Sobre palestras e a apropriação do público pelo privado, por Eugênio Aragão

Sobre palestras e a apropriação do público pelo privado

por Eugênio José Guilherme de Aragão

Credores têm melhor memória do que devedores (Benjamin Franklin).

Prezado ex-colega Deltan Dallagnol,

Primeiramente digo “ex”, porque apesar de dizerem ser vitalício, o cargo de membro do ministério público, aposentei-me para não ter que manter relação de coleguismo atual com quem reputo ser uma catástrofe para o Brasil e sobretudo para o sofrido povo brasileiro. Sim, aposentado, considero-me “ex-membro” e só me interessam os assuntos domésticos do MPF na justa medida em que interferem com a política nacional. Pode deixar que não votarei no rol de malfeitores da república que vocês pretendem indicar, no lugar de quem deveria ser eleito para tanto (Temer não o foi), para o cargo de PGR.

Mas, vamos ao que interessa: seu mais recente vexame como menino-propaganda da entidade para-constitucional “Lava Jato”. Coisa feia, hein? Se oferecer a dar palestras por cachês! Essa para mim é novíssima. Você, então, se apropriou de objeto de seu trabalho funcional, esse monstrengo conhecido por “Operação Lava Jato”, uma novela sem fim que já vai para seu infinitésimo capítulo, para dele fazer dinheiro? É o que se diz num sítio eletrônico de venda de conferencistas. Se não for verdade, é bom processar os responsáveis pelo anúncio, porque a notícia, se não beira a calúnia é, no mínimo, difamatória. Como funcionário público que você é, reputação é um ativo imprescindível, sobretudo para quem fica jogando lama “circunstancializada” nos outros, pois, em suas acusações, quase sempre as circunstâncias parecem mais fortes que os fatos. E, aqui, as circunstâncias, o conjunto da obra, não lhe é nada favorável.

Sempre achei isso muito curioso. Muitos membros do Ministério Público não se medem com o mesmo rigor com que medem os outros. Quando fui corregedor-geral só havia absolvições no Conselho Superior. Nunca punições. E os conselheiros ou as conselheiras mais lenientes com os colegas eram implacáveis com os estranhos à corporação, daquele tipo que acha que parecer favorável ao paciente em habeas corpus não é de bom tom para um procurador. Ferrabrás para fora e generosos para dentro.

Você também se mostra assim. Além de comprar imóvel do programa “Minha Casa Minha Vida” para especular, agora vende seu conhecimento de insider para um público de voyeurs moralistas da desgraça alheia. É claro que seu sucesso no show business se dá porque é membro do Ministério Público, promovendo sua atuação como se mercadoria fosse. Um detalhe parece que lhe passou talvez desapercebido: como funcionário público, lhe é vedada atividade de comércio, a prática de atos de mercancia de forma regular para auferir lucro. A venda de palestras é atividade típica de comerciante. Você poderia até, para lhe facilitar a tributação, abrir uma M.E., não fosse a proibição categórica.

E onde estão os órgãos disciplinares? Não venha com esse papo de que está criando um fundo privado para custear a atividade pública de repressão à corrupção. Li a respeito dessa versão a si atribuída na coluna do Nassif. A desculpa parece tão abstrusa quanto àquela do Clinton, de que fumou maconha mas não tragou. Desde quando a um funcionário é lícita a atividade lucrativa para custear a administração? Coisa de doido! É típica de quem não separa o público do privado. Um agente patrimonialista par excellence, foi nisso que você se converteu. E o mais cômico é que você é o acusador-mor daqueles a quem atribui a apropriação privada da coisa pública. No caso deles, é corrupção; no seu, é virtude. É difícil entender essa equação.

Todo cuidado com os moralistas é pouco. Em geral são aqueles que adoram falar do rabo alheio, mas não enxergam o próprio. Para Lula, não interessa que nunca foi dono do triplex que você qualifica como peita. Mas a propaganda, em seu nome, de que se vende regularmente, como procurador responsável pela “Lava Jato”, por trinta a quarenta mil reais por palestra, foi feita de forma desautorizada e o din-din que por ventura rolou foi para as boas causas. Aham!

