Trump afirma que seu movimento político ‘está apenas no começo’

Jornal GGN – O presidente Donald Trump reafirmou sua intenção em continuar na vida pública, mesmo ameaçado de perder os direitos políticos, e assinalou que o movimento liderado por ele “está apenas no começo”.

Em vídeo divulgado no YouTube da Casa Branca, Trump diz que irá “rezar” pelo novo governo, e não mencionou o nome de Joe Biden, que toma posse como novo presidente norte-americano nesta quarta-feira, e afirmou: “Enquanto nos preparamos para transmitir o cargo ao novo governo, quero que saibam que o movimento que iniciamos está apenas no começo”.

Segundo o jornal O Globo, o discurso de Trump aparentemente foi direcionado aos seus apoiadores. Ele não admitiu ter responsabilidade na invasão ao Capitólio ocorrida no último dia 06, e disse que “violência política é um ataque a tudo que celebramos como americanos. Nunca pode ser tolerada”.

Trump também declarou que seu governo foi pelo “bem da nação”, e dedicou boa parte dos 19 minutos do pronunciamento a uma visão que não encontra respaldo fora dos círculos trumpistas – no caso, o futuro ex-presidente diz que “restaurou a força americana em casa, e a liderança americana no exterior”. Além disso, ele usou a expressão “vírus chinês” para se referir ao novo coronavírus e disse que foi o “primeiro presidente em décadas que não começou guerras”.

 

 

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Redação

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  • Os banqueiros alemães abandonaram Trump. Ele não conseguirá refinanciar suas dívidas milionárias e será obrigado a pedir falência. Utilizar o capital político que conquistou para transformar seu movimento em culto da personalidade para levantar dinheiro entre os seguidores é a única opção empresarial que restou para o ex-presidente gringo. Trump construía torres, agora ele construirá templos virtuais para ser adorado e, principalmente, sustentado economicamente pelos fanáticos. Empresário dizimista, um clone gringo do Luciano Huck.

  • Trump tem razão: está apenas começando!

    Seria improvável a um morador da colônia do Império falar de outro assunto na data de hoje, senão a transferência da presidência na metrópole.

    Antes de tratar dos argumentos do texto e dos seus desdobramentos, vamos à algumas observações preliminares.

    Afastemos a percepção nublada e distorcida dos meios de comunicação de massa, preocupadíssimos com as etiquetas da transmissão do cargo, expondo naqueles ridículos infográficos as imagens das outras todas transmissões passadas, exaltando os modos cordiais que refletiam uma democracia vigorosa.

    Primeiro é bom que se diga, ao mesmo tempo que mantêm uma certa urbanidade, vinculada a diversos protocolos, os EEUU foram o país que, reivindicando serem democratas, mais mataram e tentaram matar presidentes na História.

    Ao mesmo tempo, a trajetória de sua "democracia" é sempre parecida com as demais no campo ocidental (e capitalista):

    Mantiveram-se censitárias (só votava quem tinha grana ou propriedades) por um grande tempo, afastaram negros e outros indesejados por outra parcela de tempo, e só recentemente parecem incorporar (muito a contragosto) estes contingentes menos favorecidos.

    Então não nos parece estranho que aquilo que é chamado pelos vira-latas de redação como a "maior democracia do planeta" tenha uma cerimônia de transmissão de cargo da presidência em uma cidade sitiada por 25 mil soldados e policiais, enquanto a população encontra-se trancada pelos efeitos da guerra sanitária que matou 400 mil estadunidenses, ou mais de 100 atentados de 11/09.

    Sim, é só o começo.

    Olhando o histórico recente das eleições nos EEUU, o país parece (e é) um pêndulo, que oscila do conservadorismo mais radical até um conservadorismo de centro (democrata), pois vejamos:

    Depois de Reagan/ Bush Pai, este aqui inaugurando a série war for oil (guerra pelo petróleo), com o primeiro ataque a Saddam Hussein em retaliação a anexação dele do Kwait, veio o moderado Bill Clinton, que apesar de moderado manteve a mesma agenda externa e interna de endurecimento, seja com as catastróficas intervenções na Guerra dos Balcãs, Haiti, etc, ao mesmo tempo que exarcebou toda a base jurídica para a escalada de aprisionamento de pretos e latinos pobres, na versão doméstica de war on drugs (guerra às drogas).

    Para se ter uma ideia da intensidade desta agenda, foi nesta época que nós, os macacos de imitação dos EEUU, aprovamos no governo de FHC (e do nosso então czar anti-drogas, Walter Fanganiello Maierovitch) a maior aberração jurídica que se tem notícia:

    A Lei do Abate (Lei 9614/98), que permite que aviões das FFAA nacionais, após um protocolo de comunicações com aviões invasores do espaço aéreo, atirem e derrubem estas aeronaves, não importando se houver outros passageiros que não tenham vínculos com a atividade ilícita suspeita (drogas), e pior, instituindo a pena de morte no país, sem que sequer haja um devido processo legal para tanto, bastando a pilotos e redes de controle decidirem o se matam ou não o suposto invasor.

    Bem, voltando a vaca fria, depois de Bill, o "pinton", retorna a dinastia Bush, desta vez com o júnior, e aí a turma neocon (os falcões) tomam conta de cada aspecto institucional da vida dos EEUU, alimentados pela histeria pós 11/09, que casou perfeitamente com os interesses do vice Dick Cheney, conhecido "carinhosamente" como Darth Veider.

