Sobre cebolas e legumes

Por drigoeira

Aqui no Interior de SP, a cidade de São José do Rio Pardo, é a maior produtora de cebola do estado. Agora é período de colheita, os produtores estão recebendo o valor de 13 reais por saca de 40 kg de cebola no campo (o que dá 0,32 reais por kg). No supermercado da mesma cidade a cebola está sendo vendida a 1, 30 reais o kg.
Como uma situação destas se sustenta?

Por Raí

Caro Drigoeira, esta situação pode ser curada, apenas com a eliminação, por parte dos produtores de cebola desta região, assim como de outros produtos e de outras regiões tambem, com a união dos produtores, numa cooperativa local, bem administrada, que dispense a intermediação de outras pessoas, que distante do produtor, e próximo ao supermercadista, ganham mais do que ambos juntos, e sem sequer sair da comodidade de seus refrigerados escritórios de compra e venda.

Você cita a abismal diferença, entre o preço pago ao produtor(R$ 0,32 cents) e o preço de venda no supermercado(R$ 1,30 Reais o kg). E quando este legume(assim como o tomate, era vendido a cêrca d R$ 10,00 Reais, e o valor pago aos produtores destes legumes, era + ou – R$ 1,00 Real ?

Luis Nassif

10 Comentários

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  1. Acho que de Rio Pardo até o

    Acho que de Rio Pardo até o CEASA em Sp são uns 10 pedágios, não? De SP a Rio Preto são 24 pedágios (12 na ida e 12 na volta, onde morrem R$ 130,00 no pedágio) Uma contribuição tucana para a “jestão” eficiente e profissional de tudo.

  2. Parece que esse se tornou um

    Parece que esse se tornou um problema mundial. Ouço muito os produtores da Europa também reclamarem do preço pago pelos intermediarios dos grandes supermercados e do valor de revenda nos mesmos. Ja fizeram protestos jogando leite, distribuindo frutas e legumes e até pescadores distrubuido peixes.

    A ideia da cooperativa é boa, mas falta sim que haja mais regulamentação do setor supermercadista. São eles que levam a maior parte do bolo.  

     

     

    1. Desperdício
      Preste atenção no quanto é desperdiçado pelo supermercado quando vc fizer compra. Minha tese é que podem jogar fora, porque recebem os produtos praticamente de graça dos agricultores.
      Baixar o preço é que não pode de jeito nenhum.

  3. Tenho visto o preço

    Tenho visto o preço absurdamente barato da cebola e do tomate e me pergunto para que servem as Casas de Agricultura mantidas em todos os municipios. Não teria que haver uma ação orientadora por parte do governo estadual para impedir que os pobres produtores se lasquem deste jeito? 

    1. Faça uma visita
      Faça uma visita à Casa da Agricultura de seu município e pergunte quantos agrônomos existem por lá, depois pergunte quantos produtores tem.

  4. Emateres
    O preço da cebola nunca esteve no patamar de 10 reais como o do tomate este ano. E quando isto acontece é por uma fração de tempo. E também o preço sobe na velocidade de um raio, mas não desce nunca.
    Esta é a situação do campo no Brasil, o total abandono do governo. Sem falar que o produtor não paga em cebola, leite ou tomates, se isto acontecesse iria ser a salvação. Porque, prejuízo ou lucro no campo, os insumos usados para a produção já foram pagos antecipadamente, a mão de obra é paga por semana, e os bancos possuem as propriedades rurais como garantias de calote. Há tá, mas o governo do PT sempre dar o perdão da dívida.
    Não é mais barato e inteligente os governos retomarem as emateres nos estados e implantar um programa de organização da produção nacional? Atualmente está tudo nas mãos das multinacionais de venda de insumos.
    E as Casas das Agriculturas no Brasil inteiro, estão as traças.