Que batom na cueca, Deltan! Talvez você crie um pouco de vergonha na cara e se dê por impedido nessa operação arrasa a jato. Afinal, por muito menos uma jurada (“Schöffin”) foi recentemente excluída de um julgamento de um crime praticado pelo búlgaro Swetoslaw S. em Frankfurt, porque opinara negativamente sobre crimes de imigrantes no seu perfil de Facebook (http://m.spiegel.de/panorama/justiz/a-1152317.html). Imagine se a tal jurada vendesse palestras para falar disso! O céu viria abaixo!

Mas é assim que as coisas se dão em democracias civilizadas. Aqui, em Pindorama, um procuradorzinho de piso não vê nada de mais em tuitar, feicebucar, palestrar e dar entrevistas sobre suas opiniões nos casos sob sua atribuição. E ainda ganha dinheiro com isso, dizendo que é para reforçar o orçamento de seu órgão. Que a mercadoria vendida, na verdade, é a reputação daqueles que gozam da garantia de presunção de inocência é irrelevante, não é? Afinal, já estão condenados por força de PowerPoint transitado em julgado. Durma-se com um barulho desses!

 
Redação

48 Comentários

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  1. O juiz do caso Microsoft

    Eugênio Aragão fala do caso, na Alemanha, de uma jurada excluída do processo por comentários em redes sociais.

    No início deste século, nos EUA, o juiz Thomas Jackson foi excluído de um processo contra a Microsoft por ter dado UMA entrevista sobre o caso.

    Mas, como costuma dizer o juizticeiro Moro, não vem ao caso.

    1. Esse critério americano não

      Esse critério americano não pode ser usado aqui, se não vai ter juiz do STF que nunca mais participa de um processo.

    2. O MP pode e deve ser parcial. O juiz, não

      O Deltan Dallagnol, enquanto Procurador, representa a sociedade, sendo, portanto, parte no processo. Ele pode e deve ser parcial. Quem deveria ser imparcial era o $érgio Moro.

  2. Fascistas amarelos

    Um bando, com valores fascistas, apropiou-se de parte do sistema Judiciário para atuar politicamente, contra a legislação que um dia esteve vigente.

    Dallagnol acusa sem provas. Moro prende primeiro e depois condena sem provas. Gebran (desembargador do TRF 4 e amigo íntimo de Moro) ratifica as sentenças de Moro e às vezes até amplia o tamanho das penas.

     

  3. ….

    Caro Aragão,

    Pelo que entendi no seu texto o procurador mencionando, e qualquer outro funcionario publico que o mesmo fizesse, cometeu no minimo 03 infrações para não dizermos crimes.

    Se meu entendimento está correto, ele se utilizou seu conhecimento do conteúdo da operação lava-jato, publico e em segredo de justiça, para elaborar as paletras.

    Sendo assim também caberia a abertura de um braço da operação para investigar que tem se beneficiado com esta operação?

    Seria muito interressante ver os procuradores investigando os seus pares e o juiz julgando os mesmos.

  4. Caro Eugenio Aragão, não seja injusto com o Dallagnol.

    Caro Eugenio Aragão, não seja injusto com o Dallagnol, pois se ele ganha dinheiro especulando com imóveis do “Minha Casa Minha Vida”, certamente é porque pretende usar este recurso financeiro para combater a corrupção, pois outro motivo não haveria, aliás sugiro a ele que comece a cobrar 10% dos salários de seus seguidores para ampliar estes recursos, desta forma acabaremos de vez com a corrupção em nosso País.

    AMÉM !!!

  5. depois dessa espinafração,

    depois dessa espinafração, posso riscar o nome do power point boy do meu dicionário está reduzido a pó. não merece mais uma linha. Parabéns, Ministro Aragão, por escrever com toda propriedade o que estava entalado. 

