Uma GUERRA RELIGIOSA?

Há inúmeros questionamentos sobre o porquê da perseguição de Lula pelo Procurador Dallagnol do famoso PowerPoint.

Várias hipóteses estão sendo feitas, pois são necessárias hipóteses não jurídicas para entender todo o processo contra Lula armado simplesmente por provas geradas pelo mesmo através de um processo de tortura psicológica dos delatores que servem como a única prova contra Lula.

Assisti com paciência aos vídeos da imensa maioria das delações que servem de “prova” contra Lula, são simplesmente delações vazias que a elas não é ajuntado nenhum documento que não seja que o apartamento existe e que foi reformado sob as ordens da OAS. Pensei que o Ministério Público estava guardando alguma prova na manga para na sua peça final aparecesse algo, mas como era de se esperar a montanha nem um rato pariu!

Com as alegações finais do procurador continua o verdadeiro enigma:

– Por que da sanha acusatória do mesmo contra Lula?

Muitas hipóteses têm sido feitas, que não se deve perder tempo para analisá-las, pois como diria minha avó, louco não tem razão (é o óbvio a ser dito!). Porém dentro do espaço das elucubrações e das teorias estapafúrdias vou agregar mais uma baseada em fatos da história humana e das características do acusador e acusada, a RELIGIÃO!

No meio do século passado se pensava que as lutas permaneceriam baseadas em diferenças ideológicas dos diversos grupos e nações, parecia que o fantasma das lutas religiosas que assombraram o nosso mundo por alguns milênios haviam acabado, porém o resgate do fanatismo religioso como mote de divergências econômicas e territoriais, voltou à pauta das últimas décadas tentando enterrar as sociedades laicas que se montaram, sociedades estas se com a evolução científica e tecnológica se enterraria de vez problemas materiais desde que problemas políticos fossem resolvidos.

Como o Brasil, mesmo com todos os problemas surgidos nos últimos anos, por suas características tem todas as condições de arranjada à situação política tornar-se uma nação forte e próspera, as famosas “forças ocultas” do então ex-presidente Jânio Quadros, que de tão ocultas e tão enigmáticas que o então presidente a elas se referia e até hoje não estão claras quais são, talvez estejam agindo, ou seja, quem quiser que preencha a lacuna do que são estas forças que parecem realmente existirem, mas são tênues e tão ocultas que ninguém tira da obscuridade estas forças, nem vamos procurar identifica-las, cada um preencha com suas hipóteses!

Existindo estas forças ocultas, para que elas permaneçam como o nome a define, ocultas, deve ser procurada uma forma de perturbar definitivamente a possibilidade de desenvolvimento do país, e nada melhor do que uma Guerra Religiosa para encobrir qualquer coisa.

Vamos as nossas “convicções”, que levam a esta hipótese que pode parecer absurda, que corroboram sobre os motivos de atribuir a sanha persecutória de Dallagnol contra Lula.

Até a chegada da família real ao Brasil, somente templos Católicos eram permitidos no nosso país, por imposição dos Ingleses foi permitida que religiões protestantes montassem seus templos de forma discreta e limitada na colônia. Esta determinação com alguns atenuantes seguiu até o fim do Império quando o Estado oficialmente se declarou LAICO.

Apesar de laico o Estado Brasileiro se manteve ligado e dominado pela Igreja Católica que era associada à burguesia e a oligarquia brasileira, entretanto com a abertura religiosa permitida pelo estado laico igrejas pentecostais chegaram com todo o seu proselitismo religioso no nosso país. Porém estas igrejas, que num primeiro momento dedicavam-se ao proselitismo religioso aos mais pobres começaram a ganhar porte no país, não só porte como riqueza!

Neste momento se estabelece uma competição entre a Igreja Católica brasileira e os cultos pentecostais, uma verdadeira guerra por mercado. Como a mesma pregação religiosa que era levada aos mais pobres e mais desinformados simplesmente se transferiu para as classes mais abastadas, a intolerância que era reservada aos cultos afro-brasileiros se transferiu para a Igreja Católica.

São claríssimas as posições de intransigência religiosa do pregador-procurador Dallagnol, inclusive por invasões na história que o mesmo comete, atribuindo os problemas do país a sua não religiosidade durante a colonização, ou seja, atribuindo a prosperidade do grande irmão do norte a uma colonização de devotos (aqui devotos quer dizer, devotos protestantes e não ao lixo católico que veio ao Brasil!). Isto fica claro em suas palavras, que tirando alguns qualificativos que estão colocados acima reproduzem ipsis litteris as palavras do pastor ou promotor, que fica difícil distinguir onde começa e termina um.

