Salário mínimo ideal supera R$ 2 mil

Segundo o DIEESE [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos] o salário mínimo ideal do trabalhador brasileiro deveria ser R$ 2.225,84, o equivalente a 4,14 vezes o salário mínimo em vigor, de R$ 545,00. A estimativa foi feita sobre a média do custo de vida de uma família, em 17 capitais do país, considerando despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Em abril, o valor comprometido para o pagamento da cesta básica foi equivalente a 46,78% do valor do salário mínimo líquido, ou seja, considerando a dedução da parcela referente à Previdência Social. Para que um trabalhador adquira o necessário para comprar uma cesta básica no mês foi preciso cumprir 94 horas e 41 minutos de serviço.  

Os levantamentos do DIEESE apontam para um fenômeno interessante de queda constante do custo da cesta básica sobre o valor do salário mínimo, desde a década de 1990. O comprometimento do mínimo com a compra da alimentação básica na capital São Paulo, utilizada aqui como exemplo por ser a cidade com o maior custo de vida, apresenta queda quase que ininterrupta desde 1994, quando a cesta básica equivalia a 102,35% do salário do mínimo. Nessas condições, um assalariado precisava cumprir, mais de 225 horas de jornada de trabalho para pagar pela alimentação da família, levando-se em conta que o tempo de serviço máximo que pode cumprir é de 220 horas/mês, conforme o estabelecido pela Constituição Federal de 1988.

Dez anos depois (2004), o valor da cesta básica equivalia a 68,09% do salário mínimo, e exigia que um trabalhador cumprisse 149 horas de 48 minutos/mês para a compra dos mantimentos básicos. Em 2009, pela primeira vez depois de 37 anos, o valor da cesta básica ficou abaixo da metade do valor do salário mínimo, comprometendo o equivalente a 49,47% da renda do trabalhador da capital – isso correspondia aos honorários de 109 horas e 53 minutos de prestação de serviço. 

Redação

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