Sylvio Vieira-“O Escravo”-direção de Humberto Mauro-1944

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Sylvio Vieira

 

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por Henrique Marques Porto

http://www.operasempre.com.br/

O barítono Sylvio Vieira (1899-1970) foi um dos mais importantes cantores líricos brasileiros. Ao lado da soprano Carmem Gomes e do tenor Hélio Reis e Silva formou, ainda na década de vinte do século passado, o primeiro trio de cantores brasileiros de qualidade. Com eles nossos teatros podiam dar conta de alguns dos principais títulos do repertório operístico –“Aida”, “Tosca”, “Il Trovatore”, “La Traviata”, “La Bohéme”, além “Il Guarany”, “Lo Schiavo” e outros. O mundo vivia a “época de ouro” da ópera, mas para os cantores líricos brasileiros aqueles foram tempos heróicos pela falta extrema de recursos de todo o tipo, a começar pelas pouquísimas possibilidades de estudo sério e criterioso.

O paulista Sylvio Vieira iniciou a carreira no então fervilhante teatro de variedades do Rio de Janeiro, atuando em operetas, comédias musicais e revistas. Mas logo dedicou-se também à ópera. Em 1921 estreou no “Faust”, de Gounod, no Teatro São José, em São Paulo. Por algum tempo cultivou os dois gêneros. Gravou algumas canções populares –valsas, modinhas e até sambas. Jamais deixou de cultivar o nosso rico cancioneiro popular.

Em 1924, depois de cantar “La Bohéme” no Municipal do Rio com o elenco da companhia de Walter Mocchi, ouviu a seguinte observação de Mario Sammarco, o grande barítono italiano: “-Peccato! Questo é um tenore que s’esbaglia a cantare da barítono!!!” 

Outros nomes respeitáveis, como o maestro Vincenzo Bellezza, fizeram a mesma observação e Sylvio empolgou-se com a possibilidade e até conseguiu uma bolsa para se aperfeiçoar na Itália, mas foi prudente: “-Não é uma resolução, antes uma condição vocal. Vou à Itália, onde já tenho um contrato que me permite e garante os estudos pelo período de um ano.” –afirmou a um jornal em 1930.

 

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 Sylvio Vieira: “Scarpia”, da “Tosca”, de Giacomo Puccini

Pois Sylvio Vieira foi para a terra de Caruso para se tornar tenor dramático e de lá voltou o barítono que sempre fora, só que mais experiente e sábio. Sabedoria que deve ter-lhe sido útil nos anos seguintes, quando contracenou com grandes estrelas internacionais nas temporadas líricas do Rio e de São Paulo. Sylvio compunha muito bem, por exemplo, o papel de “Scarpia”, na “Tosca”, de Puccini. O que lhe faltava de recursos vocais sabia compensar com o talento de ator e o bom jogo cênico. 

Outro papel que marcou a longa carreira de Sylvio Vieira foi o Iberê, de “O Escravo”, de Carlos Gomes.   

Há anos sabia da existência de um curta-metragem dirigido por Humberto Mauro em 1944, com uma cena do IV ato de “O Escravo” –o recitativo e ária “Sospetano di me…Sogni d’amore”, que Sylvio já havia gravado em estúdio em 1931. A ficha técnica do curta pode ser consultada nos arquivos do Ministério da Cultura. Mas, o filme mesmo não está disponíbilizado para o público e só foi localizado numa fonte do exterior -circunstância que denuncia o fato de que a burocracia cultural está sentada em cima de um riquíssimo acervo que afinal pertence ao público. É também um flagrante do descaso com que o patrimônio cultural brasileiro é tratado, notadamente quando o tema é a música e a ópera em particular.  

Não se trata de um documento qualquer. O tema é Carlos Gomes, a direção é de Humberto Mauro, a locução é de Edgar Roquete Pinto, o barítono é Sylvio Vieira, com o maestro Santiago Guerra regendo a Orquestra e o Coro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Estava engavetado e esquecido há muitas décadas, como esquecidos estavam o diretor e sobretudo o intérprete. Não estão mais.

Sylvio Vieira despediu-se dos palcos no início dos anos 60, depois de atuar como “Sharpless” em 1959, em “Madame Butterfly“, no espetáculo em que também se despediu da carreira a sua amiga Violeta Coelho Neto de Freitas. Do mundo despediu-se em fevereiro de 1970.  

 

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Redação

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