Temer, Paulínia e Gilmar Mendes

Michel Temer e Gilmar Mendes

 

A coisa é bem mais feia e grave que isso, que o contrato sem licitação pela palestra de Gilmar Mendes e pela tentativa de dar novo mandato a Pavan Jr.

A história

Paulínia, como se sabe, é a terra da Marcela Tedeschi Araújo, a jovem, bela, recatada e do lar terceira ou quarta esposa de Michel Temer, e cujo pai, Carlos Antônio Araújo era um cacique mirim do PMDB local.
E foi em Paulínia que Temer conheceu sua atual amada, em uma das suas centenas de incursões na cidade, onde dava cartas e jogava de mão na política local.
Paulínia vive há mais de 20 anos uma polarização entre duas famílias, Pavan e Moura, e seus grupos (ou gangs?) políticos(as).
Em 1989 Pavan Jr. sucedeu a Benedito Dias de Carvalho (83/88), governou até 1992 e foi sucedido por Edson Moura (pai), que governou de 1993 a 1997.
Após um breve intervalo (Adélsio Vedovello), Moura volta e governa por dois mandatos (2001 a 2008), tendo sido sucedido por Pavan Jr. (2009 a 2012), que por sua vez foi derrotado por Edson Moura Jr. em 2012.
Só que Moura Jr. teve seus votos anulados e Pavan Jr. assumiu uma parte do mandato e é o atual prefeito da cidade.

A trama

Em 2001 Moura (pai) estava inelegível, respondendo a diversos processos e condenado em alguns deles já em segunda instância.
Foi quando surgiu Michel Temer, então deputado, ex-presidente da Câmara dos Deputados, sucedido por Aécio Neves.
Temer gozava de prestígio e autoridade, e garantiu que, apesar da inelegibilidade, Moura seria candidato, o que realmente ocorreu.
E Moura (pai) se elegeu, e se reelegeu, sempre acuado pela justiça e sempre conseguindo dela escapar.
Também ocorreu que Moura (pai), após o bloco de dois mandatos, resolveu apoiar Pavan Jr. como sucessor, o que também ocorreu e Pavan Jr. foi eleito por um mandato, de 2009 a 2012.
Mas Pavan Jr. saiu candidato à reeleição e foi derrotado por Moura Jr. que, por sua vez, foi cassado e tornou-se inelegível como seu pai era e novamente é.
Como ambos Mouras, pai e filho, estão inelegíveis e Pavan Jr. governou por dois mandatos sucessivos, as duas famílias parceiras-rivais estão em polvorosa pelo receio que tem de que novas lideranças surjam na eleição de outubro e quebrem a alternância com que estavam acostumados a impor a Paulínia.

Daí a busca de uma solução judicializada.

E as saídas seriam anular a inelegibilidade de um dos Mouras, o que parece muito difícil, quase impossível, ou criar situação de possibilidade de nova eleição para Pavan Jr.
É aí que entram em cena Temer, novamente e sempre, e Gilmar Mendes.
Aliás, não só ele, como pelo menos mais dois outros ministros do STF, um deles também, como Gilmar, do TSE.

O que está em jogo

Paulínia é um dos municípios de maior arrecadação per capita do país. Tem que desenhar?
Os Mouras e o Pavan estiveram sempre envolvidos em escândalos, obras faraônicas e licitações fraudulentas.

Esse é o esquema.

E é desse esquema que sai o leitinho das crianças para Temer e, agora, Gilmar, e outros tantos, muitos, muitos mesmo, que ajudam a manter a alternância Pavan-Moura, Moura-Pavan.

Dá pra entender?

Esse é o jogo.

E para participar dele, Gilmar recebeu 280 mil Reais por uma palestra. Essa é a face legal, que justifica as viagens do(s) ministro(s) a Paulínia.
E a cidade toda acordou com a notícia que mais uma vez haverá tapetão.
Pavan e os Mouras, pai e filho, principalmente os últimos, fazem parte de um grande esquema que conseguiu enfiar Temer goela abaixo de Fernando Henrique, Lula e Dilma.
E que conseguiu fazer de Temer vice-presidente.
E que conseguiu contratar o Gilmar, e outros, para ajudá-los a todos a se eternizarem no poder.
É só consultarmos os votos de Gilmar, tanto no TSE como no STF, e entenderemos a trama toda.

 

Leia parte da história aqui.
 

Redação

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