  5. teste

    teste:

    o que custa MAIS caro no supermercado

    um quilograma de linguiça calabresa defumada marca Sadia

    um quilograma de pão, fabricação do mesmo supermercado?

    r.

    linguiça R$ 8,90 

    pão       R$ 9,00

    supermercado, manipulação de preço é o teu nome. todos os dias um preço fresquinho para voce!

    e.t. CONFIRA a nota fiscal emitida pelo supermercado. vai sobrar um pouquinho mais no fim do mes!

  6. cebolas e legumes

    A atomização da produção facilita a vida do atravessador, mas o que define mesmo é a concentração do varejo, o  Grande Império como chama o Van der Ploeg.Caso esses produtores se organizarem, melhorarão o seu preço, mas não será tto assim. Geralmente aumentam o risco de sua atividade, pq contratos de comercialização agrícola são muito sujeito a riscos.A melhor opção é a gente abrir mão do comodismo e ir as feiras, comprar direto do produtor é a melhor saída.

    1. Feira moderna

      A feira no Brasil não é igual as lá de fora. Não tem nenhum produtor lá, somente atravessadores, e os preços são tão caros quanto os supermercados.

  7. Como diria Assis: Ao vencedor, as batatas!

    Batata Show – Associação Brasileira da Batata

     Revista Batata Show – Ano 10 – n° 26 – março de 2010

    Editorial

    Grandes redes de supermercado: um mal necessário?

    Em 2010 a corrida dos supermercados continua: investimentos bilionários foram divulgados pelas maiores redes de supermercados que atuam no Brasil. A insaciabilidade parece que não cessará enquanto não estiver tudo dominado. O impressionante domínio dessas empresas pode ser nitidamente notado nas seguintes situações: 

    – Presença nas principais cidades do País. Após se instalarem nas grandes capitais e nas maiores cidades passaram a atuar em cidades médias e, atualmente, já estão instaladas em cidades com menos de 100 mil habitantes. Vale lembrar que o Brasil tem 26 estados e cerca de 6000 cidades.

    – Diferentes tipos de lojas para atender ou explorar todas as classes sociais – dependendo basicamente do tamanho são denominados hipermercados, supermercados e lojas de bairro ou de periferia. 

    – Diferentes formas de comercialização; além das lojas, essas grandes empresas também possuem locais para atender o mercado atacadista, vendas pela internet e recentemente evoluíram para o segmento de lojas de eletrodomésticos. O crescimento dessas empresas se deve também a outras situações:

    – Compra dos concorrentes – essas empresas compraram muitas redes de supermercados nacionais. Quando não foi possível comprar, os concorrentes se instalaram próximo e passaram a concorrer. Adivinha o que aconteceu? – Poder de barganha – em função do poder de venda,  essas empresas passaram a exigir dos fornecedores condições especiais para colocar seus produtos nas prateleiras. Diversas indústrias deixaram de vender devido às propostas indecentes dos supermercados. Por incrível que pareça, muitos fornecedores aceitam pagar para expor seus produtos nas prateleiras – o supermercado tem “bi lucro”. Será que as evoluções dessas empresas proporcionam benefícios ao Brasil? Será que aumenta a oferta de empregos? Será que reduz os preços à população? Será que afeta os pequenos supermercados e demais comerciantes? O que estão fazendo os pequenos comerciantes que foram excluídos? Será que os produtores são beneficiados? Será que é melhor para os consumidores? Qual o destino dos lucros? Será que é melhor ter meia dúzia de gigantescas redes de supermercados ou ter centenas de pequenos supermercados? Quais as consequências sociais para o País com esta concentração de renda? O que acontecerá a médio e longo prazos se esta evolução continuar? O que os governantes pensam e estão fazendo sobre a forma de atuação do varejo no País? Será que esta abertura comercial é recíproca às empresas brasileiras? As perguntas acima ficam como sugestões de reflexão, porém gostaria de opinar um pouco sobre a distribuição de produtos in natura pelas grandes redes de supermercados. Será que é melhor para os produtores de verduras, legumes e frutas do Brasil? Muitos produtores procuram vender para as grandes redes de supermercados; quase todos se decepcionam, ficam indignados e desistem de seguir vendendo. 

