Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
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Um país que não tem dignidade não sente indignação, por Aldo Fornazieri

Foto Ubes

Um país que não tem dignidade não sente indignação

por Aldo Fornazieri

O presidente da República foi flagrado cometendo uma série de crimes e as provas foram transmitidas para todo o país. Com exceção de um protesto aqui, outro ali, a vida seguiu em sua trágica normalidade. Em muitos outros países o presidente teria que renunciar imediatamente e, quiçá, estaria preso. Se resistisse, os palácios estariam cercados por milhares de pessoas e milhões se colocariam nas ruas até a saída de tal criminoso, pois as instituições políticas são sagradas, por expressarem a dignidade e a moralidade nacional.

Aqui não. No Brasil tudo é possível. Grupos criminosos podem usar das instituições do poder ao seu bel prazer. Afinal de contas, no Brasil nunca tivemos república. Até mesmo a oposição, que ontem foi apeada do governo, dá de ombros e muitos chegam a suspeitar que a denúncia contra Temer é um golpe dentro do golpe. Que existem vários interesses em jogo na denúncia, qualquer pessoa razoavelmente informada sabe. Mas daí adotar posturas passivas em face da existência de uma quadrilha no comando do país significa pouco se importar com os destinos do Brasil e de seu povo, priorizando mais o cálculo político de partidos e grupos particulares.

O Brasil tem uma unidade política e territorial, mas não tem alma, não tem caráter, não tem dignidade e não tem um povo. Somos uma soma de partes desconexas. A unidade política e territorial foi alcançada às custas da violência dos poderosos, dos colonizadores, dos bandeirantes, dos escravocratas do Império, dos coronéis da Primeira República, dos industriais que amalgamaram as paredes de suas empresas com o suor e o sangue dos trabalhadores, com a miséria e a degradação servil dos lavradores pobres.

Índios foram massacrados; escravos foram mortos e açoitados;  a dissidência foi dizimada; as lutas sociais foram tratadas com baionetas, cassetetes e balas. A nossa alma, a alma brasileira, foi ganhando duas testuras: submissão e indiferença. Não temos valores, não temos vínculos societários, não temos costumes que amalgamam o nosso caráter e somos o povo, dentre todas as Américas, que tem o menor índice de confiabilidade interpessoal, como mostram várias pesquisas.

Na trágica normalidade da nossa história não nos revoltamos contra o nosso dominador colonial. Ele nos concedeu a Independência como obra de sua graça. Não fizemos uma guerra civil contra os escravocratas e não fizemos uma revolução republicana. A dor e os cadáveres foram se amontoando ao longo dos tempos e o verde de nossas florestas foi se tingindo com sangue dos mais fracos, dos deserdados. Hoje mesmo, não nos indignamos com as 60 mil mortes violentas anuais ou com as 50 mil vítimas fatais no trânsito e os mais de 200 mil feridos graves. Não nos importamos com as mortes dos jovens pobres e negros das periferias e com a assustadora violência contra as mulheres. Tudo é normal, tragicamente normal.

Quando nós, os debaixo, chegamos ao poder, sentamos à mesa dos nossos inimigos, brindamos, comemoramos e libamos com eles e, no nosso deslumbramento, acreditamos que estamos definitivamente aceitos na Casa Grande dos palácios. Só nos damos conta do nosso vergonhoso engano no dia em que os nossos inimigos nos apunhalam pelas constas e nos jogam dos palácios.

Nunca fomos uma democracia racial e, no fundo, nunca fomos democracia nenhuma, pois sempre nos faltou o critério irredutível da igualdade e da sociedade justa para que pudéssemos ostentar o título de democracia. Nos contentamos com os surtos de crescimento econômico e com as migalhas das parcas reduções das desigualdades e estufamos o peito para dizer que alcançamos a redenção ou que estamos no caminho dela. No governo, entregamos bilhões de reais aos campões nacionais sem perceber que são velhacos, que embolsam o dinheiro e que são os primeiros a dar as costas ao Brasil e ao seu povo.

No Brasil, a mobilidade social é exígua, as estratificações sociais são abissais e não somos capazes de transformar essas diferenças em lutas radicais, em insurreições, em revoltas. Preferimos sentar à mesa dos nossos inimigos e negociar com eles, de forma subalterna. Aceitamos os pactos dos privilégios dos de cima e, em nome da tese imoral de que os fins justificam os meios, nos corrompemos como todos e aceitamos o assalto sistemático do capital aos recursos públicos, aos orçamentos, aos fundos públicos, aos recursos subsidiados e, ainda, aliviamos os ricos e penalizamos os pobres em termos tributários.

Quando percebemos os nossos enganos, nos indignamos mais com palavras jogadas ao vento do que com atitudes e lutas. Boa parte das nossas lutas não passam de piqueniques cívicos nas avenidas das grandes cidades. E, em nome de tudo isto, das auto-justificativas para os nossos enganos, sentimos um alívio na consciência, rejeitamos os sentimentos de culpa, mas não somos capazes de perceber que não temos alma, não temos caráter, não temos moral e não temos coragem.  

Da mesma forma que aceitamos as chacinas, os massacres nos presídios, a violência policial nos morros e nas favelas, aceitamos passivamente a destruição da educação, da saúde, da ciência e da pesquisa. Aceitamos que o povo seja uma massa ignara e sem cultura, sem civilidade e sem civilização. Continuamos sendo um povo abastardado, somos filhos de negras e índias engravidadas pela violência dos invasores, das elites, do capital, das classes políticas que fracassaram em conduzir este país a um patamar de dignidade para seu povo.

Aceitamos a destruição das nossas florestas e da nosso biodiversidade, o envenenamento das nossas águas e das nossas terras porque temos a mesma alma dominada pela cobiça de nos sentirmos bem quando estamos sentados à mesa dos senhores e porque queremos alcançar o fruto sem plantar a árvore. Se algum lampejo de consciência, de alma ou de caráter nacional existe, isto é coisa restrita à vida intelectual, não do povo. O povo não tem nenhuma referência significativa em nossa história, em algum herói brasileiro, em algum pai-fundador, em alguma proclamação de independência ou república, em algum texto constitucional em algum líder exemplar.

Somos governados pela submissão e pela indiferença. Não somos capazes de olhar à nossa volta e de perceber as nossas tragédias. Nos condoemos com as tragédias do além-mar, mas não com as nossas. Não temos a dignidade dos sentimentos humanos da solidariedade, da piedade, da compaixão. Não somos capazes de nos indignar e não seremos capazes de gerar revoltas, insurreições, mesmo que pacíficas. Mesmo que pacíficas, mas com força suficiente para mudar os rumos do nosso país. Se não nos indignarmos e não gerarmos atitudes fortes, não teremos uma comunidade de destino, não teremos uma alma com um povo, não geraremos um futuro digno e a história nos verá como gerações de incapazes, de indiferentes e de pessoas que não se preocuparam em imprimir um conteúdo significativo na sua passagem pela vida na Terra.  

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política.

Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

59 Comentários

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  1. estado

    o brasil é um estado sem nação.

    uma criação artificial da coroa inglesa quando trouxe para cá sua dependente bragança, por ocasião da invasão napoleonica.

    criou, assim, um cavalo de troia para a balcanização da américa do sul.

    hoje, continuamos o cavalo de troia a soldo de qualquer império, desde que império e que pague bem.

  2. Que vergonha!

     

    Estamos ajoelhados diante dessa podridão. Precisamos nos erguer e ir a luta com urgência para expulsar essa quadrilha que tomou conta do poder. Quando vamos reagir? O tempo urge!

     

     

  3. Reclamar do efeito sem abordar a causa.

    Qualquer um pode dizer isso e aquilo sobre o Brasil. Como teria dito o Antônio Brasileiro, em frase a ele atribuída, o Brasil não é um país para principiantes. Mas não adiante jogar as calças no chão e sapatear em cima de ódio, porque não resolve nada. É preciso, ou, pelo menos, é o que se espera de um estudioso, que a narrativa se aprofunde em análises das causas dessa aparente sina que submete esse rico país ao destino de ousar sempre alçar o voo da galinha. Parece que vai decolar e logo se esborracha no chão. O que significa falta de capacidade de indignação de um país? Absolutamente nada. Como diria a Dona Luiza Erundina, esse discurso deseduca, porque não leva a lugar nenhum. É preciso dar nomes aos bois, começando lá de trás, como faz o bravo Jesse de Souza. A pretensão de nação no Brasil já começou errada na formulação teórica de intelectuais como Sergio Buarque e Faoro, fundada, segundo Jessé, em mitos sem sustentação nas realidades e diversidades do povo brasileiro. De lá para cá tem muita coisa a estudar e problemas a identificar e agentes a denominar e responsabilizar, como na individualização das condutas, como aprecia o Direito Penal. Não adianta esbravejar e ao mesmo tempo tentar ficar bem com todo mundo, de olho nas próximas rodadas do jogo.

    https://jornalggn.com.br/noticia/jesse-souza-o-desafio-de-desconstruir-os-interpretes-do-brasil

     

     

     

     

     

     

  4. O “povo” não se mobiliza?

    “Em muitos outros países o presidente teria que renunciar imediatamente … os palácios estariam cercados por milhares de pessoas e milhões se colocariam nas ruas até a saída … Aqui não.”

