Sou uma das filhas adotivas da Damares, diz Sara Winter em vídeo sobre cargo na Secretaria da Mulher

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"Todos sabem que sou muito próxima da ministra Damares Alves, sou uma das suas filhas adotivas, mas é muito importante dizer que o governo Bolsonaro não tem nenhum tipo de facilitador para amigos, família, para nada"

Reprodução/Youtube

Jornal GGN – Na parede que faz fundo à gravação de um vídeo que percorreu as redes sociais em busca de votos para Sara Winter – então candidata a deputada federal pelo PSL do Rio de Janeiro -, uma bandeira do Brasil hasteada. Nela, a imagem de um recém-nascido ocupa a área a azul e no lugar de “Ordem e Progresso”, as palavras: “Brasil Sem Aborto – Brasil Sem Drogas”. Damares Alves abraça a ex-feminista e diz: “Sara é mais que minha companheira na luta pela vida e pela família. Sara é como se fosse minha filha.”

Emocionada porque a mentora acabara de receber o cargo de ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Bolsonaro, Sara encheu a boca e repisou: “Damares Alves é minha mãe. A primeira pessoa que me apoiou quando eu nem pensava em voltar para a Igreja, quando eu estava pensando em deixar de ser feminista.”

Ex-assessora jurídica da Frente Parlamentar Evangélica, Damares “salvou” Sara do feminismo e colocou a jovem para trabalhar informalmente no gabinete de Magno Malta durante alguns meses, para que ela pudesse aprender as pautas conservadoras que hoje movem políticos e partidos da extrema-direita.

Sara saiu do gabinete para os auditórios de universidades internacionais e outras instituições que ainda hoje a contratam para ministrar palestras sobre a ideologia de gênero nas escolas, o perigo do feminismo para a mulher religiosa, etc.

Desde que Damares passou a circular em Brasília já investida no cargo, a jovem de 26 anos, estudante de Relações Internacionais, publica no Instagram fotos e vídeos que denotam a proximidade entre as duas.

Quando Damares concedeu entrevista à GloboNews no dia da polêmica “menino veste azul e menina veste rosa”, Sara, por exemplo, estava nos bastidores, fazendo a maquiagem da pastora. Nas semanas seguintes, almoçou com a ministra e outras funcionárias do Ministério, num “bandejão com as amigas”.

Depois de algumas semanas nesse ritmo, Sara admite que os jornais estavam certos: ela deve ganhar um cargo na Secretaria Nacional da Mulher, mas não a titularidade da Pasta, ao contrário do que divulgaram alguns portais.

O posto pleiteado foi o de “coordenadora de políticas públicas para a maternidade”, para o qual, diz em vídeo divulgado nesta segunda (11), Sara se sente completamente capacidade.

Mais do que isso: a indicação – ainda não há nomeação no Diário Oficial da União – não vem por “amizade” com a ministra, mas por mérito. “Aqui [no governo Bolsonaro] a amizade não importa, o status não importa. O que importa é o currículo, experiência. Tô começando debaixo, tenho 26 anos, falo 3 idiomas”, justificou.

“Todos sabem que sou muito próxima da ministra Damares Alves, sou uma das suas filhas adotivas, mas é muito importante dizer que o governo Bolsonaro não tem nenhum tipo de facilitador para amigos, família, para nada.”

“Meu lugar no governo, se tudo der certo, não tem a ver de indicações, até porque meu cargo é pequenininho, não é nada demais, porque é de acordo com aquilo que eu sou. Eu me formo em Relações Internacionais agora no meio do ano, estou ficando louca com meu TCC [sobre “a intromissão dos organismos internacionais na soberania do Brasil com relação à legislação pró-aborto]. Estou fazendo especialização em crimes na administração pública. Minha pós-graduação vai ser em gestão pública e vou engatar uma segunda graduação, que vai ser Direito.” A ativista quer ser “criminalista ou constitucionalista”, ainda não sabe.

https://www.youtube.com/watch?v=cXzOJAIHbyo

Sobre os planos para a coordenadoria de políticas para a maternidade, Sara Winter, mesmo sem cargo oficial, já adiantou alguns pontos no vídeo. O destaque fica para uma política de assistência à mulher que decidir não fazer um aborto.

https://www.youtube.com/watch?v=tdXcULr-tNc

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Agora a panela e a tampa se encontraram.
    A Damares não é mas é como se fosse a Mãe da sujeita que ganhou uma boquinha no governo miliciano, assim como ela não fez mestrado mas é como se tivesse feito.

  2. Quando o poder de deus vem junto com o poder político, é uma “bença”!
    Quero ver quando as irmãs da igreja da damares quiserem tatuar o corpito igual a sua “filha”.

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