“Sou deficiente nos ouvidos de choque que Ustra me deu”, diz Natalini, que define bolsonaristas como “sub-humanos”

"Os bolsonaristas e seus milhares de robôs estão acesos nas redes para defender a tortura e os torturadores. Monstruosidade. Raça de sub humanos", diz

Reprodução/Veja SP

Do VioMundo

As declarações espantosas do vice-presidente da República, o ex-general Hamilton Mourão, em entrevista ao Deutsche Welle, receberam repúdio daqueles que foram torturados pelo carrasco Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chefiou o Doi-Codi em São Paulo, durante a ditadura militar.

Uma das vozes mais enérgicas contra Ustra é a do vereador Gilberto Natalini, do PV.

Ele foi pessoalmente torturado pelo ídolo de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão, de forma pesada durante “mais ou menos um mês”.

“Choque nos ouvidos era todo dia. Sou deficiente nos meus ouvidos, de choque elétrico que o Ustra me deu”, contou ele em entrevista.

“Quando eles ligam a corrente elétrica, você grita. E quando você grita, surge uma faísca que pula de um lado da boca para o outro. Isso queima toda a sua mucosa bucal. Descasca. Fica em carne viva”, relatou Natalini.

Amelinha Teles, que também foi levada para o centro de torturas que funcionava na delegacia da rua Tutoia, em São Paulo, apanhou de Ustra na cara assim que chegou.

Ela diz que Ustra participava pessoalmente das sessões de tortura.

Nua, Amelinha foi colocada na cadeira do dragão, onde recebeu choques elétricos até na vagina.

Os filhos crianças de Amelinha, de 5 e 4 anos, foram levados por Ustra para vê-la sob tortura.

Foi a família Teles quem conseguiu que Ustra fosse declarado torturador pelo Estado brasileiro.

Ela calcula que Ustra foi responsável pelo assassinato de 60 pessoas só na rua Tutoia.

Para Ivan Seixas, Carlos Alberto Brilhante Ustra era um psicopata.

De acordo com Seixas, Ustra levava a esposa e a filha para o Doi-Codi.

O ex-preso político não tem dúvida de que existia uma cadeia de comando, que no topo tinha o ditador.

Segundo Ivan, além de ter pessoalmente torturado, Ustra também chefiou uma operação que desapareceu com adversários do regime.

Ele calcula que 80 pessoas tenham sido mortas sob responsabilidade do carrasco.

Redação

8 Comentários

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  1. Os evanjegues estão ajudando dezenas de ações de indenização contra o escritor de esquerda por causa de um Twitter.

    Não seria o caso das vítimas do Brilhante Ustra começarem a processar o vagabundo general Mourão em virtude da homenagem que ele fez publicamente aquele criminoso na DW? Esse é um caso em que só se pode combater a fogueira com mais gasolina.

    1. muito bem pensado…
      porque para os que sofreram Ustra, toda e qualquer manifestação a favor dele da parte do presidente ou do vice representa o mal maior da tortura, o fato dela ser aceita atualmente pelo Estado

      manifestações desse tipo, de cada vez que se repete, mais se distanciam da liberdade de expressão e fica como se fosse a vontade do Estado

      fosse outra a nossa justiça, sem dúvida alguma todos ganhariam do Estado

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