    Como não? O governo anterior foi apeado do poder por milhões de pessoas nas ruas, o povo cercou o Palácio quando foi empossado o Ministro da Casa Civil.

    O verdadeiro “povo brasileiro” não é apático, ele se revolta com a possiblidade de reversão da desigualdade, com a possíbilidade de extinção da miséria, com um governo reformista moderado.

    Nenhuma mudança na estrutura social será aceita. O “povo” de verde e amarelo da CBF, informado pela Globo, Folha, Estadão, Veja e suas sucursais, estará sempre a postos nas ruas, nos shopping centers, aeroportos, hospitais, restaurantes à la carte, consultórios médicos, etc., para defender sua dignidade. Defender seus interesses de poder explorar uma vasta mão de obra barata e pacata.

    Este governo rouba mas reforma. E isso que o “povo’ quer. Reformar os modestos avanços socioeconômicos dos últimos cem anos. E o “povo” está mobilizado para prender o lider popular e garantir as reformas do atraso. Já investiu muito nisso e não está disposto a recuar. Este é o verdadeiro “povo” brasileiro, 20% da população. Mobilizada, aguerrida e lutadora contra os outros 80% dispersos, pobres e sem acesso a direitos básicos como terra, trabalho formal, habitação, saúde e educação.

    1. Penso que quando ele diz povo

      Penso que quando ele diz povo se referia aos 80% dispersos e não aos 20% de zumbis midiáticos da globo, veja, folha, etc etc

      Ou seja, 100% nada.

  5. Crítica-espuma

    O professor inicia o texto com uma série de generalidades. Destaco, entre elas, a pérola “em muitos outros países”. Não há referência a qualquer situação concreta, distante que seja, para comprovar a hipótese. Prover o argumento, caro professor. Dados empíricos, que poderiam corroborar com a tese proposta, são substituídos pela liberdade proporcionada peo ensaio.

    A partir da chave “no Brasil tudo é possível” e da série “aceitamos“ a crítica torna-se inócua porque desconsidera as lutas e conquistas daqueles que, a despeito da opressão e tirania, tiram as mãos da pena e as colocam na massa.

    Na semana passada, o professor teceu considerações sobre a penetração das igrejas nas periferias. Esqueceu de mencionar que a própria formação do PT contou, entre seus pilares, com a igreja da libertação que saia fortalecida do Vaticano II. Na ocasião, esse foi um dos elos de ligação do partido com os atores políticos das áreas periféricas. A descrição de fenômenos só tem sentido se provocar uma explicação.  

    Esse modelo crítico, que tem se espalhado nos últimos anos, é do tipo: se acertar, ponto; se errar, fica o crédito pela tentativa.

    1. CRISTICA A CRITICA – ESPUMA

      Interessante seu comentário, falou muitas coisas, mas não apresentou nenhuma alternativa e diante do que expos, percebe-se tratar-se de uma pessoa conhecedora de teses e seria proveitoso que formulasse um contraditório ao texto. 

    2. Igrejas na periferia e a Formação do PT
      Acredito que o colega não sabe a diferença do papel das Comunidades Eclesiais de Base e o das igrejas neopentecostais.

  6. Populismo acadêmico e culpabilização das vítimas

    Prezados leitores,

    Se a idéia e intenção de Aldo Fornazieri ao escrever este texto foi dar uma cacoalhada e tirar da letargia os que se acomodam e se acovardam frente ao golpe de Estado, à violência, à degola de direitos, à opressão, à repressão e exclusão social, ele errrou no conteúdo e na forma. Mais do que provocar uma ‘indignação’, que ele vê ausente nas vítimas desses crimes por parte da classe dominante, Aldo revela populismo acadêmico [e vulgar], empáfia, culpabilização e criminalização daqueles estratos que ele mesmo idenfifica como vítimas.

    No 2º parágrafo temos uma pérola – marca registrada da manjada e desgastada fórmula “uma no cravo, outra na ferradura” – em que alguns dos chamados ‘intelectuais esquerdistas’, de que são exemplos pungentes Wandeley Guilherme dos Santos e o próprio Aldo Fornazieri. Aldo consegue encaixar o seguinte bordão:

    “Até mesmo a oposição, que ontem foi apeada do governo, dá de ombros e muitos chegam a suspeitar que a denúncia contra Temer é um golpe dentro do golpe.”

    Esse tipo de clichê soa como música para os veículos do PIG/PPV e garante ao autor microfones, holofotes, espaço para entrevistas e divulgação de artigos, livros e eventos que venha a produzir ou de que venha a participar.

    No parágrafo de abertura, Aldo tenta impressionar o leitor, mas as contradições são tão evidentes que a metralhadora giratória volta-se contra ele mesmo, expondo a fragilidade e o oportunismo usados na argumentação. Observem que já nessa abertura ele culpabiliza as vítimas e invoca um ‘caráter sagrado’ para as instituições políticas, atribuindo a elas “expressar a dignidade e a moralidade nacional”. Ora, esse discurso é o mesmo dos Dallagnóis, Moros, Carlos Limas, Rodrigos Janot e quejandos.

    Aldo Fornazieri desqualifica as manifestações populares contra o golpe de Estado, mas duvido que tenha participado de qualquer uma delas, que tenha tido de cheirar e respirar gás lacrimogêneo e spray de pimenta, que tenha visto serem lançadas perto de si centenas de bombas das quais emanavam fumaça tóxica. Duvido que Aldo ou algum colega acadêmico da geração dele tenha ido às ruas e visto a ação dos ‘P2’ e outros infiltrados nas manifestações organizadas pelos movimentos sociais e pelas centrais sindicais. Covarde, Aldo sequer menciona a burocracia do Estado (PF, MP, PJ) como responsável pelo estado de degradação em que o Brasil se encontra. Aldo também não fala do papel da ABIN e das FFAA na trama golpista e na repressão violenta a toda e qualquer manifestação contra a trama golpista.

    Nenhum dos fatos históricos narrados com crueza por Aldo Fornazieri neste artigo o redimem do vício de origem, pois em toda a narrativa prevalece a culpabilização das vítimas da violência, que são consideradas passivas, acomodadas, covardes, incapazes de se insurgir contra os opressores. É claro que a  omissão de diversas revoltas como a ‘Cabanada’, a ‘Balaiada’ , ‘do Contestado’, sem falar de ‘Canudos’ não caracteriza esquecimento. Em momento algum ocorre a Aldo Fornazieri que as massas escrava, indígena, mestiça, pobre JAMAIS tiveram consigo algum aparato de força que lhes permitisse enfrentar o colonizador, o Estado opressor-repressor. As revoltas que citei – e outras não mencionadas – foram reprimidas com dureza. Canudos foi dizimada, como bem sabe o acadêmico articulista.

    Aldo pode até continuar enganando INCLAMEs ou ‘esquerdistas puritanos’, mas populismo acadêmico tem pernas e asas curtas. Com uma pouquinho de atenção e empenho pode ser descontruído ràpidamente.

    1. Cara, o fato é que em uma

      Cara, o fato é que em uma hora dessas era para o congresso estar em chamas e o usurpador devia estar preso.

  7. Quantos pessoas do povo são mortas por semana no Brasil?

    Caro Aldo.

    Não confunda uma classe média que de forma conformada faz a sua luta pela Internet que é confundida propositalmente, por grupos ou mesmo partidos que incitam a coisas como manifestações sem bandeiras para simplesmente desmotivar qualquer tipo de reação.

    O primeiro de tudo a ser feito é destrancar a mente de grande parte da população que se encontra nas camadas médias e baixas da população que são confundidas com este discurso diversionista do não faça isto ou não faça aquilo, pois a parte que está reagindo do povo brasileiro está levando BALA.

    É extremamente simples e indolor escrever como conclusão “…..Se não nos indignarmos e não gerarmos atitudes fortes, não teremos uma comunidade de destino, não teremos uma alma com um povo, não geraremos um futuro digno e a história nos verá como gerações de incapazes, de indiferentes e de pessoas que não se preocuparam em imprimir um conteúdo significativo na sua passagem pela vida na Terra.”

    Porém para o povo brasileiro se indignar ele deve primeiro se indignar com motivos objetivos que o prejudicam no dia a dia, é o desmonte de uma vila clandestina, é o ataque de policiais militares pagos por grandes latifundiários para que eles desocupem as terras que retiram o seu sustento, são motivos simples de até para grandes sociólogos ou cientistas políticos em geral não teriam resultados nas grandes direções da política nacional.

    Pois estes grandes sociólogos ou cientistas políticos escrevem que o povo aceita “as chacinas, os massacres nos presídios, a violência policial nos morros e nas favelas, aceitamos passivamente a destruição da educação, da saúde, da ciência e da pesquisa.”, pois meu caro amigo, o povo não aceita coisa nenhuma, as chacinas e os massacres indicam exatamente a não aceitação de nada, pois mesmo sabendo que a correlação de forças os seja extremamente desfavorável enfrentam tropas armadas que na sua atuação lhes tira o que eles têm de mais valioso, a vida.