    Bush Jr deu lugar a Obama, que apesar de carregar em sua cor de pele as tintas de esperança de alteração do estamento dos EEUU, não foi além do feijão com arroz, possibilitando o surgimento, ou melhor, a eclosão do ovo da serpente, chocado no pós 2008 (crise subprime), o Trump.

    Na verdade, apesar de sentir o momento, e ter uma percepção quase que animal do processo histórico que o cerca, Trump talvez tenha errado na definição do "começo", porque eu acho que o começo foi bem lá atrás, mas sua sensibilidade em capturar esta narrativa explica boa parte de seu resiliente e enorme capital político.

    E pouco importa se ele será o beneficiário deste capital político, pode ser outra figura, ainda mais bizarra.

    O fato é que estamos em um período de transição, onde as bases materiais do capitalismo que conhecemos, como produção, emprego, geração de renda, indústrias já não conseguem justificar a circulação de enormes quantias de ativos financeiros, senão para lhes dar as últimas gotas de acumulação que serão sorvidas nos centros anti-gravidades dos buracos negros financeiros, a dimensão dos derivativos.

    Um exemplo claro desta etapa, aqui na periferia, foi o fechamento das plantas da Ford, quando esquerda e direita se estapearam nas redes sociais, cada qual demonstrando maior desconhecimento do que de fato está acontecendo.

    O mundo está deixando de ser um mundo físico (das coisas), para se tornar um lugar onde as redes digitais controlam pessoas e sua sociabilidade, ao mesmo tempo que aquilo que era produção de bens (e propriedade) vai perdendo sentido para uma ampla gama de serviços controlada por ativos e fundos financeiros que se movimentam à velocidade dos feixes de luz nas fibras óticas.

    As plataformas de transporte, onde a Uber foi uma das pioneiras, junto com outras plataformas de habitação (Air Bnb, por exemplo), entregas (Ifood e outras), de compras, de busca, produção de entretenimento, etc, etc, etc, se alinham ao oceano de títulos derivados de outros títulos, que por sua vez derivam de outros títulos, e que negociam cada aspecto destas relações.

    Recentemente a água passou a esta categoria de ativo.

    Teremos o ar?

    O tempo?

    Tem um filmizinho muito chinfrim com Justin Timberlake, O Preço do Amanhã, onde o personagem título, e seu par romântico, vivem as voltas em sobreviverem e lutarem contra as elites que criaram um mundo onde todas as pessoas têm a mesma aparência jovem, e não envelhecem após os 25 anos, mas as suas vidas e o tempo de sobrevivência após esta idade, é controlada, vendida e dada aos trabalhadores como horas de sobrevida.

    As punições também consistem em retirar horas de vida.

    Enfim, desde 2008, há o que se costumou chamar de crise, que insiste em manter seus efeitos, mesmo que governos do mundo tenham disponibilizado trilhões de dólares (quantitative easing) aos bancos e aos sistemas financeiros, seja pela aquisição de títulos, seja pela entrega direta mesmo de papel moeda às instituições.

    Parece um poço sem fundo?

    E é.

    Os enormes valores alocados não conseguiram, nem de longe, reestruturar as produções nacionais, gerando dinâmicas econômicas capitalistas eficientes, ao contrário, foram absorvidos pelo mercado financeiro, que "resetou" o sistema e passou ao novo ciclo de alavancagem.

    Neste mundo líquido e de liquidez extrema, nem todos os subsídios do planeta, nem toda boa vontade dos trabalhadores brasileiros em cortar seus salários, enfim, nem todas as facilidades salvariam a Ford do seu destino fatal no país, somente adiariam este desfecho por uns 5 ou 10 anos.

    O resultado direto deste adiamento seria a dilapidação das cidades onde se instala, já que com a diminuição dos salários, com a ampliação dos incentivos, haveria a simultânea escalada da demanda por serviços públicos com a incapacidade dos orçamentos públicos em fazer frente a tal demanda.

    É mais ou menos este o cenário enxergado por Trump, que gostemos ou não, conseguiu dominar todos os cenários, pois vocaliza as reclamações dos deserdados pelo sistema produtivo, e na outra ponta, oferece ao "novo mundo" pós-capitalista a polifonia polarizada ou a histeria verbal necessárias às oscilações permanentes das instituições políticas antigas, e claro, aos fluxos de mercados que se movem especulativamente ao sabor destas idiossincrasias digitais.

    Hoje, os EEUU são a fiel representação (mais uma vez) do mundo:

    Uma suposta racionalidade (que de racional nada tem, apenas é passividade) presa e refém da "Diluição Incorporation".

    São 400 mil mortos dentro da "maior economia* e democracia" do planeta) e total passividade.

    Guerras sanitárias se somam aos outros flagelos de destruição em massa.

    Quando um presidente, um líder consegue sair ileso e livre deste desastre que não só ele mesmo ajudou a aumentar, como ainda lançou declarações dignas de um psicopata, o fato é que ele apenas simboliza um estranho e mórbido consenso, onde o individualismo social chega a aceitação de que estas mortes sejam "inevitáveis", como um salto evolutivo, ou como gostam os economistas, destruição criativa.

    Joe Biden é o primeiro presidente prisioneiro da História.

    Até que as presidências deixem de existir como conhecemos.

    (*) Bem, hoje é a China.

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