Jornal GGN – As manchas de óleo cru que tomaram 2200 quilômetros do litoral brasileiro já afetam o sustento de pescadores e a vida marinha sem que uma atitude mais efetiva tenha sido tomada pelo governo federal até o momento.
Em entrevista ao colunista do jornal O Globo Bernardo Mello Franco, o presidente da Comissão do Meio Ambiente do Senado, Fabiano Contarato (Rede-ES), ressaltou a imobilidade federal para lidar com a tragédia ambiental, além da falta de medidas para recolher o material e de informações sobre a origem do óleo despejado no litoral.
A falta de dados ficou clara na última quinta-feira, quando Contarato realizou uma audiência com representantes da Marinha e dos ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia.
O desinteresse também apareceu no Senado, uma vez que o presidente da Comissão de Meio Ambiente cancelou a sessão programada para a última quarta-feira pois nenhum dos 34 colegas compareceu – e no dia seguinte, apenas quatro dos 27 senadores do Nordeste apareceram na audiência sobre o vazamento de óleo.
As declarações do presidente Jair Bolsonaro (de que o vazamento teria sido “uma ação criminosa” para atrapalhar o leilão do pré-sal) foram igualmente criticadas por Contarato. Para ele, o presidente “já deveria ter decretado estado de emergência ambiental há muito tempo”.
Enquanto o jogo de empurra continua, cidadãos comuns acabam se expondo a riscos de saúde recolhendo o óleo em praias do litoral nordestino para evitar danos nos recifes de corais e nos manguezais. Em Pernambuco, voluntários se mobilizaram para retirar os detritos na praia de Carneiros no último final de semana. Cartões postais como Porto de Galinhas (PE) e Maragogi (AL) também estão em risco.
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