  6. MP processa no RS

    Solidariedade

    Processados, pais de vítimas da Kiss recebem apoio nas redes sociais

    Familiares de jovens mortos no incêndio podem ser condenados, enquanto os responsáveis pela tragédia seguem impunes 

     Por: Zero Hora18/06/2017 – 17p3min | Atualizada em 18/06/2017 – 17p3minCompartilharProcessados, pais de vítimas da Kiss recebem apoio nas redes sociais Reprodução / Facebook/FacebookFoto: Reprodução / Facebook / Facebook

    Processados pelo MP, pais das vítimas da Boate Kiss vão recorrer à OEA

        

  7. Além das palestras

    Circulando recentemente por uma grande livraria, deparei-me com um livro sobre corrupção e lava jato. Autor: esse mesmo procurador, Deltan Dellagnol. A minha dúvida: tem tempo para palestras, escrever livros, “investir” no mercado imobiliário, mas e tempo e disposição para participar das audiências da lava jato? Parece que não há, afinal não esteve em uma sequer para enfrentar Lula. E o meu (nosso) dinheiro sendo gasto no alto salário e penduricalhos deste “atuante” procurador.

  8. Pois é, o que Dallagnol faz é

    Pois é, o que Dallagnol faz é a mais pura e perfeita forma de corrupção passiva. Artigo 317 do CP, textualmente:  “solicitar ou receber, para si ou para outros, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.”

    Note-se: “para si ou para outros”. Não impora se Dallagnol enfia o que ganha no próprio bolso ou se vai doar a uma ONG ou ao diabo. Não pode receber “vantagem indevida” sem ficar exposto ao rigor da lei. Se quem está encarregado do cumprimento da lei não está cumprindo com suas obrigações, aí já é problema dele. E é mais um crime: prevaricação.

    Aliás a fama já é uma vantagem indevida. Exceto se o cargo público fosse “Celebridade”, fama e prestígio, mesmo que não revertessem em pecúnia, já seria algo indevido ao cargo. E isso piora muito quando há dinheiro envolvido. E pode-se incluir sem o menor risco de incorrer em imprecisão, o mesmo crime ao juiz Moro, quando aceita prêmios de firmas da iniciativa privada, seja em forma de troféus ou em forma da mercadoria que essa firma produz e vende. Por exemplo, a firma “Globo” produz e vende fama e prestígio. E não cobra pouco, hein?

    Qual é a diferença entre o fiscal em cujo bolso é enfiado um pacote de dinheiro e juiz ou promotor que recebe prêmio da iniciativa privada?

    E o pior: fazendo com que seus trabalhos resultem em perda da soberania nacional!
     

    Essa turma da “Lava Jato” está tão emporcalhadamente impregnada de corrupção que pouco ou nada sobra do Direito ali. É um que quer comissão sobre recuperação de produto de crime, outro que quer atravessar o mínimo de conquista civilizatória tentando obter algo que só nas mais delirantes ficções alguém tem (007 tem licença para matar, incorrer em crime sem ser punido)…

    Não se pode jogar assim na lata do lixo o Direito como instituição. O certo seria essa turma ser afastada da vida pública sem vencimentos, com obrigação de devolver o que obteve indevidamente e mais: exemplarmente ser desonrada na mesma medida em que recebeu – ainda que não tenha solicitada – o capital da fama: desonrada publicamente.

    1. Veja que o art. 317 não fala

      Veja que o art. 317 não fala em dinheiro, fala em vantagem indevida. Ora, se o acesso do funcionário público, em função do cargo pelo qual responde, ao mercado de palestras especificamente, mas à fama de forma genérica, inclusive para vender livro, não é vantagem indevida, não sei o que seria isso.

      Até quando as pessoas do CNJ, da Corregedoria e de outras instituições de controle do judiciário continarão prevaricando?

  9. Palestras

    Me parece que não só o Dallagnol dá palestras. Também o Moro vai para baixo e para cima dando palestras, até no EUA. Pagas ou não pagas, acho que eles não deveriam falar sobre casos em que estão envolvidos como procuradores ou juizes.

    Isso é, além de antiético, anti-jurídico!

    Em todo caso, parece que a empresa que geriva as palestras do menino bonitinho temente à Deus tirou a tal página, mas aqui está:

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/empresa-que-agenciava-palestras-de-dallagnol-retira-pagina-sobre-procurador-do-ar/

  10. O Sr. Aragão deixa clara a

    O Sr. Aragão deixa clara a mancha na cueca de Dallagnol. Não fosse a blindagem midiática ainda existente para essa turma, ele valeria tanto quanto uma casa decimal na astronomia. No Brasil atual, a escala é outra. Digamos que com esse episódio, ele naõ queimou, mas conseguiu chamuscar seu próprio filme. 

