Saudades do Armando Nogueira !

A repercussão de todo tipo de baixarias, por parte da nossa ‘grande mídia’, nestes dois turnos mais recentes do nosso processo eleitoral, nos deve levar àlguma reflexão. Para começo de conversa, não é de hoje que isto vem acontecendo. Há uma longa história, por detrás de cada etapa do nosso processo político-eleitoral – ainda não é possível saber, se estes mais recentes, foram os piores. Parece se tratar de ciclos de regurgitação, que acometem jornalões, marqueteiros, emissoras de TV e de rádio, de tempos em tempos, prontas a exteriorizar os seus maus bofes, supondo que essas manifestações tenham alguma funcionalidade diante do eleitorado. Este ciclo recente é no campo político, mas há muitas outras áreas sofrendo dos mesmos males, em que fenômenos desse tipo se repetem. Vou me deter nas minhas exemplificações, na mídia esportiva. Melhor evitar a fenomenologia política, cujas perversões já beiram a saturação. Afinal, o que distingue ‘criadores’ (mídia, marqueteiros e partidos) das ‘criaturas’ (políticos) ? Muito pouca coisa !

Mas, vamos aos esportes e a uma pergunta inicial. Quem, entre narradores, comentaristas, cronistas, críticos de variado calibre, ex-técnicos etc. têm algum destaque técnico ou interpessoal ?  Que itens utilizaríamos se fôssemos aplicar algum tipo de avaliação das competências disponíveis, numa espécie de ENEM desse segmento, ao nível nacional ou regional ? Comparações com estas procedem, uma vez que a organização dos esportes, não só do futebol, rivaliza em péssima qualidade, com a nossas instituições políticas.

 

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Ultimamente, costumo assistir apenas o 1º tempo dos jogos de futebol – aqueles de algum interesse, vamos dizer assim ‘esteético’. Inteiros, só os do clube da minha preferência, em ocasiões especiais. Em geral, sem áudio – para que narração, comerciais ou comentários ?  Determinadas figuras desse meio estão fora da minha agenda, já há uns 10 anos. E cito exemplos: Galvão Bueno, Valter Casagrande, Kleber Pereira, Paulo César Vasconcelos, Neto, Sílvio Luís, Trajano, Paulo Vinícius Coelho, entre muitos outros. Na esfera regional há uns espécimes que mereceriam ‘títulos mundiais’ de besteirol. E que se intitulam ‘cronistas’ e como tal membros da Associação dos Cronistas Esportivos respectiva. É provável que muito poucos tenham lido na vida, alguma crônica digna do gênero. A maioria é especializado no óbvio, que caberia perfeitamente no rádio – na fase pré-rádio de pilha nos estádios, mas nunca na TV. Destaco entre os exemplos, a figura de P. C. Vasconcelos, do SporTv – onde é chefe, editor de esportes ou coisa que o valha. Faz o tipo perfeito nas obviedades – com destaque exclusivo, para assuntos do futebol carioca. O emblemático Galvão creio que dispensa qualquer comentário. Tenho a certeza que não sou um ‘fenômeno isolado’. Nos últimos meses, suprimi também a Fórmula 1 da minha agenda. Aquele diálogo do Chefe da Equipe Ferrari com o Massa foi fatal. Pensei com meus botões: reviver o período Barichello ?  Acompanhar Sntander+Ferrari+  manipulando canhestramente resultados ? Nunca mais ! Em resumo: praticamente, não assisto mais televisão. Nem documentários. Não leio nenhum jornalão. E não ouço mais rádio.

 

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As pesquisas eleitorais, seus altos e baixos em termos de credibilidade, foram ou tentaram ser, até bem pouco tempo, uma espécie de barômetro empírico, da formação de opinião da sociedade, sobre os candidatos.  Nelas desde priscas eras se destacou a variável ‘índice de rejeição’, como indicativo das potencialidades dos candidatos em crescer, chegar ao seu ‘teto’ e eventualmente, serem eleitos. Mesmo que as empresas de comunicação, principalmente televisivas, se pautem pelo IBOPE, que parece ser a empresa mais tosca desse mercado – apesar de estar a mais tempo no negócio, as concessionárias do setor como é óbvio imaginar, estariam permanentemente munidas de um fluxo amplo e diversificado de dados, sobre o perfil do seu público, interesses de audiência, respostas ‘just in time’, dos vários segmentos de público e tudo o mais. É muito provável também, que possuam informação sobre credibilidade e índices de rejeição dos seus noticiosos e profissionais, principalmente os de maior visibilidade. Como será que andam esses níveis de rejeição de Miriam Leitão, Merval Pereira, o casal Bonner & Clyde, Alexandre Garcia, Mônica Valdvogel, Ricardo Boechat, Joelmir Betting, Boris Casoy, ou o ‘bebê johnsson’ do ‘Jornal Hoje’ ?  E as últimas perguntas: como será que é ‘administrada’ essa rejeição, no dia-a-dia e no ‘day after’ do final do processo eleitoral ? Será que teremos ‘descartes’, mais adiante ?

Redação

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