Sob Moro, Ministério rejeita pesquisa nacional sobre drogas que custou R$ 7 milhões

Pesquisa realizada pela Fiocruz revelou que parcela de consumidores de crack é inferior a de outros tipos de droga. Resultado contraria discurso do governo sobre "epidemia de crack"

Foto: IsaacAmorim/AG.MJ

Jornal GGN – Desde o governo Temer e agora sob Bolsonaro, o Ministério da Justiça vem resistindo à divulgação de um estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), concluído em 2017, e que custou aos cofres públicos R$ 7 milhões. A pesquisa nacional, feita em domicílios, revelou que o Brasil tem 3,5 milhões de consumidores de drogas ilícitas. Mas um dos dados desagradou o governo: o consumo de crack ocorre entre 0,9% dos brasileiros, enquanto outras drogas, como álcool (16%), maconha (7,7%) cocaína (3%) e solventes (2,8%) lideram o ranking.

Oficialmente, a justificativa do Ministério da Justiça para não divulgar o resultado – que contraria o discurso do governo de que existe uma “epidemia de crack” – é a de que a metologia utilizada pela Fiocruz não permite comparação com pesquisas anteriores. A instituição nega e diz que adotou a mesmo metodologia da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (Pnad), levando às ruas mais de 300 pesquisadores e técnicos.

Ao Estadão, a professa da Universidade de Brasília Andrea Gallassi disse que “ignorar os dados da pesquisa é de uma irresponsabilidade enorme. As informações são essenciais para pensar nas políticas voltadas para essa população.”

O Ministério da Justiça, por outro lado, afirma que não vai usar a pesquisa para desenhar a Política Nacional de Drogas. O Ministério da Saúde de Bolsonaro também não reconhece o estudo.

Nesta semana, a Pasta de Sergio Moro enviou o caso para arbitragem da Câmara de Conciliação da Advocacia-Geral da União, que faz a ponte em conflitos entre órgãos públicos.

 

Redação

4 Comentários

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  1. Um país não tem como durar muito ficando ao dispor dos esquizofrênicos sociais. Ao menos a sanidade ficará bastante prejudicada. A esquizofrenia que é um distúrbio que afeta a capacidade da pessoa de pensar, sentir e se comportar com clareza, tem por característica principal, a incapacitação de lidar com a realidade. Talvez por isto que o esquizofrênico social prefira usar termos como: destruir o que está ai; refundar; mudar os métodos de verificação (IBGE, CENSO) – para mudar a visão e coisas do gênero.
    O aumento deste distúrbio socialmente trouxe deturpações como a chamada pós-verdade, as fakenews, as convicções acima das provas, as teorias conspiratórias.
    Infelizmente meus amigos, não tem cura. Preparemo-nos para o mundo maluco

  2. Não acredito que o suposto “baluarte” da moralidade nacional tenta desmoralizar dados de pesquisas colhidos por uma das mais respeitadas instituições brasileira, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Com a sua credibilidade em franca decadência e as diversas descobertas que podem lhe causar sérias punições, parece que o descontrole já interfere em suas avaliações e o faz declarar guerra, menosprezar e descartar o que é contrario a seus interesses ou ao que por ele seja criado e/ou proposto. É uma atitude estúpida, desequilibrada e arrogante, da parte dele, querer disputar profissionalismo, confiança, credibilidade e ética com a Fundação Oswaldo Cruz. Esse cara deve estar tá doidão pelas seguidas derrotas e pela decadente figura que está se tornando.

  3. Parece-me que o revisou cochilou no início do terceiro parágrafo: ‘professa’ deveria ser ‘professora’. Aliás, tenho a impressão que ‘professa’ até que está certo… na cracolândia.

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