  11. Me inspirei no judiciário
    Me inspirei no judiciário brasileiro quando fiz um acordo com os espiões americanos aqui postado nos comentários ggn,e coincidentemente Trump demitiu poucos dias depois o diretor do FBI,quando leio as interpretações pessoais dos ministros do STF em casos distintos,lendo a palestra do Dallagnol no Hyatt,dizendo em tom de chacota q “Dizem q nós demos um golpe e agora estamos dando o golpe no golpe”,,pensei, eles vivem em um mundo particular deles mesmos,a Lavajato fica mais de dois anos mirando Lula e os seus seletivamente e o cara vem agora com essa de isenção!E mais,quem mudou o jogo foi a Lavajato do Janot,não a dele, então criei o meu mundo mesmo tb e acredito nele é POR ISSO Q ESTÁ DE PÉ O MEU ACORDO E TENHO CERTEZA Q SE EFETIVARÁ,MEUS AMIGOS ESPIÕES NOS DARÃO A MORO E LULA CUMPRIRÁ A SUA PARTE TB !!

  12. FHC DÁ ULTIMATO À GLOBO? OU ACABA A LAVA JATO OU ELEGEMOS LULA?

    FHC DÁ ULTIMATO À GLOBO? OU ACABA A LAVA JATO OU ELEGEMOS LULA PRESIDENTE? (E COM LEY DE MEDIOS?)

    Por Romulus & Núcleo Duro

    Vamos para mais uma rodada de análise, pessoal?

    Destaques:

    Ouviram a última?

    – FHC “quer” (aspas!)… “Diretas Já”?!

    – Será que “quer” mesmo?

    Ou…

    – Apenas se utiliza do “fantasma” de Lula, favorito nas pesquisas ~hoje~, para dar um ultimato à Globo e aos juristocratas:

    – Ou param com a caçada e o abate da classe política (ou pelo menos dos meus amigos) ou…

    – Vem aí o governo “Lula 3”!

    – E, “depois de tudo o que vocês fizeram”, certamente desta vez com Ley de Medios (!)

    Mas…

    – O PT e Lula estão dentro ou fora do Acordão?

    – Aliás, nesse tocante (e em todos os demais…):

    – PT = Lula??

    – Blogosfera “progressista” e o “Fora Temer” ~da~ GLOBO: mais uma vez, a dificuldade/ falta de vontade de sair da pauta imposta pelo Cartel Midiático. Comem o “prato feito” – e sem reclamar muito!

     

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  13. Sobre palestras e a apropriação do públ … por Eugênio Aragão

    Caro Eugênio Aragão, agradecimento pelo EXCELENTE TEXTO, voce falou todo o necessario para evidenciar que este … (mal funcionnario publico) esta cometendo irregularidades e reincidindo, então o que deve ser feito pelos ilicitos cometidos … ou vai ficar igual ao caso da autoridade que foi gravada na garagem do palacio jaburu com confições sobre irregularidades e compra de silencio e de autoridades e tudo fica por isso mesmo … !!! Niguem do JUDICIARIO vai tomar providencia … so nos o Povo Brasileiro que levamos ferro, pagamos impostos para darmos um gordo salario e mais bonificações para esta “galera” e ainda nos fazem de trouxa na frente dos nossos filhos, ja estou me sentindo mais que humilhado, ora bolas … !!!

    1. PowerPoint

      Esse do “PowerPoint transitado em julgado” é muito engraçada…. kkkk

      O nível de ridículo aceito por aqueles que hoje odeiam a esquerda por conta da grande mídia chega a assustar.

      As pessoas pré-julgam sem a menor cerimônia.

      Precisaremos muito tempo ainda para que a influência da mídia vendida e de grupos religiosos seja reduzida a ponto de a lucidez voltar. 

      Agora: Dalaghol, Moro e cia., estes passarão.

       

  14. o evangelho para evangélico

    Um judeu que foi crucificado e morto a 1987 anos atrás disse: – doutores da lei e fariseus, hipócritas, semelhantes sepulcros caiados,que por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos e imundície. (Mt23,27). O promotor evangélico poderia ler o Evangelho com o espírito do texto, caso contrário poderá arder no fogo da geena. O inferno é o local de ausência de luz. Há tempo de arrepender.

