“Racista, homofóbico e sexista”, Bolsonaro pode “liquidar a democracia” no Brasil, diz Libération

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Matéria publicada nesta quinta-feira (16) no jornal Libération não poupa críticas ao candidato Jair Bolsonaro. – Reprodução

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Sugestão de Jackson da Viola

do RFI

“Racista, homofóbico e sexista”, Bolsonaro pode “liquidar a democracia” no Brasil, diz Libération

O jornal Libération desta quinta-feira (16) se interessa pelas eleições no Brasil. Em duas páginas, o diário traz duas matérias sobre os candidatos à presidência que lideram as pesquisas de intenção de voto: Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.

“No Brasil, um ex-militar para liquidar a democracia” é a manchete da matéria assinada pela correspondente do Libé em São Paulo, Chantal Rayes. A repórter classifica Bolsonaro como o “outsider” da campanha eleitoral que começa oficialmente nesta quinta-feira. “Racista, homofóbico e sexista, esse capitão nostálgico da ditadura se aproveita do descrédito que pesa sobre a classe política brasileira”, destaca.

“Esse populista da extrema-direita de 63 anos”, reitera Libération, cujo gesto preferido é imitar um revólver com a mão – já que uma de suas principais promessas é o direito ao porte de arma a todos – foi recentemente classificado pelo jornal britânico The Economistcomo “um perigo para a democracia“. Libé lembra que por todos os lugares onde Bolsonaro passa, é aclamado como um “mito” por seus seguidores, embora “esse obscuro parlamentar seja mais conhecido por seus ataques contra negros, homossexuais e mulheres do que por sua atividade legislativa, com somente dois projetos de lei aprovados em 27 anos” como deputado do Rio de Janeiro. 

Com declarações chocantes, como a de que só não estupraria a deputada Maria do Rosário por achá-la feia, esse “ultranacionalista, reacionário, anti-esquerda”, dobrou suas intenções de voto em dois anos, hoje entre 19% e 24%, atraindo um eleitorado masculino, jovem e majoritariamente da classe média. Para cientistas políticos brasileiros entrevistados por Libération, é a anomia do sistema político do país, seus representantes e até mesmo da justiça que alimenta o fenômeno Bolsonaro. 

Participação incerta de Lula

Em outra matéria, Libération fala da candidatura de Lula, registrada ontem pelo PT, e que precisa ser validada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Brasil: uma eleição em suspenso devido a um candidato fantasma chamado Lula”, publica o diário. Para a correspondente do jornal em São Paulo, “a presença incerta do ex-presidente, favorito, mas preso, torna essas eleições inéditas e particularmente imprevisíveis”.

Lula tem entre 30% a 40% das intenções de voto, e o PT promete lutar até o fim para que sua candidatura seja validada, destaca o diário. Mas, “condenado a doze anos e um mês de prisão, apesar da ausência de provas contra ele, o líder da esquerda está, em princípio, inelegível, segundo a lei da Ficha Limpa”, publica Libération

Sem Lula, será que o PT tem chances?, questiona a matéria, que lembra que o provável substituto do ex-presidente, Fernando Haddad, é pouco conhecido dos brasileiros e teria apenas entre 2% e 3% das intenções de voto. Por isso, atualmente, o líder petista testa o ex-prefeito de São Paulo, mas, imbatível, continua sua campanha da cela onde está preso em Curitiba.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

9 Comentários

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  1. Com as reportagens como esta e do The Economist, o Império …..

    Com as reportagens como esta e do The Economist, o Império demonstra a sua insastifação com Bolsonaro.

    Depois de um artigo fulminante do The Economist, uma espécie de bíblia economica da direita internacional, de uma reportagem fulminante do Le Figaro, outro jornal conservador e de direita francês e complementado pelo Le Monde, um jornal mais róseo da centro esquerda francesa, fica claro que Bolsonaro não é de longe o predileto do Imperialismo Internacional nas eleições brasileiras.

