Quanto mais bolsonaristas fiéis numa cidade, mais casos e mortes por Covid, diz estudo

“Estudo mostrou que a Covid-19 causa mais estragos nos municípios mais favoráveis ao presidente Bolsonaro”, diz pesquisa

Ilustração: Cristiano Siqueira

Jornal GGN – Mais um estudo acadêmico relaciona a influência de Jair Bolsonaro sobre o eleitorado com o número de mortes e casos de coronavírus em municípios de todo o Brasil. O chamado “efeito bolsonaro” foi aferido em estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro em parceria com o Instituto Francês de Pesquisa e Desenvolvimento.

Os pesquisadores analisaram a expansão da pandemia de coronavírus em 5.570 municípios brasileiros e a votação do primeiro turno da eleição de 2018, para captar os bolsonaristas. Resultado: as cidades com mais votos no presidente são aquelas com maior percentual de casos e mortes.

“(…) para cada 10 pontos percentuais a mais de votos para Bolsonaro há um acréscimo de 11% no número de casos e de 12% no número de mortos”, detalhou a Folha de S. Paulo.

Para os pesquisadores, foi o “discurso ambíguo do presidente” que induziu “seus partidários a adotarem com mais frequência comportamentos de risco e a sofrer as consequências.”

“A argumentação que usamos no nosso artigo é que provavelmente trata-se de um efeito da própria postura do presidente, que minimizou o uso de máscara e a doença, chamando-a de gripezinha”, afirmou o professor João Luiz Maurity Sabóia, pesquisador envolvido no estudo.

Os resultados desta nova pesquisa converge com outro estudo, divulgado em maio de 2020, já apontando para o perigo do “efeito Bolsonaro”.

Pesquisadores da Universidade de Cambridge e da Fundação Getúlio Vargas quantificaram este efeito e apontaram que “pelo menos 10% dos casos e até mesmo de mortes registradas pelo novo coronavírus no Brasil” até aquele começo de mês tiveram influência do presidente.

As universidades da Carolina do Norte, nos EUA, e de Bocconi, na Itália, também pesquisaram o impacto das manifestações bolsonaristas em 15 de março em 255 cidades brasileiras, e chegaram a conclusões semelhates.

“Nos municípios com menor concentração de eleitores de Bolsonaro, os protestos que ocorreram em 15 de março fizeram com que a curva de contágio aumentasse 24,7% em comparação com os locais que não tiveram atos a favor de Bolsonaro. Já nos locais que registraram atos e onde ele também teve maioria popular, a taxa de contágio foi 43,3% mais rápida do que nas cidades onde o presidente não teve a maioria dos votos e que não sediaram os atos”, resumiu o site Outras Palavras.

A influência de Bolsonaro sobre o comportamento de seus eleitores ainda foi apurada por pesquisadores da Universidade Federal do ABC e da USP.

Redação

6 Comentários

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    1. Só por não entender a grande diferença entre uma pesquisa e um estudo, já indica que o senhor poderia ter economizado sua energia e o tempo de quem o lê.

  1. Bem que é antiga a fala de que “burrice mata”. E “gadonice” é ainda pior, porque burros naturais não seguem aos outros burros. Peço perdão aos burros naturais. A insensatez é que é a causa, pois teve gente que acreditou que quem ao longo de seus quase 30 anos de vida pública parlamentar, onde teve muitos malfeitos e o disparate anticristão de ensinar aos filhos o caminho do pecado, seria o melhor caminho a se seguir. É um sinal de que a ingenuidade é muito vasta no país e se torna um terreno fértil aos enganadores. Por isto vos digo: antes de chegar a indicação do próximo ministro do STF, muitos mais negarão e se arrependerão pelo seu voto em 2018.

  2. Pesquisa apontou o menor dos males…
    porque não existe risco maior do que não ser militar ou miliciano e apoiar Bolsonaro

    do maior não há escapatória, nem com um possível remédio Trump fora da política. pois a contaminação se dá diretamente no cérebro

  3. E agora, como vamos reagir à altura a isso? Continuar contando mortos, reclamando na internet? Falo de uma ação efetiva, com estratégia, que mude o estado atual das coisas, que pare toda essa loucura

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