Segóvia se explica ao STF, e diz que não queria interferir

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, foi se explicar com o Supremo Tribunal Federal (STF). Ontem, dia 19, ele disse ao ministro Luís Roberto Barroso que não pretendeu ‘interferir, antecipar conclusões ou induzir o arquivamento’ do inquérito que envolve o presidente Michel Temer.
 
A explicação foi dada ontem, ao final da tarde, ao ministro Barroso, que é relator do inquérito. E se deu por cobrança do próprio magistrado, que queria explicações do diretor-geral da PF sobre uma entrevista dada à Agência Reuters na semana passada e que caiu como um raio na mídia.
 
Na malfadada entrevista, Segóvia disse que no inquérito em que Temer e outros acusados são investigados pela PF, com autorização do ministro Barroso, os ‘indícios são muito frágeis’ e sugeriu que o inquérito ‘pode até concluir que não houve crime’ e que o delegado responsável poderia ser alvo de correção administrativa se Temer reclamasse das perguntas que recebeu.

 
A explicação dada ao ministro foi de que suas declarações foram ‘distorcidas e mal interpretadas’, que não teve intenção de ameaçar com sanções o delegado responsável pelo caso e também ‘se comprometeu a não dar mais declarações sobre a investigação’. O encontro durou 30 minutos, sem declarações públicas no final.
 
Bom se destacar que quando o diretor-geral da Polícia Federal se ‘compromete’ a não dar declarações sobre uma investigação, a situação não é favorável a ninguém. Um diretor-geral tem responsabilidade muito maior do que com um determinado inquérito, ele é a vitrine de uma corporação e deve se comportar como tal. Quais as garantias de outros investigados?
 
Segóvia comentou, com jornalista e em entrevista, sobre inquérito envolvendo Michel Temer, o ex-deputado Rocha Loures e os empresários Ricardo Conrado Mesquita e Antônio Celso Grecco, da Rodrimar, que opera no Porto de Santos. Todos estão sendo investigados por suposto favorecimento da empresa por meio da edição do chamado Decreto dos Portos (9.048/2017).
 
Em janeiro, Michel Temer respondeu por escrito aos questionamentos dos delegados responsáveis pelo caso. A defesa de Temer afirmou que ele nunca foi procurado por empresários do setor portuário para tratar da edição do decreto. Rocha Loures, um dos investigados, segundo Temer nunca foi autorizado a fazer qualquer movimentação em seu nome. Temer escreveu: ‘Peço vênia para realçar a impertinência de tal questão, por colocar em dúvida a minha honorabilidade e dignidade pessoal’.
 
Com Agência Brasil
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

8 Comentários

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  1. Já que os indícios são frágeis, tem que manter isso aí, viu?

    A correção administrativa veio para o Segovia, não para o Delegado responsável pelo inquérito no qual são apuradas as maracutaias do Temer.

    Temer é o Honestino.

  2. Segóvia se explica…..

    Segóvia se explica? Não explica nada. Revela. Revela que malas de dinheiro, gravações, o ‘testa de ferro’ de Temer, Rocha Loures, o controle do maior porto da Am. Latina por Temer e Familia Covas, esta parte da Lava Jato será devidamente engavetada. Ou seja fará o serviço para o qual foi contratado. O Brasil é de muito fa´cil explicação (P.S. Depois da condenação pelo TRF4 sumiram as noticias e espetáculos policiais de Lava Jato. Coincidência? O Brasil é o país das coincidências)  

  3. Um caxorro não tem a intenção de engravidar a cadela sua mãe

    Um cachorro engravida a própria mãe, mesmo não tendo a intenção de fazê-lo. Tal qual um cachorro, o Segovia não queria interferir, mas interferiu.

    Mas, certamente, vai ficar por isso mesmo. A culpa é dos distorcedores e dos maus interpretadores.

    E todos estão satisfeitos com os esclarecimentos. A culpa é dos esquerdopatas, né, Zé $érgio?

  4. Eu proponho a mudança dos

    Eu proponho a mudança dos trajes do STF e da Policia Federal.Resultado de imagem para faNTASIA DE tartufo imagem

    “Posso dissipar-lhe esses temores ridículos, minha senhora, pois conheço a arte de afastar os escrúpulos. De fato, o Céu proíbe certos contentamentos; – é um celerado que fala – mas sempre se acha uma maneira de acomodar; conforme necessidades diversas, existe uma ciência destinada a estender os liames de nossa consciência e retificar o mal da ação com a pureza da intenção – fala de Tartufo na peça homônima de Moliere

    1. Tartufo ou O impostor

      Que boa lembrança, Vera. Tartufo tem conseguido muito bem manipular a uns e a outros com a promessa de poder. Ainda que este seja efêmero e todos esses estejam irremediavelmente comprometidos com este reinado putrefato. 

  5. Fico besta com…..

    A “valentia” do amigo Barroso e do STF…….mas é facil faze-los fechar o bico……So um milico peidar no fundo da sala e não se ouve mais  um pio……talvez um “sim, senhor, o senhor tem toda razão”…..

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