  15. Já entraram com processo
    Já entraram com processo contra os crimes de Deltan?
    Ele tem que ser exonerado do cargo, perder os benefícios, ser multado e preso.

    A pergunta que fica é essa: Entraram com processo contra os crimes desse procurador?
    O juiz Moro é outro que tem que ser processado e exonerado do cargo. Eles estão ricos de tanto dar palestras, usando dos poderes do cargo que ocupam, e da publicidade das ações que atuam e julgam.
    Demissão e cadeia neles!

  16. Sobre palestras e a apropriação do público pelo privado, E. Ar.

    O DELTAN DALLAGNOL se você não FOSSE tão DESONESTO podia dormir sem ter que escutar estas verdades de EUGÊNIO ARAGÃO, um conselho enquanto ainda dá tempo PEDE PARA DEFECAR e SAI.

     

    Esse tipo lembra-me os santos de extrema direita DEMÓSTENER TORRES e PEDRO TAQUES (caixa dois de MT).

  17. Ministro da Justiça

    Eugênio Aragão, se você tivesse sido Ministro da justiça antes, infelizmente o foi ao apagar das luzes do governo Dilma, provavelmente a situação do Brasil não estaria esse buraco sem fim.
    Você ainda fará grandes coisas pelo Brasil, além do que já tem feito!!
    Um orgulho pra nós brasileiros. Muito orgulho!!!!!!!!

  18. Obrigado Dr. Eugênio. A

    Obrigado Dr. Eugênio. A esperança é que nesse front jurídico tenham outros iguais ao senhor.

    Se tem uma coisa que demonstra cabalmente a fragilidade de nossas instituições e que, definitivamente, confirma que somos uma republiqueta de bananas é a exposição do judiciário nesses últimos anos. Não sabia que o nível dos ministros “supremos”, juizes e procuradores era tão baixo, tão medíocre.

  19. É a suruba, dr Aragão, é só a suruba

    Resta saber a posição nessa suruba geral que adota esse que:

    …Os brasileiros se acostumaram a ver pela TV, o procurador longilíneo, de bochechas rosadas, cabelo bem aparado, óculos de aro fino e trajado de terno preto quando irrompe um novo ato bombástico da operação – o mais recente foi a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ….

    Que p**** é essa: procurador longilínieo de bochechas rosadas….???

    Garotinho lindo da mamãe, um fofura, não?

    A piada é pronta.

  20. Tal qual o Aécio, Deltan tem uma visão patrimonialista do poder

    Quando foi descoberto que o Aécio Neves tinha se apropriado indebitamente de um aeroporto público, o Elio Gaspari justificou a maracutaia do Aécio nos seguintes termos:

    “A pista de Cláudio incomoda, mas deriva de uma visão patrimonialista do poder. A impaciência imperial é bem outra coisa. Reflete a um só tempo a ideia de que, seja o que for o que se discute, daqui a um mês o assunto estará esquecido, ou ainda que manda quem pode e obedece quem tem juízo, inclusive parando de perguntar o que não deve. Trata-se de um erro crasso de conduta política, até mesmo de marquetagem”.

    https://oglobo.globo.com/opiniao/a-impaciencia-imperial-de-aecio-13424050 Tal qual o Aécio Neve$, o Deltan Dallagnol tem uma visão patrimonialista do poder. E isso justifica que ele divida o tempo que deveria ser dedicado exclusivamente ao MPF com suas palestras de interesse privado. 

  21. O Dallagnol deveria fazer como o Ex-Procurador Marcelo Miller
    Ex-procurador Marcelo Miller, que atuava na Lava Jato até março, deixou o MPF para a área privada na véspera da conversa entre Joesley e Temer

    Fonte: Último Segundo – iG @ http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Ts-Afg0546IJ:ultimosegundo.ig.com.br/politica/2017-05-23/marcelo-miller-janot-joesley.html+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

    Ex-procurador Marcelo Miller, que atuava na Lava Jato até março, deixou o MPF para a área privada na véspera da conversa entre Joesley e Temer

    Fonte: Último Segundo – iG @ http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Ts-Afg0546IJ:ultimosegundo.ig.com.br/politica/2017-05-23/marcelo-miller-janot-joesley.html+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

     