    No Brasil, dez ou no máximo quinze por cento da população está na posição de ter direito a se manifestar, o restante não é uma “massa ignara e sem cultura, sem civilidade e sem civilização.”, são na realidade, como bem dito “um povo abastardado, somos filhos de negras e índias engravidadas pela violência dos invasores, das elites, do capital, das classes políticas que fracassaram em conduzir este país a um patamar de dignidade para seu povo.”, mas diria mais, um povo reprimido, massacrado e que jamais lhes é deixado oportunidade de protagonismo.

    Agora vem a maior crítica ao texto, nele está colocado que: “Aceitamos a destruição das nossas florestas e da nosso biodiversidade, o envenenamento das nossas águas e das nossas terras porque temos a mesma alma dominada pela cobiça de nos sentirmos bem quando estamos sentados à mesa dos senhores e porque queremos alcançar o fruto sem plantar a árvore.”, pois este povo está bebendo a água contaminada, está sendo expulso das terras que não tem florestas, e a cobiça que eles têm é a de no mínimo viver, se há um grupo que não tem o “algum lampejo de consciência, de alma ou de caráter nacional” são exatamente os intelectuais, vivemos com nossos gordos salários ou outros benefícios que para um país de miseráveis são uma grande vergonha, e quando chega a hora da partilha reivindicamos salários e benefícios de primeiro mundo.

    Pai fundadores é só procurarmos na nossa história, veremos que na verdade temos muitos, porém alguns procuram figuras que não existem em nenhum país do mundo, aqueles que são “santos”, o Sebastianismo já nos mostrou que não há o líder impoluto e perfeito, nossos pais fundadores como o “Almirante Negro”, o “Marechal Rondon”, o grande “Tiradentes” o “Cavaleiro da Esperança”, como em qualquer lugar no mundo, são heróis imperfeitos, porém nos dedicamos mais a achar seus defeitos do que suas virtudes. E quem faz isto não é o povo, é os dez por cento que tem direito a falar.

    Meu caro amigo, se simplesmente colocasse parte desta culpa somente nos poucos que tem direito a palavra neste país, concordaria com o texto, assim mesmo colocando uma reserva sobre o batalhão de aproveitadores que procuram com táticas diversionistas tirar estes da direção correta, se isto não for corrigido o texto ou se torna naïf ou mal-intencionado. 

    1. Obrigado, Engenheiro e Professor Rogério Maestri.

      Prezado Engenheiro e Professor Rogério Maestri.

      Fico satisfeito ao ler esta tua crítica, tão bem fundamentada, direta, contundente, reduzindo a pós o populismo acadêmico, a empáfia e a técnica de culpabilizar as vítimas, que são a tônica deste artigo de Aldo Fornazieri. Meu comentário é muito parecido. É muito bom que Engenheiros também participem da crítica social, histórica e política, pois dão objetividade e clareza a pontos que poderiam ficar nebulosos ou passarem despercebidos.

      1. Caro João, achei importante que puseste o Engenheiro no ……

        Caro João, achei importante que puseste o Engenheiro no título, pois mostra uma verdadeira inversão nas características dos discursos de muitas pessoas nos dias atuais, por incrível que possa parecer, mas facilmente explicável, talvez os engenheiros assim como outras profissões técnicas estão adquirindo mais capacidade de pensar como POVO do que profissionais da academia.

        Atribuo isto a uma observação bem simples e singela que não necessita grandes teorizações e palavreados mais complexos, os engenheiros como outros técnicos estão muito mais próximos do mundo real da produção e por consequência dos que se chamava e ainda chamo, do proletariado, esta proximidade inclusive vai na medida em que a produção se sofistica se estreitando cada vez mais.

        Os engenheiros se tornam cada dia mais proletários, em termos de posição na produção de bens e serviços, e os proletários cada dia mais engenheiros! A visão do fim do século XIX e início do século XX do engenheiro quase que um feitor que servia como um intermediário do capitalista na linha de produção, vai se evanescendo se tornando uma verdadeira miragem que olhos menos atentos ainda enxergam.

        A visão dos meus alunos, que mesmo aposentado ainda contribuo para orientá-los, vi nela uma imensa mudança desde comecei da dar aula em 1978 para os dias atuais, o empreendedorismo, a nova religião do século XXI, não chegou com a mesma intensidade nos técnicos do que em outras áreas, era de se pensar que engenheiros iriam adotar esta teologia, pois sempre engenharam, porém a visão real do mundo da produção e da sofisticação do mesmo coloca uma barreira natural em fantasias do tipo. Vejo inclusive um número significativo de profissionais de outras áreas com veleidades de atingir com seu espírito empreendedor o altar da glória neoliberal.

        Com tudo isto, meu amigo, sinto-me honrado de ser denominado por aquilo que sempre fui, um engenheiro.

  8. um tapa na cara do povo brasileiro.

    Professor Aldo,

    Há mais de dez anos nos conhecemos na FESP-SP. Além de ser um excelente artigo, ele dá um tapa na cara do povo brasileiro que se acovarda e fica em casa, assistindo Jornal Nacional e o Datena, enquanto a realidade grasna no país.

    Enquanto o povo não sair da Senzala( Gilberto Freyre). não teremos mudanças sociais profundas. Só ha um ponto que o senhor esqueceu: o povo, em virtude da doutrinação evangélica , está sendo levado a ser cada vez mais egoísta, ou seja, individualista,, e se apega  a Deus e jesus,  ao invés de lutar, como faz Ogum( Orixá da Guerra).

    Seu artigo pode ser um texto, um manifesto, que deveria ser retificado para que a grande maioria reflita com  a realidade e lute contra os goipistas e os canalhas. Parabéns pela eterna coragem de desafiar o sistema.

    Rui Yoshio Kunugi

    Pos-graduado na FESP-SP( orientado pelo Prof. Aldo Fornazieri) e mestre em Ciências Políticas pela PUC-SP.

  9. Pois eu considero um excelente raio X do que vivemos!

    Os intelectuais que se dispuseram a imediatamente criticar o texto, atacando o mensageiro… para mim somente reforcam o que foi bem descrito como o perfil da alma nacional, como descrita por Aldo. Pois achei que o texto resume bem, o que muitos sentem e expressam, sem o recursos de palavras tao percisas quanto as utilizadas pelo Aldo.

    Servus!

     

  10. Um Pais se constroe através

    Um Pais se constroe através de seculos pela soma de vontades. O Brasil é uma grande nação pela sua Historia, exclusiva  entre os povos da America, unica Monarquia na sua formação, com solida estrutura de Estado que foi capaz de manter a integradade territorial e cultural por 500 anos sem constestação ou conflito, como por exemplo na Guerra Civil americana.

    Os defeitos apontados pelo professor Aldo são comuns a todas nações, os EUA por exemplo, tem imensos problemas e conflitos a resolver neste presente momento, o Reino Unido com ameaça de desintegraççao, da Escocia, a Espanha com suas autonomias conflituosas na Catalunha e no Pais Basco, a Italia imersa em explosivas tentativas de secessão do Norte.

    O Brasil é uma grande Nação com menos problemas do que uma India com castas e 200 idiomas, uma China com um bilhão de pessoas sem privada em casa, com a Indonesia sentada em vulcões religiosos e sociais complicados.

    Os problemas do Brasil são naturais de um grande Pais e a capacidade interna de solução é bem maior do a maioria dos grandes Paises, o Brasil é o Pais que mais cresceu no mundo entre 1945 e 1975, essa questão de dignidade ou idignidade não entra nos grands temas da Historia porque está no mundo da psicologia social onde o Brasil desponta com boas notas.

    Não somos piores ou melhores do que a media da população mundial cada uma com seus problemas.

    1. Perfeito, André. Quando

      Perfeito, André. Quando terminei de ler o artigo do Aldo, tentei resgatar de entre os meus parcos conhecimentos históricos e  geopólíticos a que nações ele estaria se referindo, fazendo-as de referenciais acerca de como os cidadãos brasileiros deveriam se comportar… não lembrei de nenhuma, infelizmente. Os estados modernos são de história recentíssima, não têm nem 400 anos. A maioria é produto de uma unificação forçada de feudos, com dialetos e costumes diferentes. Nós temos, sim, unificadores identitários dos quais nos orgulhamos e isso fica muito patente no momento em que pomos os pés no estrangeiro. Ninguém aqui renega sua pátria e temos bastante consciência de nossas mazelas, talvez até mais que outrospovos. Somo suma nação em constituição e, embora alguns – da comodidade de seus gabinetes e escrevendo em MAC de ultima geração – peçam que peguemos em armas para destruir tudo o que aí está,a  garnde maioria acertadamente dá de ombros para essas esculhambações políticas e volta à sua batalha diária pela sobrevivência. Se não há revolta generalizada pelas condições de vida, talvez seja interessante os estudiosos se debrçarem sobre a invrível capacidade que temos de fazer limonadas de limões e irmos tocando nossa vidinha.

    2. Caro Andre,
       
      sou professor

      Caro Andre,

       

      sou professor universitario, ja morei na Europa, EUA, ja viajei pela America Latina várias vezes e concordo com tudo que voce disse, mas minha pergunta atual é: e daí?