    Apesar da vantagem do pagamento em dia, algumas situações justificam a revolta de produtores: várias vezes o chefe de compras do centro de distribuição encomenda duas cargas de batata e depois que a mercadoria já foi entregue ele telefona ao produtor informando que uma das cargas foi reprovada por estar com “problemas”. Como podem duas cargas iguais serem diferentes? Será que na verdade o chefe de compras não errou na previsão? Na prática, o final dessa história é sempre o mesmo:  o produtor é obrigado a receber de volta a carga e tem que ficar quietinho, senão… Frequentemente os preços pagos aos produtores são os menores possíveis e ofertados aos consumidores de três a cinco vezes maiores. É comum os fornecedores (produtores ou atacadistas) venderem cebola a R$ 0,30/kg e o supermercado ofertar aos consumidores por R$ 1,50, ou batata a R$ 0,60 e R$ 2,20 respectivamente. Além disso, muitos produtores são convidados a doar ou vender sua produção a preços irrisórios para que os supermercados realizem promoções. Já ocorreu de grandes redes de supermercados ofertarem repolho a R$ 0,05/Kg e batata a R$ 0,02/Kg. 

    Infelizmente, a forma de comercialização dos supermercados contribui para reduzir o consumo de hortaliças. A falta de diálogo com os demais segmentos, a falta de interesse em proporcionar informações aos consumidores, os preços abusivos, a baixa qualidade dos produtos ofertados contribuem para a situação caótica que a maioria dos supermercados criaram ao ofertarem hortaliças aos consumidores. 

    Apesar de tudo, essas empresas continuarão a crescer indefinidamente no Brasil e não há dúvidas de que a distribuição de hortaliças continuará dependendo cada vez mais das grandes redes de supermercados.

    Diante dessa “sinuca de bico” sugerimos aos produtores buscarem algumas alternativas para não serem massacrados e excluídos, tais como:

    – Variedades Protegidas – é possível encontrar algumas variedades protegidas de batata que devem receber legalmente o pagamento de royalties. A ideia é simples – um grupo de produtores modernos unidos para produzirem e comercializarem, de forma controlada, batatas que proporcionem a satisfação dos consumidores.  

    – Modernização da Classificação – melhorar a classificação buscando atender as necessidades dos consumidores. Certamente, uma classificação que uniformize tubérculos de tamanhos similares contribuirá para aumentar o consumo. 

    – Centros de Distribuição – alguns produtores modernos deveriam se unir profissionalmente e construírem centros de distribuição em locais estratégicos para oferecer de forma diferenciada batatas ao mercado – variedades especificas, batatas classificadas por peso, embaladas adequadamente, com informações aos consumidores, etc.

    Apesar de se tratar de grandes desafios, deveríamos quebrar o paradigma de David e Golias, ou seja, melhor do que um vencedor são dois vencedores; produtores e supermercados ganhando de forma equitativa e proporcionando a satisfação dos consumidores.

    Antes de finalizar gostaria de insistir na pergunta: qual o destino dos lucros? Quantos estão cada vez mais ricos e quantos estão cada vez mais miseráveis? A sustentabilidade do mundo depende do equilíbrio social, econômico, ambiental, etc. Por isso tenho receio das consequências do crescimento da concentração de renda e a da massificante exclusão social. 

    Acrescente-se, nesta problemática do mercado de produtos do campo, na complexa planilha de custos não-contabilizados do agronegócio com os custos ocultos na alínea contábil dos recursos ambientais mobilizados na produção como, por exemplo, a quantidade de água usada na cadeia produtiva:

    peso /produto / água necessária 

    1 kg de batata =  262 litros

    1 kg de milho  =   920 litros

    1 kg de queijo =   3.133 litros

    1 kg de frango =  3.960 litros

    1 kg de salsicha =  11.670 litros

    1 kg de carne bovina = 15.680 litros

    fonte: revista Batata Show – Associação Brasileira da Batata e FAO – Land and Water Division.

     

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