    Ex-procurador Marcelo Miller, que atuava na Lava Jato até março, deixou o MPF para a área privada na véspera da conversa entre Joesley e Temer

    Fonte: Último Segundo – iG @ http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Ts-Afg0546IJ:ultimosegundo.ig.com.br/politica/2017-05-23/marcelo-miller-janot-joesley.html+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

    O Ex-Procurador Marcelo Miller utilizou as informações privilegiadas a que tinha acesso em função do seu cargo para orientar o Joesley Batista e depois disso pediu exoneração do Ministério Público e foi ser advogado do Joesley. O Deltan deveria fazer a mesma coisa, isto é, em vez de ficar utilizando as informações privilegiadas a que tem acesso em razão do seu cargo para seus interesses particulares, ele deveria pedir exoneração e se dedicar a dar palestras.

  22. Sobre palestras e a apropriação do púbico pelo privado

    Nossas Instituições, caríssimas, estão sendo transformadas em palcos para desfile de vaidades, injustiças e masturbação das elites, internas e externas.

  23. Muito mais valerá a pena fazer uma palestra que um parecer

    Descoberta essa galinha dos ovos de ouro no mercado de palestras, os Procuradores da Carwash deveriam renunciar coletivamente não à Lavajato mas ao MPF pois certamente valerá mais a pena fazer uma palestra do que fazer um parecer previdenciário ou se arriscar investigando poderosos.

    “Muito mais valerá a pena fazer um parecer previdenciário do que se arriscar a investigar poderosos”. – Procurador Federal Carlos Fernando

    Dando palestras, os Procuradores ficam com maior independência financeira.

  24. Aposentado, Eugênio Aragão precisa tomar cuidado

    Eugênio Aragão expôs neste artigo demolidor o que muitos de nós gostaríamos de dizer ao fanático religioso-yankee-yuppie, ocupante de uma cargo no MPF, de nome Deltan Dallganol. Como observou o atento leitor Sandro Pavezzi, Dallagnol cometeu no mínimo três crimes.

    Se levarmos em conta outras pataquadas do ‘pastor-procurador’, constataremos que o número de crimes  é bem maior. Carlos Fernando Lima e outros ‘companheiros’ de Dallagnol na Fraude a Jato são tão criminosos quanto ele. Dos delegados aecistas nem preciso citar o rol de crimes, mostrados e comprovados na série histórica de reportagens de Marcelo Auler.

    Os crimes em série de sérgio moro são ainda mais notórios, mas pelo fato deste torquemada ocupar o cargo de “juiz federal” poucos tiveram a coragem de chamá-lo pelo que de fato é, apontando os crimes e as penas previstas nos códigos legais. Eugênio Aragão ensaiou uma denúncia, ao abordar o seqüestro judicial do Ex-Presidente Lula e a divulgação criminosa de conversa da Presidenta Dilma por esse juiz de piso. Mas não se aprofundou no assunto.

    Mas Eugênio aragão precisa tomar cuidado. Pois se contra um procurador do MPF, Ângelo Goulart Villela, Janot e comparsas mais próximos não hesitaram em assassinar reputação, pedindo a prisão de alguém que até pouco tempo era de sua estrita confiança apenas com base numa delação de advogado de criminoso confesso, o que não serão capazes de fazer com um Ex-Procurador da República que teve a coragem de desmascará-los e confrontá-los pùblicamente? Aragão deve estar atento ao que aconteceu com o jornalista Eduardo Guimarães e com o delegado da PF Mário Fanton, que investigou e relatou crimes de outros DPFs da SR-DPF/PR.

  25. Desabafo sem alívio

    Ontem comentei nesse artigo e hoje, vendo se tem alguma resposta a meu comentário, reparei que há gente se sentindo aliviada pela manifestação do Dr. Eugênio, e me incomodei com esse alívio.

    Pessoalmente – como se isso tivesse alguma importância – não me sinto nem um pouco aliviado pelo fato de vir à luz o que Dellagnol, Moro etc. preferem que não seja comentado. Diria até que me inocomo mais ainda com o fato desses crimes virem à luz e continuarem impunes, quase como se eu preferisse que, se for para continuarem impunes, melhor que continuassem escondidos, ou pelo menos que a gente continuasse censurando nossa própria expressão.