      Em outras palavras, nao somos piores e nem melhores que os outros, temos nossa historia e especifidades, nao tenho complexo de viralata, mas vamos combinar, estamos numa merda de dar gosto. Nao me interessa mais como chegamos aqui, mas como vamos sair da lama. Com mobilizacao popular? Qual mobilizacao? Com acordo com o centro? Qual centro? Com radicalizacao politica? Qual radicalizacao? Quem vai radicalizar? 

      Apesar dos leitores/comentaristas/articulistas deste e de outros blogs estejam sempre convencidos das suas certezas, tenho e impressao de que estao mais perdidos que cegos em tiroteio..

      Como eu..

       

       

       

       

    3. Acho, André Araújo, que o

      Acho, André Araújo, que o conceituado e quase preciso professor não estava no seu “normal” quando emitiu esse texto pessimista. 

       

  11. Um país que não tem dignidade, não sente indignação

    Um texto genérico. De certa forma niilista. Passa por fatos históricos de forma apressada. Acara os clichês da classe média de pouca ou nenhuma leitura. Sugiro que se faça a leitura do livro “A Democracia Impedida” do Prof Wanderley Guilherme dos dos Santos e “A Tolice da Inteligência Brasileira” de Jesse de Souza. Precisamos aprofundar a análise de nossas questões efígie dos clichês.

  12. Caramba,
    poucas vezes na

    Caramba,

    poucas vezes na minha vida li um artigo que definisse tão bem o que é o Brasil e o brasileiro, principalmente o parágrafo abaixo:

    “Quando percebemos os nossos enganos, nos indignamos mais com palavras jogadas ao vento do que com atitudes e lutas. Boa parte das nossas lutas não passam de piqueniques cívicos nas avenidas das grandes cidades. E, em nome de tudo isto, das auto-justificativas para os nossos enganos, sentimos um alívio na consciência, rejeitamos os sentimentos de culpa, mas não somos capazes de perceber que não temos alma, não temos caráter, não temos moral e não temos coragem.  “

     

    Parabéns Aldo Fornazieri.

    E seguimos tendo o que merecemos exatamente pelos motivos citados no parágrafo em destaque.

  13. O povo é culpado ou inocente?

    O texto aponta algo que eu mesmo concluo há muito tempo: A população brasileira nã cumpre o s critérios e caracter´siticas que formam um povo, unido em laços de tradição, objetivo, fraternidade e unidade. Somo sum amontoado de sobreviventes das mais variadas etnias, classes sociais, todos “presos” aqui, tendo qeu suprtar uns aos outros, uns contra os outros, tentando prosperar egoistamente. Obviamente os descendentes dos exploradores europeus tem umavantagem e aptrimônbio absurda, explorando e prejudicando sem dó a quase 90% da população descendente de escravos, índios e imigrantes pobres.

    O fato de nosso povão não ser nacionalista, engajado, o fato de que o brasileiro médio não pensa coletivamente, no povo e no país mas sim em objetivos egoístas individualistas, e que o sonho de esmagadora maioria do povão é menos “a grandeza e prosperidade do povo como um todo” e muito mais “eu ficar rico e virar patrão, e danem-se os outros”, isto tudo é fato. A pesquisa do Instituto Perseu Abramo mostra isto. Mais que isto: não sou rico, nasci na pobreza, sempre morei em bairros pobres e tenho cotato com brasileiros comuns e afirmo: é assim que eles pensam e são. O texto está correto na definição do brasileiro médio.

    Agora, valendo um milhão de reais: O povo é culpado por ser assim (e, portanto, merece toda a desgraça de país em que vive?), ou o povo é uma grande vítima, não tem culpa de ser assim (merece piedade e salvação)?

    Lição que aprendi pra vida: ninguém e nada é 100%, tudo tem parcelas de bom e ruim, culpado e inocente. O egoísmo, ganâncai e inividualismo é característica do animal humano em qualquer povo, o brasileiro carrega o que qualquer humano carrega. Mas porque outros povos, como os estadunidenses são tão mais patrióticos e com senso de comunidade e povo? Prque dinamarqueses tem tanto apreço pelo bem estar comum? Porque russo foram capazes de sacrificar tantas vezes em nome do país e do povo? Porque nos faltam estes atos de grandeza? Porque nosso povo não tem estas características e, principalmente, estas atitudes que se espera de um “Povo”? O brasileiro médio é mau caráter por natureza, ou é uma vítima de uma Sociedade/Cultura histórica que corrompe e perverte a tudo?

    Como disse, todos carregam tendencias naturais ao egoísmo e corrupção. Somos animais e animais carregam fortes instintos pela busca de vantagens constantes e crescentes imediatas. Então o brasieliro médio tem sua culpa quando não se importa com a corrupção generalizada, quando ele mesmo gosta de praticar pequenas corrupções pra ter vantagens pessoais, quando ignora os problemas dos outros e mesmo da sociedade por ansiar muito mais lucros e vantagens pessoais. Mas, até onde se tenha provado, estes insitntos que temos não são mais fortes em nosso povo doq eu em qualquer outro. E, se outros povos são mais honestos  e fraternos, por lógica, a diferença que os favorece e nos prejudica é a cultura e a Sociedade que os forma. Cultura e Sociedade que não escolhemos, foi imposta e é mantida graças a todo um Estado patrimonialista e a uma Polícia violentíssima.

    Minha conclusão: O brasileiro médio tem sua parcela de culpa por se deixar levar conscientemente por egoísmos, comodismos, oportunismos que seus instintos e a Sociedade fomentam, mas esta é uma culpa menor, pois o fator principal que corrompe e perverte nossa Sociedade, nossa cultura, nosso Estado, nossa identidade, é um Sistema Político, Econômico/ Social /Cultural imposto por um império estrangeiro séculos atrás a esta sociedade e esta população, um modelo de bases fortes e e bem cosntruídas, de livre exploração, subserviência, preconceito, e contenção pela violência exacerbada e pela negação da educação libertadora para esta população. 

    Somos muito mais vítimas do que culpados ou responsáveis. 

    Agora, como se quebar isto? é o Estado quem pode oferecer educação libertadora, é o estado quem pode equilibrar e diminuir desigualdades, impor igualdade de oportunidades de prosperidade, garantir igualdade e dgnidade ao povo. Mas como se alcançar este Estado, se todo o sistema é dominado pelos inimigos? O PT não teria jamais ganhado em 2002 se Lula não tivesse abrandado muito seu discurso, e o PT não se manteria até 2016 se o PT não tivesse feito inúmeros acordos e concessões com os donos do Pais e do Mundo. Como alcançar o Poder sendo um esquerda de rompimento e afronta ao Status Quo? E, ainda que se fingisse uma esquerda branda, só pra ganhar as eleições, um estelionato leitoral invertido ao qeu Dilma fez em 2014, ainda qeu se alcançasse de novo o Poder, o que um governante de extrema esquerda faria com minoria no congresso, com um Judiciário ultra patrimonialista como inimigo, com toda a mídia o perseguindo e com uma população analfabeta política e direitista que não o apoiaria? O que?

    Como se  muda a cultura de um país, uma cultura corrompedora arraigada por 500 anos, com os donos e promotores de tal cultura ainda com pleno poder? Sugestões…

    1. Desconstrução do populismo acadêmico

      Caro GY Francisco,

      Em poucos parágrafos desconstuíste o populismo acadêmico, a empáfia e a culpabilização das vítimas, que são a tônica deste infeliz artigo de Aldo Fornazieri. E colocaste o conjunto de cidadãos comuns, o chamado ‘povo brasileiro’, exatamente na dimensão humana que têm seus integrantes, com as virtudes e defeitos que apresentam. Sem ficar em cima do muro, fazes o diagnóstico correto:

      “Minha conclusão: O brasileiro médio tem sua parcela de culpa por se deixar levar conscientemente por egoísmos, comodismos, oportunismos que seus instintos e a Sociedade fomentam, mas esta é uma culpa menor, pois o fator principal que corrompe e perverte nossa Sociedade, nossa cultura, nosso Estado, nossa identidade, é um Sistema Político, Econômico/ Social /Cultural imposto por um império estrangeiro séculos atrás a esta sociedade e esta população, um modelo de bases fortes e e bem construídas, de livre exploração, subserviência, preconceito, e contenção pela violência exacerbada e pela negação da educação libertadora para esta população. 

      Somos muito mais vítimas do que culpados ou responsáveis.”

      Não sei se és acadêmico ou estudioso, mas mostraste um senso de obsevação e capacidade de análise e síntese impressionantes.

  14. Quanto à dignidade do

    Quanto à dignidade do brasileiro, tenho um episodio a relatar.  Recebi um alto executivo de uma multinacional americana do ramo de autopeças, fui com ele ao então hotel Tivoli Mofarrej onde ele ficaria hospedado. O homem era peruano radicado nos EUA mas tinha a inconfundivel cara de inca que é tipica dos peruanos. Ao se apresentar à recepção para o registro de hospede a moça querendo ser simpatica perguntou, peruano?  O homem virou uma fera, jogou seu passaporte no balcão e disse alto e bom som SOY AMERICANO. ofendido por ser chamado de peruano. NUNCA VI UM BRASILEIRO RENEGAR SEU PAIS e

    eu lido com multinacionais americanas há 45 anos. Nelas se encontram hispano-americanos em grande quantidade, todos querendo ser vistos como norte-americanos, falam ingles entre si e tem todos os ademanes tipicos de americanos.