Pois bem e Lula? Lula é um produto da teologia da libertação católica, é um devoto amado de seus pregadores que claramente nos dias atuais se põe contra as estripulias da Lava-Jato.

Ou seja, temos um cenário de confronto claro e límpido, um pregador pentecostal, que se via reprimido pela hierarquia católica, e que como todo neopentecostal se coloca adepto de uma teologia da prosperidade, que contraria a visão católica da teologia da libertação.

Em resumo, cria-se um claro caldo de cultura para uma disputa religiosa que pode e geralmente deságua em conflitos mais graves que assombraram o mundo do passado.

É quase uma teoria da conspiração, mas quem em sã consciência poderia imaginar a cinquenta anos um Estado Islâmico?

Redação

2 Comentários

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  1. É e não é isso ao mesmo

    É e não é isso ao mesmo tempo. A religião evangélica foi trazida para o Brasil principalmente por missionários americanos e os evangélicos em geral tem uma conexão profunda com os EStados Unidos e com o Sionismo. Um evangélico é cooptado de forma ridiculamente fácil para cooperar com o Império. Nem é necessariamente suborno, mas é natural que na preferência dele, o país seja aliado dos Estados Unidos, um país com o qual ele tem profundos laços culturais, do que com Rússia ou China, países que ele não tem nenhuma conexão e em alguns casos, até odeia por “osmose”(Notadamente a Rússia).

    Vejo os evangélicos na prática, como infiltrados americanos. 

     

    1. Marcelo, nada melhor do que agentes de baixo custo.

      O que o Império conseguiu foi um monte de agentes a custo baixíssimo, nas décadas de 60 e 70 a guerra ideológica era extremamente cara em termos de agentes infiltrados ou mesmo pagos por vias transversas para fazer a política “anticomunista”. Isto representava um custo altíssimo para o Império, pois a cada infiltrado eles tinham que ter analistas de alto nível para processar as informações, escolher os representantes, montar “centros de estudo”, pagar revistas e jornais e mais uma dezena de coisas que eram caras para serem mantidas. Não só caras, mas extremamente elaboradas.

       

      Porém junto com todo o bônus vem o seu ônus (não errei na vogal, apesar se errasse não mudaria muito a conclusão!). Falei do bônus, ou seja, uma oposição feroz, cega e de baixo custo, porém nas características desta oposição está exatamente o ônus de todo o esquema, a irracionalidade.

       

      O império vai economizar no início e pagar caríssimo no fim, pois toda esta irracionalidade advinda de discursos não articulados, mais uma questão de fé do que convicção política tem data de validade.

       

      Quando temos aliados pouco confiáveis e pouco controláveis eles podem entrar em verdadeiros labirintos e não acharem a saída. Veja, um próprio discurso evangélico encontra poderosas forças bem treinadas e disciplinadas da Igreja Católica que entrou de sola de forma sutil e bem articulada contra isto, porém não vamos ficar restritos a isto, o que se vê que para cada milhão de dólares que de forma atabalhoada o Império coloca nesta cruzada (cruzada é uma excelente palavra, pois se analisarmos o desastre que foram as mesmas, a analogia é quase que perfeita), as potências médias colocam milhares de dólares (pois não tem os milhões) de forma estratégica e bem estruturada, não esqueça que Putin foi um ex-agente da KGB!

       

      Quando se coloca milhões de dólares em agentes confusos, atabalhoados e com uma ideologia completamente anacrônica, o risco de criar forças antagônicas entre as próprias forças de ataque, não é um risco, é uma certeza. Agora quando colocas alguns milhares de dólares em agentes claros, bem articulados e bem escondidos no meio de uma oposição que já existia, como a grande maioria dos blogs progressistas, potencializas a baixo custo o resultado, pois tira desta oposição real, sincera e bem articulada à linha mestra da ação e potencializa o resultado de forma contínua e que perdura ao longo do tempo.

       

      Eu arriscaria a dizer que a inteligência que atuavam as forças de reação no meio do século passado, mudou de lado. A terceirização que o Império adotou para mesmo gastando rios de dinheiro passar diretamente aos seus amigos, com empresas privadas como os contratados que atualmente mais entregam as estratégias do Império do que as amplificam, levará todo o sistema de informações dos mesmos ao caos.

       

      Enquanto que o Império vai ao caos, os poucos e bem determinados agentes contra o Império tem ao seu lado uma legião de voluntários que PENSAM, e apoiando-se nestes minam aos poucos toda a histeria e o voluntarismo desorganizado dos milhares de seus agentes. Ou seja, o fogo amigo será mais responsável por baixas do que do inimigo.

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