Randolfe e Renan Calheiros são cotados para presidência e relatoria da CPI da Covid

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"Nós da oposição, junto com MDB, e dependendo da indicação do PSDB, podemos formar a maioria e daí sair o presidente e relator", disse Randolfe Rodrigues à TVGGN. Assista

Foto: Agência Senado

Jornal GGN – O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AM) disse em entrevista exclusiva ao jornalista Luis Nassif, na TVGGN, que os blocos de oposição a Jair Bolsonaro podem se unir aos partidos de centro-direita para formar maioria e eleger o relator e o presidente da CPI da Covid, que vai investigar a gestão do governo federal na pandemia do novo coronavírus.

Pelas articulações em andamento, o MDB indicaria o senador Renan Calheiros para a relatoria. Randolfe, por ser o autor e primeiro inscrito na CPI, poderia escolher um cargo de comando. Com presidência e relatoria nas mãos de senadores de oposição, a pauta da CPI estaria protegida dos interesses de Bolsonaro. Mas de acordo com informações apuradas por Tales Farias, o governo resistirá à dobradinha Renan-Randolfe.

“A composição da CPI, pelo que estamos imaginando hoje, vai ser a seguinte: a oposição tem 2 blocos, o bloco que integramos e o bloco liderado pelo PT. Cada um dos dois blocos da oposição indica 1 senador. O MDB indica 3. O bloco PSDB/Podemos, mais 3. São 8 [até aqui]. O PSD, 2 senadores. O DEM, 1. Fazendo uma rápida conta, nós da oposição, junto com MDB, e dependendo da indicação do PSDB, nós podemos formar a maioria e daí sair o presidente e relator”, disse Randolfe. “O fundamental é o relator, porque ele aponta o cronograma dos trabalhos, o roteiro da investigação”, acrescentou.

“A tradição da Casa indica que o primeiro signatário da CPI venha a escolher o cargo, presidente ou senador. Se a tradição for cumprida, eu assumiria um desses papéis. Mas há reinvidicação do MDB de indicar a relatoria. Eu acredito que podemos fazer essa composição com o senador Renan Calheiros como relator”, admitiu Randolfe.

“Se o nome do PSDB for o senador Tasso [Jereissati], teríamos uma CPI com nomes independentes e nomes ‘experimentados’, ou seja, com know how, com gabarito para investigar. Aí acredito que teremos uma CPI caminhando para um bom termo”, pontuou.

Na semana passada, o ministro Luis Roberto Barroso determinou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), instale imediatamente a CPI da Covid, que já tem 34 assinaturas para ser efetivada.

Nesta terça (13), Pacheco deve iniciar a abertura dos trabalhos lendo o requerimento. A partir daí, os partidos podem indicar os nomes que irão compor a comissão de inquérito.

A base governista tenta, em paralelo, emplacar uma CPI para investigar governadores e prefeitos, seguindo a orientação do presidente Jair Bolsonaro, que mandou transformar o “limão” em “limonada”.

Para Randolfe, o regimento interno do Senado é claro em vetar a investigação de assuntos de responsabilidade dos Estados. Quando uma CPI no Congresso se depara com indícios relacionados à gestão de governadores e prefeitos, a investigação é paralisada e remetida ao Ministério Público, assembleias legislativas ou câmara de vereadores.

De toda forma, Randolfe ressignificou a provocação dos governistas e rebateu: “Acho que não atrapalha [investigar governadores pela pandemia]. Eu tenho dito a eles que bora começar ouvindo o governador do Amazonas, ele pode dar detalhes para nós de como se espalhou a nova cepa e se o colapso do oxigênio foi responsabilidade deles ou do governo federal.”

Para Randolfe, Bolsonaro cria distrações porque “a CPI é o principal fato político desde o começo do governo. É a primeira vez que Bolsonaro ficou acuado. Ele sabe o que fez no verão passado. Não vejo como ter conclusões que não levem à responsabilização dele.”

O senador sugeriu ainda um roteiro para começar os trabalhos: “o primeiro passo seria ouvir todos os cientistas que pudermos. (…) Depois, os três ex-ministros da Saúde [Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e o general Eduardo Pazuello].

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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