    Nas multinacionais há tambem brasileiros em menor quantidade mas nunca vi algum deles pretender ser confundido com americanos, sempre se apresentam como brasileiros e parecem ter orgulho disso.

    Os americanos mais sofisticados sabem que o brasileiro é especial e não pode ser confundido com os “cucarachos” e os

    americanos que conheço bem costumam ter dos brasileiros nos EUA uma OTIMA impressão e nos ver como diferenciados dos latinos até pelo aspecto de brasileiros sempre se apresentarem como brasileiros com uma identidade muito caracteristica.

     

    1. eu confirmo isto

      também trabalhei com e em multinacionais e confirmo esta observação do André Araujo.

      Os latinos sempre achando que subiram no patamar das civilizações apenas em função do cargo que ocupam. Os brasileiros  conscientes dos seus “gaps” e sem nenhuma vergonha de mostra-los, pedir ajuda e até desculpar-se às vezes. Ao ponto que, numa destas situações com um raro exemplo de americano esclarecido, ele recusou as desculpas do brasileiro e o corrigiu: “Não tem nada que pedir desculpa. Eu é que deveria pedir, vendo seu esforço em se comunicar em outra língua com alguém que só fala uma!”

    2. Meus cumprimentos,

      Meus cumprimentos, André.

      Muito, muito oportuna as suas observações neste momento, um contraponto às pesadas críticas do autor do texto aos seus conterrâneos. 

      Somos de fato um povo desinformado, desinformação mantida e agravada pelos lamentáveis meios de comunicação de que dispomos. 

      Mas essa passividade diante de nossos males e, em grau diferenciado, tb a desinformação SÃO FENÔMENOS GLOBAIS.

      Se há algo que, suponho, os chamados adeptos de teorias conspiratórias podem estar certos é quanto a existência de técnicas e métodos sofisticados de controle mental em grande escala.

      O caos está por todo lado, fomentado de forma deliberada, metódica em quase todo o planeta.  Mas as populações dos diversos países atingidos, inclusive dos paises do dito primeiro mundo, se voltam, qdo atingidas, para os inimigos que lhes são apontados pelos perpetradores do caos.

      Nessa questão, não somos uma raridade.

       

    3. Dignidade do brasileiro.

      Mas estes brasileiros dos quais você relata fazem parte, assim como – eu imagino – grande parte de nós que participa destes comentários, de uma elite minoritária no país.
      Uma elite cultural reservada à poucos. Estatísticamente em sua maioria branca, de classes média e alta, com boa base cultural que chegou aos níveis de graduação ao menos.
      Me desculpe, mas não podemos considerar isso de BRASIL.
      Dentro dessa nossa elite há multiculturalidade, assendências de toda parte do mundo, ideais políticos de de uma lado ao outro do “espectro”, mas nós não influenciamos nem a maioria podre, analfabeto funcional, com cultura de tv (ê Ô Ô Vida de gado!), nem a elite política e econômia, pois esses só se influenciam por eles mesmo, num círculo cada vez mais vicioso e nocivo para o resto da sociedade.
      Não temos um sequer fator que possamos apontar ou visualizar em todos os setores da sociedade, cada fatia da sociedade brasileira tem um ideal de paraíso, e nunca é o Brasil, com a exceção daqueles que você citou que normalmente tem de se ausentar do país a trabalho. Eu acho que americado é um povo afetado e meio fanático demais, mas ao menos isso eles tem: pra eles o melhor lugar do mundo é o EUA. No Brasil constantemente se diz que a melhor política é a dos Países Baixos por que lá políticos não tem regalias, a melhor educação é do Japão, que até o Imperador acata as palavras de um professor, que os melhor justiça é a americana, que na Inglaterra tem os melhores serviços Públicos… 
      É desse tipo de dignidade à que o autor se refere.
      Eu não escuto ninguém falar que o Sistema Bancário brasileiro é o melhor do Mundo, que o SUS do Brasil tem programas elogiados mundialmente, que nós temos um país multicultural onde as pessoas de diferentes culturas, antagônicas inclusive, convivem quase que em sua totalidade em paz, que artistas brasileiros criticados puramente por suas posições políticas são admirados mundialmente pela mesma razão.
      Quando dizemos que o melhor do Brasil é o brasileiro também dizemos que é o pior. Porque todas as qualidades que nos levam a escolher que o brasileiro e suas características de maleabilidade cultural, social e econômica, toda essa nossa característica de querer sempre agradar o de fora, os outros, são exatamente as características que nos foram ensinadas pelas elites para melhor lhes servir e mantê-los como elite que mantém o RESTO!

  15. Foi a Globo, pra variar, a

    Foi a Globo, pra variar, a primeira a noticiar o ocorrido a Andreas Richtoffe. Aquelas imagens do menino correndo sem rumo, pulando o portão de uma casa, e sua posterior submissão aos policiais foi muito chocante pra todos os brasileiros, que sentem viva as outras imagens da irmã do jovem forçada a declarar seu crime hediondo.

    O texto da Globo era o do rapaz, de 29 anos, ter fugido da Cracolândia, subtendendo estar vivendo nas ruas, bem como que à época da trajédia ficou o garoto de 15 anos sob os cuidados de um tio, designado pela justiça como seu tutor, e, portanto, que a população tirasse suas conclusões.

    Ontem, no Domingo Espetacular, repórteres da Record cita a notícia da globo como falsa, porque Andreas não estava na Cracolândia, apresentando um mapa pra mostrar a distância entre a residência dele e a cracolândia, e faz, assim, a Record sua própria reportagem, com críticas à Globo. Só que em seguida, faz coisa igual ou pior: diz que há dois anos a justiça decidiu que Andreas herdou 10 milhões dos pais, estando a assassina fora da herança.

    Uma vizinha do garoto disse ter ouvido ele dizer a um policial: “Meu sonho é ir pra um lugar onde ninguém saiba quem eu sou”. 

    Agora, então, além do muito que vem sofrendo Andreas, a Record lhe fez mais um mal: o do moço vir a ser sequestrado.

    O Advogado Roberto Tardelli mostrou-se profundamente indignado com o que vem fazendo a imprensa com Andreas. Ele diz que Andreas foi um estudante brilhante, formado em Farmácia e Bioquímica, e dourado em Química, com destaque em diversas pesquisas científicas, considerado um dos maiores e melhores do Planeta, pelo seu raciocínio rápido e uma inteligência ímpar. 

    O tio, que foi tutor de Andreas até os 18 anos, também postou uma carta de indigação pelo que estava vendo sair na imprensa.

    Estou a colocar o caso de Andreas Richtoff como comentarista do post, para responsabilizar a imprensa por quase tudo de mal que vivemos nesse Brasil. Pouco importa o estudo e o grau de desenvolvimento escolar de um brasileiro se ele é bombardeado todos os dias por um bando de jornalistas inescrupulosos, que usam do poder da comunicação, que é imenso, e que Dr. Aldo esquece-se de mencionar, para ir montando farsas políticas midiáticas, manipulando até mesmo os mais críticos.

    Em toda a História do Brasil, nos momentos mais cruciais, lá estava a nossa imprensa como das maiores promotoras do caos. Foi assim na história mais contemporânea, como em 1954, 1964, entre outras épocas sangrentas da nossa república.

     

  16. É impressionante como os

    É impressionante como os renegados, quando abandonam o marxismo, rebaixam sua capacidade de análise. Esse, seguramente, não é o Aldo Fornazieri, que, um dia, compôs o Partido Revolucionário Comunista. Da sua “análise”, derrama-se louvor acrítico pelas instituições burguesas, pela “superioridade” de outros países, onde essas instituições burguesas funcionariam às maravilhas, e abundam lugares-comuns genéricos e abstratos, como essa noção de “povo”. Cadê as classes? Cadê a luta de classes? Cadê as conjunturas e as estruturas? O abandono do marxismo deixou o professor Fornazieri somente com a indignação moralista rasteira e impotente!

    Se quiserem conhecer um Fornazieri mais arguto, procurem em algum sebo alguma edição da revista Teoria & Política anterior a 1989, quando resolveram liquidar o PRC para formar a Nova Esquerda e seguir o caminho da renegação do passado comunista.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Revolucion%C3%A1rio_Comunista

     

    1. 1989? Algumas coincidências

      Caros leitores,

      O ano de 1989 foi marcado por importantes fatos históricos. Queda do Muro de Berlim, Consenso de Washington, fundação do PSDB, eleição de Collor, dentre outros.

      Morales e outros analistas e estudiosos podem fazer um apanhado, estabelecendo nexos entre esses acontecimentos simultâneos ou contemporâneos. Alguns ensaios interessantes podem ser elaborados. Fica a dica.

  17. É impressionante como os

    É impressionante como os renegados, quando abandonam o marxismo, rebaixam sua capacidade de análise. Esse, seguramente, não é o Aldo Fornazieri, que, um dia, compôs o Partido Revolucionário Comunista. Da sua “análise”, derrama-se louvor acrítico pelas instituições burguesas, pela “superioridade” de outros países, onde essas instituições burguesas funcionariam às maravilhas, e abundam lugares-comuns genéricos e abstratos, como essa noção de “povo”. Cadê as classes? Cadê a luta de classes? Cadê as conjunturas e as estruturas? O abandono do marxismo deixou o professor Fornazieri somente com a indignação moralista rasteira e impotente!

