Vacinação teria começado em dezembro se Bolsonaro não tivesse atrapalhado, diz Dimas Covas

“É um conjunto enorme de bobagens que foram usadas e acabaram atrasando o processo de desenvolvimento da vacina”, afirmou presidente do Butantan

Foto: Divulgação/SP

Jornal GGN – Se Jair Bolsonaro não disseminasse informações falsas para criar uma atmosfera de rejeição à vacina da chinesa Sinovac, a vacinação teria começado ainda em dezembro de 2020. Mas por um “conjunto de enormes bobagens” criadas pelo presidente, o processo de desenvolvimento da vacina acabou atrasado e a Anvisa só liberou em janeiro de 2021. A visão é do presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Em entrevista ao SBT com participação do El País, Dimas afirmou que a vacinação só começou pela Coronavac porque Bolsonaro ficou sem qualquer outra opção. “No fundo, no fundo, como as outras iniciativas não foram à frente, como a vacina da Índia não veio, como a vacina da AstraZeneca não chegou, não sobrou outra alternativa, a não ser a incorporação dessa [Coronavac]”, disse o médico.

A Astrazeneca só conseguiu destravar a importação de 2 milhões de doses da vacina de Oxford no final da semana passada. Enquanto isso, o Brasil começou a vacinação com 6 milhões de doses da Coronavac.

Covas disse que o Butantan, agora, trabalha em um remédio para combater o coronavírus, mas que só poderá ser usado por pacientes que tiverem testado positivo. “Se dependesse de mim, já estaria em uso. Se eu pegar covid-19 e tiver uma necessidade, eu já autorizo esse soro seja utilizado em mim”, disse em tom de brincadeira. O medicamento será enviado para aprovação da Anvisa.

Ainda segundo Covas, o Butantan tem hoje mais 4 milhões de doses de Coronavac prontas e, assim que chegar os insumos da China, outras 8 milhões de doses serão produzidas em 20 dias.

Até o final do primeiro semestre, o Butantan terá de entregar 46 milhões de doses da Coronavac para o Ministério da Saúde. O governo deve adquirir 54 milhões até o fim do ano.

Redação

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