Jornal GGN – Pegou mal no setor financeiro a ameaça do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal de abandonar a federação brasileira de bancos (Febraban) por causa de um manifesto de mais de 200 empresas contra a crise institucional alimentada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Embora o manifesto tenha sido escrito “cheio de dedos” e em nome da “harmonia entre os Poderes” da República, os presidentes do BB e Caixa fizeram um escândalo de ordem política e ameaçaram abandonar a Febraban caso a iniciativa vá adiante.
A atitude dos bancos públicos não deve evitar a publicação do manifesto e, ainda por cima, soou como um tiro no pé.
Segundo o Valor Econômico, o empresariado está com o “humor” alterado desde o início da pandemia, graças à gestão temerária do governo federal, e “o fato de a agenda liberal não ter avançado” só deu mais gás ao manifesto.
Já segundo a Folha de S. Paulo, a Caixa e BB mostraram, com a ameaça contra a Febraban, o nível de intervenção política do governo Bolsonaro nos bancos públicos.
Um banqueiro disse ao jornal, em off, que o governo “sai menor” por interferir “na governança das estatais” e por querer ditar como uma associação privada deve agir. Além disso, passa ao mercado estrangeiro a imagem de que a crise institucional agora contamina até as “relações no setor financeiro”. Extrapolou o universo da política.
A imprensa noticia nesta segunda (30) que a cúpula do Congresso tenta negociar com a Fiesp que o manifesto tenha sua divulgação postergada.
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