    Se quiserem conhecer um Fornazieri mais arguto, procurem em algum sebo alguma edição da revista Teoria & Política anterior a 1989, quando resolveram liquidar o PRC para formar a Nova Esquerda e seguir o caminho da renegação do passado comunista.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Revolucion%C3%A1rio_Comunista

     

  18. Dignidade

    O Professor pode ter exagerado em determinados pontos, mas uma pessoa que estuda o Brasil, neste momento, está indignada. Realmente, como já escrevi ontem não tivemos um brasileiro que lutou e fez nossa independência, deixamos entrar para a História um príncipe mau cárater,e festejamos o 7 de setembro sem nunca termos feito uma crítica a este triste personagem.a.. Comemoramos a 21 de abril sem nunca termos feito uma auto crítica, pois,  á época,o povo foi as ruas ver Tiradentes, ou melhor o traidor da Coroa Portuguesa ser enforcado.Comemoramos o 15 de novembro, sem nos darmos conta de que foi o primeiro golpe militar no Brasil. Ninguém fala sobre estas verdades, logo temos culpa sim. Se tivessemos outra postura perante nossa História, uma postura crítica, o povo começaria a entender de que lado fica a verdade.

  19. Chororô

    Principalmente, fora esse moralismo tétrico de autocrítica eterna (vai confessar ao padre Fornazieri), não pensamos o país institucionalmente, e nos remoemos eternamente nesse exercício sentimentalóide da constatação distanciada dos sofrimentos de nossa formação.

    Daí que sempre transitamos do populismo autocongratulatório ao desespero de imolação.

    Como se fosse “o povo” americano que fez a independência, menos Dalagnol.

    Direito a voto não é nem nunca foi garantia de democracia.

    É difícil quebrar esse hábito ao falar de democracias e ditaduras como se esses termos demonstrassem diferenças formais ou diferenciasse requisitos de formação de cada regime, mesmo que nenhuma “democracia” seja igual a outra, assim não há duas ditaduras iguais.

    Ditadura realmente significa um governo com base em um pequeno grupo de essenciais (militares, judiciário, legislativo, mídia (monopolista) e eminências pardas, burguesia transnacional) provindo de um grande grupo de intercambiáveis (pools de investidores, generais em ascensão, juízes e PGRs indicados, cidadãos votantes, e população habilitada em seus direitos civis), e usualmente um pequeno grupo de influenciadores (burguesia interna, políticos do baixo clero, mídias não oligopolizadas).

    Por outro lado, ao falarmos de democracia, nos referimos a um governo com base em um grande número de essenciais (num pais de 200 milhões, muito mais que nossos atuais poucos milhares de pessoas) e um grande grupo de intercambiáveis para todos os níveis, com o grupo de influenciadores sendo relativamente grande proporcionalmente ao de intercambiáveis (mídia não oligopolizada, movimentos sociais com voz própria, legislativo não encabrestado).

    Tanto que ao se falar de monarquias ou juntas militares, temos em mente que o número de intercambiáveis, influenciadores e essenciais é sempre muito pequeno.

    Temer deu o limpa no grupo da coalizão vencedora e o refez a partir de seu seletorado, agora com a camarilha muito reduzida, os essenciais o apoiaram pelo preço pago pelo golpe (preço muito alto) se tornaram autônomos durante a travessia, restando o próprio governante dispensável se opções melhores aparecerem.

    Os influenciadores foram reduzidos aos antigos grupos. Ou seja, ocorreu uma concentração de poder que usurpa totalmente o poder dos intercambiáveis (votantes), e o “desequilíbrio econômico em política”, nunca esqueçamos, nada mais é que desequilíbrio político, pois retira do governante a capacidade de pagar pelo apoio dos grupos que o estabilizam.

    O empoderamento de castas de funcionários públicos, de influenciadoras ao nível de essenciais. Isso vem de Lula e Dilma. Junto ao fim do foro privilegiado, vamos agora elevar um exército de Moros a esse patamar. Vão cassar esquerdistas por caixa 1 e multa de trânsito, vai ser uma beleza, aliada aos projetos de (reforma) purga eleitoral e a esquerda unida ao MBL contra Moraes e Gilmar e a favor da Lavajato! E o marmanjão chorando que nosso pecado é que não nos indignamos o suficiente pelo passado, ao passo que todo mundo aqui tá vivendo de Prazol.

    No fim entendo os parlamentares de facebook, é melhor causar contra o Gentilli virtualmente do que ser preso como terrorista por andar junto ao MST. Melhor ficar em casa denunciando a pauta diária do PiG no meu IPhone e chorando o passado colonial. As leis são muito perigosas para se por o pé nas ruas. Ai de quem andar com vinagre, se for pinho bril então… paninho no pescoço nem se fala.

    Vai tomar cacetete, ser fichado e processado até a quinta geração, exposto pelo MBL no jornal livre, viralizado entrar na lista negra do Constantino e compartilhado no Whatsapp da empresa e da família. Vai perder o emprego, a família e ser ostracizado. Aí vem o tiozão do facebook chamar a gente de mole por “não” (pior que a gente arrisca) arriscar a vida pra defender pelego que chama diretas e não vai pra rua.

    Como restaurar a estrutura para uma base minimamente democrática? Diretas já! Hahahaha.

  20. Percebi isso tudo que o Aldo

    Percebi isso tudo que o Aldo escreveu desde o momento que o Pt Começou a apanhar da mídia que ele mesmo financiava. Nunca endtendia essa passividade do povo brasileiro. Hoje acho que, como excessão dos movimentos sociais, o povo está se linxando com o que ajcontece com ele mesmo.Pergunte hoje para um colega de trabalho sobre o que ele sabe entende das “reformas” e ele não vai saber patavinas. Agora, pergunte sobre o brasileirão, o faustão, o real madrid e aí ele te detalha em minúcias o assunto. Se não se interessa por si mesmo  é porque merece ser ferrado. Se eu fosse o Lula, mandava esse povo a M., se enfiava numa embaixada e não ficava esperando ser condenado sem provas por tentar liderar uma povo tão mané.

  21. Fale por você! É só o q faltava esse desprezo pelo povo e país

    “O Brasil tem uma unidade política e territorial, mas não tem alma, não tem caráter, não tem dignidade e não tem um povo.”

    E isso se pretende um cientista social de esquerda!

    1. O Brasil nasceu como

      O Brasil nasceu como território dos outros. Após uma falsa independência, vivemos anos sob a batuta do magnânimo narcisista D.Pedro II, que por sua vez se reportava à Inglaterra. Depois os EUA proclamaram a República Federativa dos Estados Unidos do Brasil em 1889, Princesa Isabel tentou salvar a coroa em 1888 com a lei da abolição que procurava aproximar a coroa com a Inglaterra, mas já era tarde. Depois os barões do café conseguiram se manter até os anos 60 do século XX com sistemas de produção arcáicos, enquanto os brutamontes do exercito governavam o Brasil da forma que podiam, se matando. Depois de uma aproximação com o fascismo Alemão e com socialismo da URSS o Brasil se manteve nos braços dos EUA com o golpe 64, e agora com o golpe 2016. Nossa agricultura foi a mais tardia do mundo, apesar de ter se modernizado, mas com uma concentração de terra anormal.

      Diga-me prezada Anarquista, onde o povo teve o controle do Estado ? Quando o povo foi soberano ? Quando o Brasil foi soberano ? As poucas Revoluções foram massacradas, como em 1817 em Pernambuco.

      Há povo, há brasileiro, mas não há Nação.

      1. Por que “falsa”

        Por que “falsa” independência”? Continuamos ainda colônia de Portugal?

        Os EUA proclamaram a República? Não sabia dessa.

        Prezado: também não é tanto assim. Pugnar para o Brasil o que não existe em lugar algum do planeta, é covardia. Onde o povo teve ou tem o controle do Estado na sua plenitude? Quem sempre mandou e desmandou nos EUA? O povo? Faça-me cócegas!

        Temos muitos defeitos, mas também virtudes. Os EUA se consolidaram como nação após 600 mil mortos na guerra da secessão. Esse país simplesmente dizimou toda a população nativa do seu território bem como o meio ambiente. A poluição decorrente da industrialização sem peias deixou inúmeras cidades inabitáveis como Detroit. 

        Na segunda guerra, brasileiros brancos, negros, mulatos lutaram juntos. Enquanto isso os EUA, o éden na Terra, criou batalhões raciais no exército e esquadrilhas formadas só por negros na Força Aérea. Na Marinha eram aproveitados como cozinheiros, taifeiros e similares. 

        Se fossemos trazer a história da Rússia, da China, da França, da Inglaterra, teríamos sempre narrativas de horror. 

        Há, sim, uma nação aqui pelos trópicos. Recheada de problemas, sim, mas capaz de superá-los. 