    Eses crimes estão em continuidade delitiva e de nada adiantará tê-los denunciado se não forem interropidos e punidos. Aliás se foram trazidos à luz e não forem punidos, os criminosos se sentirão mais à vontade ainda para continuarem delinquindo.

    1. Nesta eu discordo de ti, Renato.

      Caro Renato Lazzari,

      Desde os tempos em que comentávamos matérias do OI, leio com atenção teus comentários. Mas discordo desta tua obervação, de que é melhor manter escondidos os crimes dos lavajateiros a divulgá-los e permanecerm impunes. Os crimes dos lavajateiros golpistas estão impunes não porque estejam sendo divulgados; aliás, a maior certeza de impunidade viria do encobrimento desses crimes. Não somos nós, cidadãos trabalhadores e cumpridores do dever, os responsáveis por essa impunidade, mas o PJ, que coonesta ou participa também da trama golpista e de muitos desses crimes.

      O golpe foi desmascarado exatamente porque a trama foi destrinchada e o cadáver submetido a exumação e autópsia, por parte da mídia independente, de algumas boas cabeças da Acaemia e por cidadãos bem informados, indignados e altamente politizados. Se a trama golpista não tivesse sido desmascarada e exposta, você acha que as quadrilhas do MT do PMDB, do PIG/PPV e da Fraude a Jato não estariam ‘por cima da carne seca’ viajando o mundo e proferindo palestras sobre como ‘combater a corrupção’?

      No TSE GM “pariu um mateus” e teve enorme ônus para embalá-lo; o fedor persiste e acompanha GM, por onde ele andar. O STF foi omisso, cúmplice e conivente com o golpe e também carrega consigo o fedor dessa patranha. A Globo foi o principal agente do PIG/PPV em prol do golpe; está desmascarada, desacreditada, perdendo audiência e faturamento; alguns especulam que a Globo esteja falidade  em processo de venda para grupos mexicanos; fato é que a Globo pariu o golpe e agora quer se livrar de MT e camarilha, colocando nolugar deles uma ‘vaca de presépio’ que faça o mesmo que essas quadrilhas vêm fazendo, porém com as fraldas menos sujas.

      Rodrigo Janot foi desmascarado e também está com o traseiro sujo e fedorento exposto à luz solar. Sérgio Moro, até outro dia ídolo da extrema direita nazifascistóide, pedeu o protagonismo e pode passar de herói a vilão, quando a canoa virar. Observe que TODOS os golpistas estão irremediavelmente desmascarados; o PSDB está na lama e na fossa. Sem outros golpes e manobras imundas nenhum desses golpistas sobreviverá o ao julgamento implacável da História, que está vindo quase junto com os crimes cometidos por essas quadrilhas.

    2. Deltan Dallagnol

      Chegar aos 50 e cair ficha que que o nosso país tem dono! É uma monarquia com verniz de democracia. Eu você estamos revoltados, mas há milhões de servos da classe média que têm uma fé inabalável de que, mesmo que o ato não seja ético, se justifica se for contra os inimigos do poder. É por isso que as denúncias contra eles não tomam corpo. Se não aparecer no JN “que faz parte da monarquia”, nada acontece! Não perca as esperanças, nada vai mudar, exceto se acontecer a queda da bastilha por aqui.

    3. Deltan Dallagnol

      Chegar aos 50 e cair ficha que que o nosso país tem dono! É uma monarquia com verniz de democracia. Eu você estamos revoltados, mas há milhões de servos da classe média que têm uma fé inabalável de que, mesmo que o ato não seja ético, se justifica se for contra os inimigos do poder. É por isso que as denúncias contra eles não tomam corpo. Se não aparecer no JN “que faz parte da monarquia”, nada acontece! Não perca as esperanças, nada vai mudar, exceto se acontecer a queda da bastilha por aqui.

    4. Sobre desabafo sem alívio

      Concordo com o comentário sobre a „falta de alívio“  que esse tipo de desabafo nos trás. Entendo que é importante denunciar mas, ao mesmo tempo me angustio com o fato que, sendo do conhecimento de tanta gente importante, esses mal feitos sigam ocorrendo. Como cidadã comum trabalhando fora da área  do direito ou da justiça, me sinto cada vez mais impotente diante da irresponsabilidade dos agentes públicos. Quando vejo, leio ou ouço uma pessoa com a posição e capacidade do Sr. Aragão    simplesmente reclamando como eu, ou seja parecendo tão impotente quanto tempo eu, sinto angústia e „anti-alívio“.

