Senadores querem sustar última portaria assinada por Weintraub

Três projetos podem ser votados na próxima semana; portaria do MEC revogou recomendação de política de cotas para minorias em cursos de pós-graduação

Último ato de Weintraub como ministro da Educação foi revogar portaria de inclusão em programas de pós-graduação das universidades federais Foto: Reprodução

Jornal GGN – Três projetos no Senado Federal buscam sustar a última portaria assinada por Abraham Weintraub no Ministério da Educação (MEC), que revogou a recomendação de uma política de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência nos cursos de pós-graduação das universidades federais.

Os projetos para sustar a portaria foram apresentados pelo líder da Rede, senador Randolfe Rodrigues (AP), pela líder do Cidadania, senadora Eliziane Gama (MA), com a bancada do partido, e pelo líder do PT, senador Rogério Carvalho (PT-SE), com a bancada do partido e a senadora Zenaide Maia (Pros-RN).

Segundo informações da Agência Senado, o texto revogado por Weintraub é de 2016, e ele exigia das universidades federais a promoção de políticas de cotas em programas de pós-graduação. A norma em questão determinava que as instituições federais de ensino superior apresentassem propostas de inclusão em seus programas de mestrado e doutorado e criassem comissões para discutir e aperfeiçoar ações nesse sentido.

Durante a sessão deliberativa remota desta quinta-feira, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do PDL 284/2020 classificou a atitude do ministro de “infame”. Para ele, a portaria é inconstitucional e ofende direitos de minorias.

“No apagar das luzes da gestão do Ministro Weintraub, ele editou essa medida infame, que ofende os a particularidade dos direitos dos povos indígenas, ofende uma conquista histórica da luta do movimento negro brasileiro e ofende a evolução civilizatória de conquistas como essa das políticas de cotas. Nós não podemos permitir que isso avance”, disse Rodrigues.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, informou que os projetos apresentados nesta quinta-feira foram recebidos pela Secretaria Geral da Mesa e prometeu incluir os textos na pauta da próxima semana.

 

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Redação

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  1. Torço que Weintreub consiga o posto do Banco Mundial. Lá, sem seu público de loucos e ignorantes, verá o tamanho de sua mediocridade, será colocado em seu devido lugar. Comparo esse personagem que nem o genial Dias Gomes teria criado ( um ministro da educação analfabeto) a um Ed Wood do Mal. Ed Wood é considerado o pior diretor de todos os tempos, que acreditava de verdade que cada plano que dirigia era uma obra prima, assim como Weintreub tem a certeza de que se trata de um gênio incompreendido. Porém, ao contrário de Weintreub, Ed Wood era uma pessoa boa e generosa, sendo que foi o único a dar acolhida a um decadente e viciado Bela Lugosi, que se imortalizou no papel de Drácula. E o último ato de Weintreub no ministério, o fim da política de cotas para pós-graduação, mostra um triste paralelo com a Solução Final = quando o regime nazista se deu conta que a guerra não teria como ser ganha, decide, em 42, que antes que eles fossem derrotados, eles eliminariam da Europa os judeus, a quem eles sempre usaram de bode expiatório pra grave crise da Alemanha pós primeira guerra. Aliás, é algo que não descarto se Bolsonaro estiver com a certeza de que será tirado do poder = ordenar que suas milícias armadas e pms acabem com todos aqueles que defendem tudo o que Bolsonaro abomina, um assassinato no estilo Marielle em escala industrial. Obviamente Lula estará entre os primeiros nomes da lista.

    1. Nazismo? Que absurdo, amigo. A graduação já tem cota, de maneira que, segundo os defensores dessa política, a partir daí as injustiças foram corrigidas e todos estão no mesmo patamar. Querem agora a cota da cota, na pós? E depois o que virá? Precisamos é corrigir o desastre que se tornou o ensino público básico, coisa que nem o Weintraub nem ninguém nas últimas décadas fez.

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