Temer usa ataque a Bolsonaro para defender “estado democrático” e “Constituição”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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“Intolerância muitas vezes deriva da falta de cumprimento da Constituição brasileira, do estado democrático de direito e da própria democracia”, disse
 
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Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – O presidente Michel Temer lamentou e disse ser “intolerável” o ato de violência contra Jair Bolsonaro (PSL), na tarde desta quinta-feira (06), durante agenda de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. Contudo, usou seu discurso sobre o ataque sofrido pelo presidenciável para defender temas como o “estado democrático de direito” e o “cumprimento da Constituição brasileira”.
 
“É intolerável que nós vivamos num estado democrático de direito que não haja possibilidade de uma campanha tranquila, de uma campanha em que as pessoas vão e apresentem os seus projetos, porque ninguém vota em candidato”, disse.
 
O mandatário usou o exemplo de Bolsonaro para mostrar que defende o “estado de direito”. “Intolerância muitas e muitas vezes deriva exata a precisamente da falta de cumprimento do texto legal, de falta de cumprimento da Constituição Brasileira”, defendeu, fugindo um pouco do tema central.
 
De acordo ele, a tolerância em relação a um adversário político “é uma derivação da própria democracia” e do “estado de direito”. “Nós não temos estado de direito se houver intolerância”, defendeu.
 
Para o presidente, da mesma forma como é intolerável a violência contra Bolsonaro, também é “intolerável que as pessoas falseiam dados durante campanha eleitoral”, em fatos que, segundo Temer, “tem havido na sociedade brasileira” e que “nós devemos nos conscientizar”.
 
E desejou melhoras ao candidato, que foi levado à Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, imediatamente após a agressão. “Se Deus quiser o candidato Bolsonaro passará bem, temos certeza que não haverá nada mais grave, esperamos que não haja nada mais grave”, desejou.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

8 Comentários

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  1. Só queria me manifestar,

    Só queria me manifestar, inclusive nas redes sociais, quando passasse a primeira fase logo após episódios da espécie. Fase essa caracteriza por muitos desencontros, oportunismos, emocionalismos, cafajetismos e besteirol a dar e vender. Infelizmente, vou descumprir a promessa. 

    Claro que o presidente Temer não fugiria à sua natureza: aproveitar-se de qualquer fresta para expelir uma mistura de oportunismo com demagogia visando lustrar sua carcomida reputação. Só faltou o manjado e piegas  “atentatdo á democracia” que, não por coincidência, já foi explorado por alguns membros da imprensa. 

    O que se tem por enquanto é o ataque de um desmiolado, ou seja, uma pessoa aparentemente doente, a um candidato à presidência da República. Esse e outros indícios desautorizam teorias conspiratórias tanto para um lado como para o outro. 

     

    1. Se atentarmos para a história

      Se atentarmos para a história recente e do passado mais distante, notaremos que não faltam exemplos de tentativas de depurtação da realidade com a finalidade de retirar proveitos visando a conquista de vantagens para o desenlace de disputas eleitorais em favor da elite conservadora. Inclusive de vantagens voltadas para golpes de Estado. Evidentemente que concordo com o cuidado exigido pela possível existência de teorias conspiratórias. Não obstante, não me parece que o caso em pauta esteja nesse rol. Nos últimos tempos, o Poder Judiciário, ao qual caberia coadunar a lei aos casos concretos, tem sido, no mínimo, relapso. Exemplos disso não faltam. Poderíamos, até, elencarmos dezenas de casos ainda quentes, recentíssimos. Perdoe-me, meu caro, alegações de teorias conspiratórias para um lado sim, para o outro, não. Este lado que tem sido vítima da barbárie.

      1. Não neguei, nem nego, a

        Não neguei, nem nego, a barbarie, e sim teorias conspiratórias sem pé nem cabeça engendradas com o único intuito de fazer proselitismo político de um FATO. Um contraponto ao “lado de lá” que se utiliza do mesmo expediente ao imputar ao PT e a Esquerda a responsabilidade pelo infausto.  

        Na realidade, de há muito abdicamos de uma reserva ética por conta dessa emulação.

        1. Perfeito, JB. Peço desculpas

          Perfeito, JB. Peço desculpas pelo tom um tanto incisivo que utilizei. Mas a reserva ética, conforme você frisou, há muito foi esgotada. Na barbárie instaurada e institucionalizada torna-se impossível vislumbrar vestígios de ética para ser utilizada de modo equilibrado. A ética ficou perdida num labirinto sem nenhuma saída. No jogo sem regras, a tentativa de criá-las por parte de um só competidor é pura perda de tempo.

  2. Muito estranho tudo isso! Com

    Muito estranho tudo isso! Com esse “atentado” tiram o Bolsonaro dos debates eleitorais, o que é muito conveniente para todos que apoiam sua candidatura, inclusive a globo. Se tem uma coisa que a direita sabe fazer muito bem é deturpar os fatos. Enquanto isso a decisão do STF sobre o Lula que afronta à ONU é esquecida por todos os jornais.

    Estamos vivendo tempos muito estranhos e não podemos ser ingênuos em acreditar na globo que já deu provas de não ter nenhum compromisso com a verdade. Se o Bolsonaro continuasse nos debates falando asneiras com certeza sua candidatura seria desidratada. Agora que ele não precisa mais participar dos debates e sua candidatura não corre o risco de sofrer perda de eleitores.

    Tudo muito conveniente!

  3. Temer, o Imbecil

    Esse tal de Michel Temer só pode ser um imbecil, clinicamente imbecil , ao dizer uma coisa dessas.

     

    Democracia? Respeito à constituição?

     

    Vai catar coquinho!

     

     

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