        1. Sobre a falsa independência e

          Sobre a falsa independência e a República dos EUA do Brasil há farta literatura sobre o assunto.  Durante todo o Império o senado era composto só por portugueses, gráficas foram proibidas, vivíamos um obscurantismo, até no Rio poucas eram as escolas primárias para o povo, o estudo superior se resumia a medicina, direito e escola de guerras. Numa época onde proliferavam novas ideias, o Brasil de D. Pedro II mergulhou o seu povo no atraso. Intelectuais da época, respeitados até hoje, como o Silvo Romero, eram racistas, eugenistas que se amparavam na evolução natural de Darwin e outras teses de superioridade de raças. A elite daquela época não teve nenhum interesse no povo brasileiro.

          O povo americano chegou perto de ter controle do seu destino pós guerra da civil, mas sucumbiu em 1913 com a criação do Banco Central, depois em 1971 quando Nixon desatrelou o dólar do ouro. A partir de 1971 a desigualdade lá cavalga rapidamente para o caos. Os EUA tem a maior desigualdade dos países ricos, e o Brasil do Mundo. Mas como vc mesmo falou foram os americanos que lutaram por sua independencia. No Brasil quem lutou perdeu a cabeça, e depois alguém proclamou a República a mando de outrem do Norte.

          Os EUA são mais racistas sem dúvida. O Brasil é multicultural, apesar de alguns bocós se afirmarem elite-européia ou branco-puro.

          Falar que não há Nação não é demérito para com os brasileiros. Há um povo, mas qual é a Nação que se permite destruir sem qualquer indignação ? Qual Nação permitiria ver seus filhos morrerem aos milhares por dia, de fome ? Que Nação assiste apática a entrega de seus recursos naturais ? Qual Nação deixa o pau comer na educação básica pública ? Qual Nação desiste de seus filhos por serem negros, pobres ou nordestinos ? Qual Nação permite que quase tudo que é produzido seja remetido ao exterior, deixando aqui em circulação apenas 1% do PIB ? Qual Nação tem na sua elite um bando de vassalos miseráveis que se vende por Mercês ?

          A França, a Rússia, a China não são perfeitos, mas há lá uma Nação que tenta, pelo menos, proteger Interesses Nacionais ou Locais de forma pragmática.  Aqui, precisamos comer mais feijão. Não adianta se iludir. É necessário que esse nova geração criada no caldo da Era Lula-Dilma faça surgir um Brasil altivo e não submisso como a elite atual gostaria que fosse.

          É necessário lutar e não se iludir.

  22. Parece, repito: parece, que o

    Parece, repito: parece, que o professor Aldo escreveu esse texto “curtindo” tremenda dor de dente. 

    Tudo bem: o contexto está realmente deprimente. Ao lermos de carreirinha o artigo o impulso é dizer “É isto aí!”. Entretanto, tão logo passe o comichão, a primeira perplexidade em forma de indagação é: isso não pode ser da lavra de um intelectual tão respeitado na Academia e nas mídias. O autor deve ter sido abduzido e de no retorno lascou esse manifesto pessimista-niilista. 

    O equívoco não foi a recorrência às mazelas que historicamente arrastamos desde que Cabral errou o caminho para as Índias e por aqui aportou, mas a superficialidade e a omissão de algumas  variáveis históricas-sociológicas-políticas sem as quais é impossível decifrar este país.  Dizer que está tudo ruim, que tudo está errado, que não valemos nada como povo etc e coisa e tal, qualquer comentarista das redes sociais o faz com bem mais ênfase. 

    Poderia ter chacoalhado o debate sem apelar tanto assim para a baixa estima.

  23. O professor Aldo é um

    O professor Aldo é um brilhante intelectual. Todavia neste texto ele parte de uma idealização de Pais que só existe nos sonhos.

    Vejo a Historia da humanidade como a historia de um caos politico, economico e social, o mundo é um caos, a Historia dos paises é sempre confusa, irracional, nada é muito bonito ou muito bom, a Historia de qualquer Pais tem altos e baixos, abismos e reerguimentos, um mondo onde tudo tem uma certa logica e funciona bem só existe na imaginação de poetas, o mundo é uma imensa bagunça e a Historia dos paises e parte dessa anarquia com suas guerras locais,  regionais e mundiais.

    Em comparação com a Historia da America espanhola, a Historia do Brasil é incomparavelmnte superior em todos os aspectos, é a melhor e mais estruturada nação da America Latina, COM MENOR CORRUPÇÃO do que qualqur outro Pais das Americas. O Imperador governou por seis decadas e saiu pobre do Brasil, os Presidentes da Republica Velha sairam todos com o que entraram, ninguem enriqueceu, Getulio Vargas governou o Brasil por 20 anos e legou à viuva um apartamento de classe media na Tijuca, enquanto isso os Presidentes do Mexico saem do poder com bilhões de dolares, faz parte dos privilegios do cargo, Peron foi para a Europa em1953  com 250 milhões de dolares, Juan Vicente Gomez, Gerardo Machado, Anastacio Somoza, Rafael Trujillo, Perez Gimenez, todos saquearam seus Tesouros e ficaram milionarios, no Brasil ISSO NÃO OCORREU.

    Um Pais muito mais homogeneo, mais mesclado do que os paises hispano-americanos, com suas  castas dirigentes rigidas, Os Presidentes da Colombia são da  aristocratica elite de Santa Fé de Bogotá e parentes entre si, no Brasil o Exercito vem do povo, a politica vem do povo, somos muito melhores do que as maiorias dos paises do mundo.

    È a questão do copo meio cheio e meio vazio, tudo depende de quem olha e como olha.

  24. Trocar Temer por Maia?

    Sinto em discordar do Prof. Fornazieri, mas ele não percebeu o que está acontecendo. Trocar Temer por Maia ? Se tirarmos Temer, acreditam mesmo que este congresso ultra conservador permitirá uma eleição direta ? E se fizessem uma eleição para presidente, mantendo o  congresso atual também de nada adiantaria. Uma eleição geral para executivo e legislativo, jamais seria aprovada, por este congresso.  Então é uma ingenuidade pedir a saída de Temer agora. É mudar para ficar igual ou pior ainda.

    Não estão entendendo. Se Temer ficar no cargo até setembro, ele nomeará um procurador geral da República que irá acabr com a lista tríplice. Acabrá nomeando um procurador de sua preferência, sem lista tríplice nem nada, e aí acabará a quebradeira de empresas pelas operações policiais ” autônomas “. Sem acabar com esta lista tríplice, o país fica ingovernável, independentemente de quem vier após Temer. Pior ainda, a lista tríplice torna o país refém da mídia. Pois o Ministério Público autônomo é pautado pelas manchetes da mídia.  

    Ou seja, esta pressa em tirar Temer é mais um jogo diabólico da mídia, para por no lugar dele alguém pior ainda. Como dizia o velho Brizola, se a mídia mandar ir pra um lado, vá para o lado oposto, pois ela nunca visa o bem do país e menos ainda do povo. como na época de Collor, tiraram um presidentente impopular, para por outro mais impopular ainda ( FHC ) a mando da mídia. O país saiu de uma fria para entrar em uma gelada.

    NNo lugar de Temer a mídia quer empossar Meireles, o pai das reformas anti povo, ou Rodrigo Maia, aquele que declarou que nem deveria de existir Justiça do Trabalho, ou deixará a este congresso ultra conservador escolher, e sabemos como eles escolhem.

    ————

    Tirar Temer não vai mudar nada para o povo. Só vai dar mais poderes para a mídia.

    Eu recomendo ao povo que nem faça pressão para Temer sair, nem para ficar; a mídia que o pôs lá, que o tire sozinha.

    —-

    Se Temer ficar até setembro, e ele errar a nomeação do Procurador geral da República, aí seria caso de tirá-lo, pois já não serviria pra nada.

    Mas se Temer acertar a nomeação, e nomear um inimigo da mídia, seria caso de deixá-lo mais tempo, pois iria dar guarida para o novo procurador acabar com a autonomia do MP ( pois caso Temer saísse logo em seguida, poderiam desfazer a nomeação dele para PGR ) . Já que Temer é tãqo impopular, poderá usar sua impopularidade para desafiar a mídia e nomear quem bem entender.

    E, pricipalmente, Temer agora não tem mais moral para tocar reformas nenhumas, ou seja se ele sair, as reformas voltam. Se Temer ficar até 2018, as reformas estarão eliminadas, pois em ano de eleição deputados não votarão uma pauta tão impopular. Se Temer sair agora ainda há uma chance de a mídia empossar alguém que retome as reformas.

    A briga não é pelo moralismo do país e sim para impedir que alguém mais bandido que Temer venha a nos governar. E principalmente impedir que um bandido da mídia venha a nos governar. Se Temer sair, podem ter certeza que  quem assumirá não será alguém da esquerda, e muito menos pro povo, mas sim pro mercado.

    Enquanto Temer estiver no poder, a mídia televisiva não receberá sua verba publicitária, pois agora Temer é inimigo desta mídia.

    Há um racha   na casa grande, mídia vs Temer. A mídia é o inimigo número um do país, Temer é o número dois. Precisamos saber tomar proveito desta divergência, e deixar que o número dois elimine o número um, para depois eliminarmos quem sobrar.