    Fica também claro que, informalmente, na possibilidade de um Bolsonaro presidente, será levantada uma barreira internacional contra o Brasil que poderá prjudicar ainda mais o país.

    A direita brasileira tem dois meses para acabar com Bolsonaro, pois se ela não acabar, Bolsonaro acaba com a direita brasileira.

  2. Depois de uma acachapante reportagem do The economist, …..

    Depois de uma acachapante reportagem contra Bolsonaro do The economist, a Bíblia econômica do Imperialismo, depois de reportagem furiosa do Le Figaro, um dos jornais de direita mais influentes no mundo ou mesmo um perfil ácido do candidato feito pelo La Monde, que a muito deixou de ser de esquerda, para ser um representante da “centro esquerda” francesa, fica claro que o Imperialismo não engole Bolsonaro, e se por acaso ele for eleito só restará para ele visitar somente o Paraguai.

  3. A matéria só erra num ponto:

    A matéria só erra num ponto: chamar Boçal Nato de ultranacionalista.

    A pátria de Boçal Nato é a conta bancária dele.

  4. Advogado pede que TSE barre candidatura de Jair Bolsonaro

    Yahoo Notícias 5 horas atrás Renato S. Cerqueira/Futura Press

    Um advogado entrou com um pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para barrar o registro de candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República.

    Na ação, Rodrigo Phanardzis Ancora da Luz destaca que o deputado federal é réu em ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto crime de apologia ao estupro e injúria.

    O advogado argumenta que réus em ação penal não podem ser candidatos à Presidência e cita dispositivo da Constituição que prevê que o presidente ficará suspenso de suas funções nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo STF.

    O processo foi distribuído ao ministro Napoleão Nunes Maia Filho, que também relata o registro de candidatura do presidenciável.

    Em uma das duas ações penais no STF, Bolsonaro é réu por injúria e apologia ao crime. A autora é a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), sobre quem Bolsonaro declarou que “não estupraria a deputada porque ela não mereceria” – o caso ocorreu em 2014. A outra denúncia é do Ministério Público Federal (MPF), que enxerga, incitação ao crime de estupro na conduta do deputado.

    O advogado destaca ainda que entendimento do STF de que réus na linha sucessória da Presidência da República estão impedidos de substituir o presidente. “Ora, sendo o candidato réu numa ação penal, indaga-se como poderá o mesmo exercer a função de Presidente da República?”, questiona.

    Procurada pelo “Estadão”, a assessoria de Bolsonaro disse que não se manifestaria e pediu que a presidência do PSL fosse procurada. A presidência da sigla não foi localizada pela reportagem.

     

  5. A democracia é liquidada pela corrupção do regime marxista

    Bolsonaro é apenas um nome que representa a indgnação do povo contra um a corrupção sistemática do Estado brasileiro. Não há ameaça alguma contra a liberdade das pessoas. Precisamos acabar com as falácias. Deve-se desaparelhar as instituições públicas para que possam, de fato, servir à sociedade e não aos projetos de poder dos partidos políticos.

    O grande temor da esquerda é saber que suas ideia começam a ser rejeitadas por pessoas de todas as classes sociais. Estamos cansados da violência, da impunidade aos criminosos, da ideologia de gênero na mídia televisiva, da ideia de liberação total do aborto, da ideia de liberar o uso da maconha.

    Não temos uma democracia! Democracia não é apenas votar!

  6. Bolsonaro é insignificante?

    Por que, numa eleição com Alckmin, Meirelles, Marina, etc, há tanta preocupação com Jair Bolsonaro? Há algum problema em ser contra a ideologia de gênero para crianças ou contra um partido que montou um esquema de corrupção para ficar na história? As pessoas não poderiam ter uma ideia diferente da maioria?

     

    Parece que os que reclamam democracia são os que menos a desejam.

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