Nada aprendeu

Uma das fofocas mais comuns no reino dos casados, juntados, conjugados, enrolados, entre outros, é aquele referente ao casal cartaz. Lindos aos olhos dos julgadores da harmonia, essa dupla é capaz de encantar sem fazer muito esforço. Contudo, com a ribalta apagada, nada é sempre como sugerem ser os penduricalhos do conviver.

Muitas vezes, quando a casa cai, a pergunta dos antenados tem a mesma base – “mas ele/ela não sabia que ele/ela estava/agia/sofria/se sentia dessa forma”? Como exemplo, peguemos o caso da atriz mexicana, que namorou por considerável tempo um agente da Lei. Esse agente era usuário costumeiro de drogas como cocaína e, na ocasião do óbito por superdosagem do entorpecente, a atriz disse que não sabia do vício do falecido.

É certo que muitos casais se separam sem se conhecer de forma profunda, mas o que ocorreu com o caso do casal Dilma – Temer é algo que nos faz pensar. Como é possível que Temer não sabia das agruras de governar tendo ao seu lado uma das pessoas que mais apanhou da opinião pública e publicada brasileiras? Com armas apontadas de todos os lados? Com a misoginia aflorada de brasileiros (e brasileiras)? Com protestos e mais protestos em relação a cada passo que ela dava?

Não faz sentido, a não ser, claro, que a presidência e a vice-presidência sejam dimensões diferentes do tempo, onde as coisas ocorrem em compasso e natureza diferentes. Ou seja, Temer vivia enclausurado em um castelo, distante das dificuldades do dia a dia enfrentadas pela hoje temporariamente afastada Dilma Rousseff.

Os correntes atos do interino sustentam a visão de mundos separados vividos pelo casal Dilma-Temer. Choros da primeira – dama interina seguidos de reclamações do mandatário interino; o uso da força para repreender manifestantes e o constante voltar atrás são exemplos claros de que, enquanto vice, Temer nada aprendeu com a situação de Dilma sobre as dificuldades de se atender a demanda mosaica brasileira. Provavelmente ele, Temer, associava as reclamacoes de Dilma a algum tipo de drama.

Talvez, digo, talvez, esse despertar para o mundo real vivido por Temer atualmente seja devido à sua plena confiança nas janelas do seu hermético mundo, formadas antes do impedimento por homogeneidade de opinião publicada capaz de enganar qualquer um dizendo: “pode se lançar, eu garanto!”. Temer nao passa de um marido que viveu  afastado das amarguras da parceira sem saber como, agora, passar, varrer, lavar e ainda ter que cuidar da casa sozinho.

Redação

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