    ” Povo brasileiro, não se deixem enganar e servir de massa de manobra para a mídia, pois eles não dão ponto sem nó nem fazem nada pelo bem do país muito menos do povo. Se a mídia pedir pela saída de Temer, deixamos ele lá, e quando a mídia pedir para Temer ficar, aí é hora de pedirmos para ele sair. “

    Imagino que Maquiavel assim o faria.

     

     

  25. Piqueniques cívicos sim

    Vou me ater unicamente a essa expressão do professor Aldo, o restante do texto já foi esmiuçado com a competência habitual por vários comentaristas, Araújo entre eles. Piquenique cívico, mas poderia ser micareta cívica também, dá no mesmo. Estive ontem no piquenique cívico da Batata, não fui lá para gritar Diretas Já porque vivo no mundo real e concreto, dispenso fantasias. Enquanto não houver disposição do povo brasileiro de virar carros e incendiar, greve geral de vários dias, vamos continuar participando de micaretas sim senhor. O efeito prático desses eventos é igual a zero, o Congresso brasileiro não se deixa levar por cânticos e shows. 

  26. Fatalismo brasilence

    Não é possível deixar de notar certo tom de desespero em seu texto. Há uma ânsia por uma renovação que se lamenta pela impossibilidade de ser realizada no Brasil. Tal sentimento é compreenssível e natural em todos que direcionam o pensamento a política e a sociedade brasileira, sendo ou não um intelectual. Mais do que ninguém, como sociólogo, você sabe que a submissão e indiferença do povo consigo próprio tem suas razões históricas e culturais. Elas não seriam imutáveis, mas estão tão bem consolidadas no Brasil que vemos como inevitável ter essa postura. Faz parte de ser brasileiro. Se é um destino que teremos com que conviver, não será por discursos moralistas que provocaremos alguma mudança. Talvez nem protestos pacíficos terão algum impacto, a história nos mostra que não houve revoluções sem violência. Não é algo que defendo, mas é a realidade.

    Quando um indivíduo de qualquer classe social quer se opor a uma situação política deplorável de seu país, ele se depara com outro problema: seu poder é limitado. Ele pode dialogar, gritar, xingar, matar, mas o que uma pessoa ou um grupo de pessoas pode fazer diante de problemas tão historicamente arraigados? Se opta pelo caminho pacífico, será longo e gradual, terá de fazer política e isso, infelizmente, significa negociar com a parte podre de nosso país. Se opta pela caminho da violência, sua força será proporcional ao estrago seletivo que causar, sem garantia de que o futuro será próspero sob o novo poder. Isso já não é só o Brasil, é a condição do ser humano em qualquer sociedade.

    Para os meros mortais que também precisam se preocupar com às próprias vidas e vivem nessa proto-democracia resta votar com consciência e convencer outros a votar com consciência. Indignar-se e mandar tudo para os ares todos conseguem e é a reação instintiva mais comum. Reconhecer a extensão do poder que possuimos para mudar nossa realidade e agir estrategicamente, com propostas sensatas, sabendo que essas reformas almejadas não serão imediatas, tampouco garantidas, ainda por cima mantendo a serenidade, é o mais díficil. Lembre-se que o Brasil não é para amadores.
     

  27. Enquanto assassinavam Marighella, o povo votava na ARENA…

    Desculpe, JB Costa, “acagar com a lista tríplice?” O PT foi o único partido que respeitou a tal lista e se estrepou de verde-amarelo. Nomeou seguidamente inimigos perfeitos para um dos setores mais sensíveis da república. Além do mais, nomeou os Ayres Britos, Barbosas e outras insanidades para o STF. O Advogado Geral da União no Governo Lula, nomeado para o STF, virou amigo de infância, adivinhem de quem? Ele mesmo, Gilmar Mendes. Nomearam generais que participaram diretamente do golpe. Num país como o Brasil, a esquerda precisava fazer uma faxina e tratar qualquer um que pusesse as manguinhas de fora a ferro e fogo. Jango, com a caneta nas mãos, aturou xingamentos e ameaças de generais, sabia que os criminosos Castello Branco, Costa e Silva e outros canalhas tramavam quase em público. Respéitando a constituição e a democracia, deu-se mal. Apeado do poder, ainda teve morte suspeitíssima, o Presidente Jango. Provavelmente foi envenenado, até sua família confirma essa hipótese

  28. Enquanto assassinavam Marighella, o povo votava na ARENA…

    Desculpe, JB Costa, “acabar com a lista tríplice?” O PT foi o único partido que respeitou a tal lista e se estrepou de verde-amarelo. Nomeou seguidamente inimigos perfeitos para um dos setores mais sensíveis da república. Além do mais, nomeou os Ayres Britos, Barbosas e outras insanidades para o STF. O Advogado Geral da União no Governo Lula, nomeado para o STF, virou amigo de infância, adivinhem de quem? Ele mesmo, Gilmar Mendes. Nomearam generais que participaram diretamente do golpe. Num país como o Brasil, a esquerda precisava fazer uma faxina e tratar qualquer um que pusesse as manguinhas de fora a ferro e fogo. Jango, com a caneta nas mãos, aturou xingamentos e ameaças de generais, sabia que os criminosos Castello Branco, Costa e Silva e outros canalhas tramavam quase em público. Respéitando a constituição e a democracia, deu-se mal. Apeado do poder, ainda teve morte suspeitíssima, o Presidente Jango. Provavelmente foi envenenado, até sua família confirma essa hipótese

    P.S.: erro de digitação e ficou uma palavra muito feia. Deculpe-me Nassif e os leitores.

  29. Texto irretocável

    Pelos comentários a-reflexivos, desvirtuados pela perspectiva yankee e eurocêntrica, este texto incomodou deveras. Por isso sua importância. É como Jessé Souza fala, a principal instituição brasileira não é o jeitinho, e nem o patrimonialismo recuperado pelo Haddad na semana passada. A principal instituição brasileira é a escravidão, bem como racismo e a violência aos excluídos advindos de forma conjunta. Tudo que o Brasil construiu social, política e economicamente vem da escravidão e da violência, ponto. Por isso não temos um povo relacionado com a sua terra, esse bando de pessoas juntas não tem sentimento de pertencimento ao rico território brasileiro e à sua própria (e riquíssima) cultura, um povo criado na assimetria de poder e na violência dos coronéis, seja no meio urbano ou no meio rural. E o resto, os mestiços (todos nós, creio eu), não passam de uma massa amorfa que vive em órbita da ideologia elitista entreguista. 

    Eu acho engraçado que quando intelectuais tomam uma posição mais incisiva e concreta direcionada à compreensão do que é esse negócio chamado Brasil, eles são criticados pela “mesma” esquerda, que vem falar que o texto está dando brecha pra direita, ou que criticar de forma generalizada enfraquece a “luta”, não seria nada além de um “fatalismo”. Façam-me o favor, análise crítica é justamente o que este país precisa. Mas muito mais que isso, a esquerda da bolha burocrática e da visão de mundo yankee/eurocêntrica precisa de uma autocrítica e, pelos comentários aqui, esta ausência de autocrítica já está fazendo hora extra à muito tempo. 

    E, se o texto acabou por incomodar a “esquerda carnavalesca” de Copacabana e do Largo da Batata, ele cumpriu muito bem o seu papel…

  30. A GLOBO E O PT DESTROEM A ALMA DO BRASILEIRO!

     

    Tanto mentindo, como deturpando valores. O que nos deixa nessa humilhante situação diante do mundo inteiro. Essa máquina publicitária de fabricar mentiras, cujo monopólio de mídia no Brasil foi conquistado com o apoio, financiamento, e cumplicidade do imperialismo internacional durante a ditadura.

    Pra completar, nossos partidos, todos eles, não tem proposta alguma para mudar a atual situação, não aceitam, e não defendem o direito do povo convocar o PLEBISCITO DESTITUINTE dos políticos com seus ABAIXO ASSINADOS. Além do que, não podemos esquecer de que o PT omitiu-se, contribuindo para o golpe, ao não convocar a cadeia nacional de rádio e TV para informar aos brasileiros sobre a proposta do Michel Temer.

    Ou seja, para o povo, onde 97% das pessoas sabe apenas o que a globo contou, o PT é uma corja de ladrões, o Temer pior ainda, e o PSDB do Aécio também não presta. Assim, as pessoas não sabem nem o que pensar, e muito menos o que fazer, restando esperar que nossas instituições funcionem, e punam os corruptos. Daí a necessidade de focarmos no judiciário, inclusive com manifestações de cobrança, e apoio a quem tem dignidade para não participar dessa roubalheira…

     

  31. GENÉRICO

    O texto peca pelo generalismo e auto imolação cabendo em qualquer tempo ou lugar. Coisas ditas nessa mesma linha eram publicadas contra o governo petista que não proporcioou o espetáculo revoltante e constrangedor que assistimos agora. 

    Não somos melhores nem tão piores  quanto os demais… 

  32. Sobre indignação

      

    Somente uma  declaração de cansaço do professor. Entre o  cinismo de uns e a  desesperança  de outros, em meio à manifestações herméticas com poder de causar  efeito somente  nos presentes, fragmentadas e  espaçadas diante de um tempo que corre contra nós, difícil escolher outras palavras.

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