Trump venceu, mas pode acabar sendo Obamizado

É preciso avaliar com cuidado a primeira as imagens da primeira reunião entre Trump e Obama.

https://sputniknews.com/us/201611101047310853-obama-trump-meeting/

O presidente em exercício dos EUA se mostrou seguro e fez algumas advertências evidentes ao presidente eleito. Enquanto Obama fala, Trump se estivesse medindo as palavras dele e imaginando o que poderia dizer no momento em que tivesse a palavra.  

Através da imprensa, a assessoria de Trump alertou Obama a não tomar qualquer grande decisão em relação às questões internacionais. Enquanto tem a palavra, Obama sugere que Trump não poderá modificar a política interna e externa do país.

No momento em que vi as imagens lembrei-me de uma adolescente norte-americana que ficou decepcionada e apavorada em razão da eleição de Trump e mandei algumas mensagens para ela.

@SputnikInt So, @BarackObama told @realDonaldTrump the real truth: he will be a guest in the @WhiteHouse, but other people rule the US.

@SputnikInt @BarackObama Election ends, the @WhiteHouse staging begins. @realDonaldTrump is the new puppet, his puppeteers are the same.

@SputnikInt @BarackObama @WhiteHouse @realDonaldTrump Forget about the fear of change @bendykoval: nothing will change.

@SputnikInt @BarackObama @WhiteHouse @realDonaldTrump @bendykoval In fact you should fear precisely this lack of change in US Benny.

É impossível esquecer que o próprio Obama enfrentou resistências dentro da administração. Um dos primeiros atos dele foi decretar o fechamento da prisão de Guantánamo. A ordem presidencial, porém, não foi cumprida pelos militares. E ao invés de punir a insubordinação Obama preferiu revogar o decreto. A esperança de mudanças, que ele empregou como ferramenta eleitoral, também foram desfeitas pela oposição corporativa, midiática que ele sofreu.

Nos últimos anos, porém, Obama parece ter se ajustado perfeitamente ao papel de Presidente que governado pelo neoliberalismo, corrente hegemônica na política e na economia dos EUA. Foi justamente a adesão sem reservas ao neoliberalismo que prejudicou a campanha de Hillary Clinton. Ao contrário de Trump, a candidata democrata perdeu seus eleitores e não conseguiu seqüestrar os corações e mentes da maioria descontente em razão do evidente empobrecimento da classe média norte-americana.

Trump enfrentará um duplo dilema. Se aderir ao neoliberalismo será rejeitado pelos eleitores que o colocaram na Casa Branca, muitos dos quais são conhecidos por defender o uso da violência como instrumento político. Se não fizer isto sofrerá resistência das forças econômicas que dominaram a cena nos EUA nas últimas décadas.

Obama foi parcialmente Bushizado. Trump pode acabar sendo Obamizado. Todavia, Obama saiu da presidência vivo e ninguém sabe o que ocorrerá com Trump quando ele resolver descer do tigre em que montou para ser eleito. 

Pressionado por contradições internas incapaz de superar politicamente, Trump pode fazer o que vários presidentes norte-americanos fizeram: iniciar uma guerra externa para desviar a atenção da população e para fomentar coesão política e social dentro do seu país. A conferir. 

Fábio de Oliveira Ribeiro

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