  26. Pisa devagar no Golden Boy Curitiboca

    Dr Aragão, excelente texto. Só fico receoso do menino golden boy curitiboca de bochecas rosadas não conseguir mais dormir a noite depois desse esculacho.

    1. Não perde teu tempo com este tipo de preocução.

      o menino maluquinho de curitiba dorme, sim. No lugar da consciência existe um oco onde ele guarda as convicções.

  27. A defesa do ladrão de galinhas

    Pois depois de muito esforço, envolvendo até cooperação da Interpol e talvez algumas dicas da CIA, a polícia finalmente conseguiu prender o famoso ladrão de galinhas, Galan Gallignol.

    A defesa do larápio imediatamente entrou com pedido de habeas corpus, alegando que:

    1 – A utilização culinária dos galináceos sempre foi objeto de interesse profissional e acadêmico do requerente, Galan Gallignol, devidamente qualificado nos autos, o qual escreveu sobre o tema em 2012 e há mais de década trabalha na área.

    2 – O requerente está convicto de que o seu papel não se restringe apenas a esfera gastronômica, cabendo-lhe atuar na área redistributiva. Por essa razão, resolveu trabalhar na questão galinácea não apenas na frente do fogão, mas também na frente dos galinheiros, por meio de métodos em que pode promover valores de degustação destes nobres animais e exercer seu refinado bom-gosto.

    3 – A maior parte das galinhas foi comprada em supermercado e apenas algumas foram furtadas de proprietários bastante ricos e que não tinham real necessidade de tantas galinhas. Por outro lado, o requerente nunca trabalhou para nenhum restaurante que pudesse ter interesse em seus famosos supremes e canjas (quem divulgou informação em contrário agiu sem autorização do requerente e estão sendo adotadas providências para que cessem a indevida divulgação).

    4 – Dentro do mesmo espírito, no caso de galinhas eventualmente furtadas, o requerente tem destinado as canjas e supremes a entidades filantrópicas ou de divulgação das propriedade culinárias dos galináceos.

    5 – Embora pudesse dar destinação pessoal aos pratos, como muitos profissionais da área pública e privada fazem, o requerente optou por doar praticamente tudo para que não houvesse dúvidas de que a sua motivação é apenas contribuir modestamente, como qualquer cidadão de bem, para um país com menos fome e mais cultura gastronômica.

    6 – O requerente fritou, assou e cozinhou galinhas em grandes eventos em 2016 e o valor, nos casos em que houve pagamento, foi INTEGRALMENTE destinado para a construção do restaurante popular Frango de Ouro, uma entidade filantrópica que contribuirá com o combate à fome e à subnutrição em vários locais do país. Em 2017, após descontado o valor de 10% para despesas pessoais e os tributos, os valores estão sendo destinados a um fundo que será empregado em despesas ou custos decorrentes da atuação de servidores públicos em operações de combate à fome, para o custeio de iniciativas contra a subnutrição e a inanição, ou ainda para iniciativas que objetivam promover, em geral, a segurança alimentar de nosso sofrido povo.

    7 – O requerente nunca divulgou isso antes para evitar que tal atitude fosse entendida como ato de promoção pessoal. Contudo, diante de ataques maldosos e mentirosos, reputa conveniente deixar isso claro para evitar qualquer dúvida de que o que o motiva é o senso de dever, como chef de cuisine e como cidadão.

    Assim, tendo em vista que a maior parte das galinhas nem foi furtada, e que as que efetivamente o foram serão destinadas a finalidades gastronomicamente elevadas e socialmente relevantes, requer sua soltura imediata e direito de resposta na revista Enxerga, na qual se compromete a divulgar uma de suas mundialmente famosas receitas de frango assado.

    Pede e espera deferimento.

  28. Eugênio Aragão, “…uma pedra no meio do caminho”

    Ler os artigos de Eugênio Aragão é um exercício revigorante pela veemência assertiva de suas opiniões inatacáveis. Dele posso afirmar que é “…uma pedra no meio do caminho” desses ensandecidos deslumbrados.

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