Um programa para Dória. Ou programinha?

Idéias de um jerico para um gestor….

A maré está tão depressiva entre alguns de meus amigos que, como o barão de Munchausen, resolvi puxar meus próprios e sair do pântano. Como não tenho cabelos, puxei o coro cabeludo e o que abaixo dele se situa. Aí vai um pouco de reação mais pelo humor-trágico. Um pouco desbocado, talvez aqui e ali até inconveniente. Mas é o momento. Meu medo é que o novo herói de Sampa leve a sério (levar na brincadeira ele já leva).

Ao contrario de muita gente metida a besta de Sampa, estou eufórico com os resultados desta eleição. Minha cabeça fervilha com projetos que pretendo sugerir ao nosso novo alcaide (mãos chique do que prefeito, não é?). Empreendedor como ele é, sei que saberá dar futuro a esses lampejos de um humilde servo:

  1. Transporte. Como diz o vereador-velocista Camilo Cristófaro (farol de cristo), vamos devolver a cidade aos carros. Chega de frescura parisiense. Ciclovias devem ser transformadas em zona de estacionamento ou em faixa exclusiva para limusines, descongestionando o uso de espaço aéreo da cidade, sobrecarregado de helicópteros. Evamos flexibilizar os corredores e faixas de ônibus. Taxi e uber, ligerados. E mais, vamos criar cem mil cartões de autorização, alugados por um ano e renováveis. Assim, facilitamos o tráfego (não o tráfico, bem entendido). E arrecadamos uma graninha para o whisky das crianças (sem gelo, por favor).
  2. Saúde (I). Ótima idéia a de utilizar os hospitais privados durante a noite. Da meia noite às cinco eles servirão consultas básicas para pobres, pretos e pardos. Das cinco ás seis, equipes especiais de dedetização e desinfecção devem recuperar o ambiente para uso de pessoas de bem e de bens.
  3. Saúde (II)Faremos concurso para admissão (em caráter precário) de ajustadores mecânicos e similares, atingidos pela praga do desemprego (que dó!). Eles serão treinados para agir como dentistas em áreas carentes e ainda com dentes. O pagamento pode ser por peça. Como os escalpos no velho oeste.
  4. Pós-Saúde (II). Excelente idéia a de privatizar o serviço funerário! Aperfeiçoemos. Os cemitérios funcionarão prioritariamente das 6 da tarde às 6 da manhã. Desse modo, utilizamos a capacidade ociosa, racionalizamos o uso da mão-de-obra e evitamos a perda do dia de trabalho. Sabem nossos esforçados empreendedores o quanto lhes custa o fato de funcionários sem caráter inventarem o enterro da sogra. Alguns deles até re-casam para ter mais uma sogra.
  5. Lazer e prazer. Vamos acabar com a estigmatização de ossos cãezinhos e de seus proprietários. Nada de exigir saquinho plástico para recolher o cocô do pet! Equipes de voluntários e de OS especialmente conveniadas farão rondas pelos bairros mais carentes  – como Ibirapuera e Jardim América – providenciando a higienização das calçadas. Em casos especiais, o material recolhido será submetido a exame laboratorial para detectar eventuais problemas de saúde desses nossos entes queridos. Nos melhores laboratórios da nossa rede de medicina diagnóstica.
  6. Educação. As igrejas serão chamadas ao esforço de melhorar nossa educação, no espírito que anima a reforma do ensino médio. Pastores e obreiros serão conveniados para atendimento de crianças e jovens, aconselhamento espiritual e melhora de alfabetização, através de círculos de estudos bíblicos.
  7. Assistência Social. O programa “Braços Abertos” deve ser substituído ou complementado pelo “Pernas abertas”, uma saída profissionalizante para essas pessoas atingidas pelo flagelo do vício.

 

São sete idéias – sete, para homenagear aquele nos inspira. Mas podem ser muito mais. Está à solta a imaginação criadora. E o céu é o limite. E quem sabe sem o e acentuado teremos um assento mais adequado aos gostos do alcaide, não é?

Redação

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