Uso de ‘laranjas’ corre risco de se repetir nas eleições municipais

Quatro de 24 legendas sinalizaram a intenção de melhorar processos de escolha e condução de candidaturas femininas; tendência é de concentrar apoio em quem vai disputar a reeleição ou for próximo dos caciques

Jornal GGN – Os partidos políticos sinalizam que devem repetir nas eleições municipais o modelo empregado em 2018 no que se refere ao uso do dinheiro público reservado para as campanhas.

Ou seja: os R$ 2,035 bilhões do fundo eleitoral, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro na última sexta-feira (17), deve levar em consideração a vontade das executivas dos 33 partidos, além de direcionar ao menos 30% da verba (R$ 610 milhões) para candidatas na disputa.

Embora tal regra tenha como alvo estimular a participação feminina nas eleições, ela está no centro do escândalo do desvio de verba por meio de candidaturas laranjas – essa prática foi vista no PSL de Minas Gerais e em Pernambuco, mas outros 13 partidos podem ter aderido a tal prática.

Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, os partidos Solidariedade, PSD, MDB, PTB e DEM afirmaram que pretendem melhorar o processo de escolha e condução das candidaturas femininas, enquanto PC do B, PV e PDT disseram que as mulheres já exercem papel de protagonismo em suas legendas.

PT e PSL, que devem receber cerca de R$ 200 milhões cada, ainda não discutiram os critérios que serão usados. Outros partidos ainda estão discutindo o que fazer, mas é consenso que o padrão de 2018 deve se repetir, com o foco direcionado a quem vai disputar a reeleição e a quem for mais alinhado aos congressistas, governadores ou dirigentes das siglas.

E vamos lembrar que o PSL, partido que elegeu Jair Bolsonaro como presidente, tinha uma verba muito menor em 2018 (R$ 9,2 milhões) e decidiu concentrar a decisão da distribuição nas mãos de Gustavo Bebianno, então presidente interino – ele foi demitido em 2019 da Secretaria-Geral da Presidência por conta da repercussão da revelação do laranjal do PSL.

 

 

Redação

2 Comentários

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  1. Será o “prato do dia”.
    Agiotas de todos os quilates já estão em campo para garantir mais quatro anos de suculentos lucros mediante algum preposto, que não passa de pavão; assinador de papéis.
    O modo de investimento da banca em tesouros nacionais, inaugurado por Nathan Rotschild, em 1822, justo em cima do Brasil está disseminado, desde os níveis mais altos às reles prefeituras de cidadezinhas brasileiras de 1000 habitantes.
    Conheço estados inteiros onde os prefeitos de fato, os que mandam, supostamente são os agiotas, gente da pesada; que anda na penumbra, logo tem que agir criminalmente pra garantir seus retornos. A maioria desses recursos… de puro roubo. Gente com o controle de dez, vinte, e até trinta prefeituras pequenas, onde os prefeitos eleitos só têm direito ao salário, se não tiver ficado devendo pessoalmente ao agiota, e dar tchauzinho ao povo. E bancar o engraçadinho… morre.
    A coisa é muito pior do que pensam os inocentes úteis.

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