Saúde divulga plano para evitar propagação de coronavírus entre indígenas

12 documentos foram produzidos e disponibilizados pela pasta, com informações e orientações destinadas aos 34 Distritos Especiais de Saúde Indígena

Brasília – O dia do índio, celebrado no Brasil em 19 de abril, foi criado pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto-lei 5540 de 1943, A data de 19 de abril foi proposta em 1940, pelas lideranças indígenas do continente que participaram do Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México

Da Agência Brasil

O Ministério da Saúde anunciou uma série de medidas para evitar que populações indígenas sejam contaminadas pelo novo coronavírus (covid-19). As ações constam do Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus em Povos Indígenas.  O documento, apresentado a gestores, colaboradores e aos povos indígenas conta com orientações sobre como deve ser o atendimento em caso do novo coronavírus.

O plano lembra que casos suspeitos “terão prioridade no atendimento à população de modo a diminuir o tempo de contato com os indígenas presentes no local de atendimento”. O registro do atendimento deve ser feito no prontuário do paciente e também deverá ser inserido no Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI), “no menor tempo possível”.

“O Plano de Contingência ainda orienta as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) e pede que os agentes indígenas de saúde e agentes indígenas de saneamento também recebam as informações para que possam ajudar na conscientização da comunidade sobre as medidas de prevenção e controle da doença, na identificação precoce de sinais e sintomas de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, informou por meio de nota o Ministério da Saúde.

Segundo a pasta, os integrantes das equipes multidisciplinares devem também ser capazes de compreender o fluxo de encaminhamento dos casos suspeitos da covid-19, bem como adotar as medidas de proteção individual diante de um caso suspeito.

Funai

Por meio de nota divulgada hoje (11), a Fundação Nacional do Índio (Funai) lamentou a morte do indígena Yanomami de 15 anos Alvaney Xiriana Pereira, da sub-etnia Xiriana, em decorrência da doença.

Alvaney estava internado no Hospital Geral de Roraima, onde faleceu no dia 9. Originário da comunidade Rehebe, o indígena teria apresentado os primeiros sintomas na comunidade do Boqueirão. Segundo a Funai, equipes de saúde já estão no local para “auxiliar no mapeamento daqueles que mantiveram contato com o jovem, além de realizar o isolamento do grupo para melhor acompanhamento”.

Acesso aos indígenas

No documento, o ministério apresentou uma série de recomendações à Funai que, entre outros assuntos, aborda o acesso às terras indígenas. No ofício, pede ao órgão indigenista que adote “medidas restritivas à entrada de pessoas em todos os territórios indígenas devido à vulnerabilidade das populações indígenas às doenças respiratórias”.

Também foi recomendadas restrições de acesso a territórios habitados por povos isolados ou de recente contato, o que inclui a necessidade de quarentena para profissionais de saúde e membros da Funai antes do acesso a esses povos.

Na nota divulgada pelo ministério, o secretário especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, diz que o material pode ser acessado por toda a comunidade indígena e não-indígena. “Fizemos questão de disponibilizar tudo no Portal do Ministério da Saúde, na área da Saúde Indígena, para que todos possam conhecer nossas recomendações, nossas ações e nos auxiliar na prevenção do Novo Coronavírus” disse o secretário.

Ao todo, 12 documentos foram produzidos e disponibilizados pela pasta, com informações e orientações destinadas aos 34 Distritos Especiais de Saúde Indígena responsáveis pelo atendimento a quase 800 mil indígenas aldeados em todo o Brasil. Os documentos podem ser acessados no site da Secretaria Especial de Saúde Indígena.

Redação

1 Comentário

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  1. Honestamente? Concedo, ainda com dúvidas, apenas 50% de crédito em qualquer ação deste governo, que vise ajudar, facilitar e melhorar as condições de vida e sustentabilidade da comunidade indígena. Muitas denúncias sobre as covardes agressões, desmatamentos e garimpos clandestinos, que foram efetuadas contra o povo, a mata e a terra reservadas as diversas tribos indígenas, por lei, envolveram membros e órgãos de governo como os principais incentivadores.
    Portanto, onde há fumaça há fogo que devasta floresta , há crimes impunes contra a população indígena e principalmente contra seus líderes ambientais, há poluição e mortandade de rios que eram ricamente sadios e há o olho gordo, demoníaco, ganancioso devastador do agronegócio, da mineração e da especulação territorial.

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