cinismo deve-se valer do ceticismo.

  3. Acho que a leitura deve ser

    Acho que a leitura deve ser outra…

    1) Na semana que passou houve uma denúncia no Youtube pelo sr.Wellington Calazans de que o TSE,com Gilmar Mendes, iria fraudar as eleições de 2018 no “sistema”, ou seja, Lula venceria o pleito mas o sistema “fraudado” daria a vitória para o candidato da “Direita”. 

    2) Tanto FHC como Alckmim “afinam o discurso” de que o importante é vencer Lula nas “urnas”.

    3) Será que precisa desenhar o que possivelmente vai  acontecer???

    1. Vencer o Lula nas urnas (eletrônicas) seria a glória

      Não o condenariam antes da eleição que ele iria perder.

      Finalmente o reconhecimento da “bendita” comunidade internacional a um governo “eleito” democraticamente.

      Depois, a condenação e prisão do Lula sem maiores traumas, conforme o combinado desde sempre.

      Pode ser esse o plano, sim.

    2. Concordo com o Welington

      Concordo com o Welington Calazans.

      Já roubaram na eleição de 2014. Acharam que o que tnham roubado seria suficiente para lhes dar a vitória. Não deu.

      Roubarão muito mais agora com Gilmar Mentes e Fucks no STF.

      Já começaram a manipulação de pesquisas dndo a LUla menos votos do que ele tem de verdade.

      Daqui a pouco começarão a inflar as intenções de voto de algum tucano.

      Bandido é bandido e Gilmar Mentes e grande parte do MPF e do Judiciciário é composta por bandidos.

  4. Puts, respeitem a nossa

    Puts, respeitem a nossa inteligencia,

     

    podem ser vendidos, asntipetistas, antipovo, só não acreditem que somo completos imbecis, por favor……

     

    neguinho que deu golpe, senador que estava em terceiro e quandoas urnas se abriam estava disparado na frente, de repente viraram defensores da democracia????? Vâo pra………contem essas estorinhas da carochinha para seus editores de fake news………..

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