Sócios da Yacows convocados para depor na CPMI das Fake News

Depoimentos de Flávia Alves e Lindolfo Alves Neto estão programados para o próximo dia 19; empresa é suspeita de usar dados fraudulentos para enviar mensagens de propaganda política em massa

Hans River do Rio Nascimento (foto) trabalhou para os irmãos Lindolfo Alves Neto e Flávia Alves, proprietários da Yacows na agência Kiplix; irmãos também são donos da Deep Marketing. Foto: Reprodução/TV Senado

Jornal GGN – Os sócios da agência de marketing digital Yacows, Flávia Alves e Lindolfo Antônio Alves Neto, foram convocados para prestar depoimento à comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) das Fake News. A oitiva está programada para o próximo dia 19, às 13 horas, no Senado Federal em Brasília.

“Segundo os relatos, a empresa cadastrava celulares com nomes, CPFs e datas de nascimento de pessoas que ignoravam o uso de seus dados. Ainda segundo as denúncias, a linha de produção de mensagens funcionou ininterruptamente na campanha eleitoral de 2018, podendo ainda estar em operação”, diz a convocação do Senado Federal.

A Yacows é suspeita de usar dados fraudulentos, como nomes e CPFs sem autorização, para registro em aplicativos de mensagens de viabilizar o disparo em massa de mensagens de propaganda política.

Segundo reportagens de Patricia Campos Mello, do jornal Folha de São Paulo, a empresa de marketing digital prestou serviços a vários políticos e foi subcontratada pela AM4, produtora que trabalhou para a campanha eleitoral do hoje presidente Jair Bolsonaro.

A jornalista teve acesso a uma série de documentos apresentados por Hans River do Rio Nascimento, que descreveu a atuação de três agências coligadas: Yacows, Deep Marketing e Kiplix, que funcionam no mesmo endereço em Santana (zona norte de São Paulo) e pertencem aos irmãos Lindolfo Alves Neto e Flávia Alves.

Nascimento esteve empregado pela Kiplix de 9 de agosto a 29 de setembro com salário de R$ 1.500. Segundo seu relato, as empresas cadastraram celulares com nomes, CPFs e datas de nascimento de pessoas que ignoravam o uso de seus dados. Ele enviou à jornalista uma relação de 10 mil nomes de pessoas nascidas de 1932 a 1953 (de 65 a 86 anos) que, afirma, era distribuída pela Yacows aos operadores de disparos de mensagens.

Após a publicação de tais reportagens, a CPMI convocou Hans River para depor na última terça-feira. Contudo, parlamentares acreditam que ele mentiu após negar o repasse de documentos sobre a operação à Patrícia. Hans também causou indignação ao dizer que a jornalista se insinuou sexualmente para obter as informações.

Redação

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