Jornal GGN – O laboratório Sinovac anunciou no sábado (13) os “resultados positivos” das fases 1 e 2 da vacina para coronavírus em desenvolvimento, cuja fase 3 será realizada no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.
A “coronavac”, segundo informe da empresa chinesa, passou por estudos “randomizados, duplo-cegos e controlados por placebo”, envolvendo um total de 743 voluntários saudáveis, com idades entre 18 e 59 anos. Desses, 143 ajudaram na fase I, e 600 voluntários, na fase II.
“Não houve eventos adversos graves relatados nos ensaios de fase I ou fase II”, diz o laboratório. “Os resultados dos ensaios clínicos de fase II mostram que a vacina induz anticorpos neutralizantes 14 dias após a vacinação com um esquema de 0,14 dias. A taxa de soroconversão do anticorpo neutralizante está acima de 90%, o que conclui que a vacina candidata pode induzir resposta imune positiva.”
A microbiologista Natália Pasternak, do Instituto Questão de Ciência, disse em entrevista ao blog Bem Estar (G1) que os resultados ainda não mostram a eficácia da vacina, que será provada ou não na fase 3.
“Ainda não é a eficácia, mas você começa a descobrir como as pessoas reagem à vacina: medir anticorpos, resposta celular, ver parâmetros de sangue de como as pessoas estão reagindo.”
“Anticorpos neutralizantes são protetores; mas não sabemos quanto tempo essa imunidade dura – isso só saberemos com o tempo, mesmo. Por isso testa contra um placebo, para ver se a vacina realmente está protegendo. Mas é justamente isso o que a fase 3 vai dizer. Parece ser uma boa vacina”, disse Pasternak.
A especialista ainda disse que a vacina em desenvolvimento é tecnologicamente “antiquada” porque se utiliza da inativação do vírus. “Ou seja, [é preciso] cultivar um vírus respiratório em grandes quantidades. Isso precisa de laboratório especializado, e o custo é alto”, comentou. “Mas, fora isso, são vacinas seguras e que o Butantan sabe fazer”.
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