Crise da merenda, em São Paulo, abre debate sobre alimentação nas escolas

Estudantes e familiares afirmam que merenda seca ainda é rotina nas escolas; estado garante que alimentação só é usada em situação emergencial

Por Ana Luiza Basilio, do Centro de Referências em Educação Integral

Merendas escassas, alimentos processados, refeições intragáveis ou ausência de comida. A realidade em boa parte das escolas públicas brasileiras, quando o tema é merenda, anda na contramão dos processos que preveem autonomia e a manutenção de hábitos saudáveis.

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Os problemas vinculados à merenda escolar ganharam destaque na luta dos estudantes desde o início do ano. O tema está inserido nas pautas de ocupações de escolas em vários estados do país, como Paraná, que teve a primeira unidade escolar ocupada no último dia 18 de maioCeará, em que já são 49 escolas ocupadas; e Rio de Janeiro, em que as ocupações chegam a quase 70 unidades.

Em São Paulo, o movimento secundarista – que no fim do ano passado se mobilizou contra a reorganização escolar – apoiou o movimento dos estudantes das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs); além das ocupações do prédio administrativo do Centro Paula Souza e da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), outras 14 unidades foram tomadas como forma de reivindicar por alimentação adequada.

Mesmo com a reintegração de posse de algumas unidades, como a do Centro Paula Souza, no último dia 6 de maio, em uma ação do Batalhão de Choque da Polícia Militar, os estudantes continuam mobilizados. Uma das conquistas foi a instauração da CPI da Merenda, para apurar os desvios de verba destinada à compra de alimentos para as escolas estaduais paulistas 

Os estudantes também mantém, desde meados de 2015, a página Diário da Merenda, na qual fazem registros fotográficos dos alimentos servidos. Muitas vezes, são apenas merendas secas – como bolachas água e sal – no lugar de refeições completas. Na última quinta (19/05) a reclamação dos estudantes ganhou o apoio do crítico gastronômico Jota Bê que durante uma semana experimentou as merendas escolares da rede estadual de São Paulo. A experiência foi registrada pela Revista Trip (ver vídeo abaixo):

Uma questão de direito

O documento também traz diretrizes para uma alimentação saudável e como o cardápio deve ser constituído, obedecendo a um equilíbrio nutricional. Segundo a publicação, ainda deve-se considerar a cultura e os hábitos alimentares locais, além da vocação agrícola da região.Pela resolução 26 de 17 de junho de 2013, do FNDE (que dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da Educação Básica no âmbito doPrograma Nacional de Alimentação Escolar – Pnae), as unidades escolares que atuam em período integral devem atender, no mínimo, 70% das necessidades nutricionais diárias, distribuídas em pelo menos três refeições.

escolas_alimentacao

Dados extraídos da resolução 26 do FNDE.

A gente não quer só comida…

Centro de Referências em Educação Integral procurou a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e o Centro Paula Souza, instituição que administra Escolas Técnicas Estaduais e Faculdades de Tecnologia (Fatecs), para questionar a situação das merendas. Ambos se pronunciaram por meio de notas, reproduzidas em trechos abaixo:

Leia a matéria completa na página do Centro de Referências em Educação Integral

 

Redação

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