Valores da intervenção serão definidos por general e será “na casa de bilhão”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Marcelo Camargo / ABr
 
Jornal GGN – Mesmo com o Orçamento próximo de atingir o teto estabelecido no ano passado, o governo de Michel Temer decidiu empenhar um crédito extraordinário de mais de um bilhão para a intervenção no Rio de Janeiro e para o recém-criado Ministério da Segurança Pública.
 
A informação foi dada pelo ministro do Planejamento, na noite deste domingo (18), após participar de uma reunião com o mandatário, no Palácio do Alvorada, e com os ministros da Segurança Pública, Raul Jungmann, Torquato Jardim da Justiça e Sérgio Etchegoyen, da Segurança Institucional.
 
A determinação aumentará as dificuldades da gestão de Temer sobre a promessa de crescimento de 3% no PIB. 
 
Isso porque quando o Ministério Extraordinário da Segurança Pública foi criado, a opinião pública questionou a equipe econômica de Michel Temer sobre de onde sairiam os recursos para manter a pasta, juntamente com as ações definidas para o Estado do Rio de Janeiro, a partir da intervenção.
 
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles foi o primeiro a afirmar que não haveria mudanças, em termos de recursos saindo do Orçamento para isso. A justificativa foi que o enorme aponte para o Rio vinha do acordo já fechado pelo Estado de recuperação fiscal, que em troca do socorro de contas de Temer, o Rio aceitou a concessão de privatizar estatais, como a Cedae, além de modificar impostos.
 
“Isso vai viabilizar o pagamento de questões de segurança. (…) Existe um esforço enorme, no qual estamos trabalhando há meses. O que tem de novo é apenas quem comanda a segurança”, havia informado Meirelles.
 
Mas o ministro havia admitido a preocupação do governo em não ultrapassar o limite já estabelecido pelo teto de gastos. Para isso, afirmou que a opção analisada pelo Planejamento estaria em cortar recursos de outras pastas para dedicar à Segurança. 
 
Ainda, próximo do relatório bimestral de receitas e despesas, que será publicado nesta quarta-feira (22), o governo poderá liberar os recursos da União.
 
“É possível a liberação de recursos, mas não está definido. Devemos ter a reavaliação das receitas, que de fato estão crescendo, mas o maior limitador é o teto”, admitiu.
 
Agora, contudo, Dyogo confirmou que o governo decidiu investir na intervenção federal no Rio pela “casa de bilhão”. E quem definirá a quantia será o interventor, as Forças Armadas.
 
“É na casa de bilhão, mas acho precipitado adiantar valores (…). Teremos crédito extraordinário para o Rio de Janeiro, cujos valores ainda estão sendo levantados pelo Ministério da Segurança Pública e pelo interventor. E deveremos ter isso até o final desta semana enviado ao Congresso Nacional”, disse.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. A intervenção é uma maneira

    A intervenção é uma maneira de Temer liberar $$

    para os militares, mas isso, para quem liberou $$ à vontade

    para deputados e senadores, é normal, é o modo como

    Temer trata das questões do estado.

    Mas afinal, será que resolve o problema? Claro que não!

    Vejamos a intervenção militar americana  no Iraque e Afeganistão, por exemplo,

    era para estabelecer a democracia e a ordem, entretanto, depois de terem

    gasto 8 anos, 1 trilhão de dólares e 150.000 tropas, nada se conseguiu, nada melhorou,

    só piorou para quem sofreu a intervenção, não fizeram na Síria por motivos “russos”. Será assim no Rio.

    A desculpa deles é que o mundo é um lugar difícil e perigoso, mas o objetivo final

    sem ser idealista demais sempre foi o de proteger e preservar os interesses deles.

    É duro saber que nossos interesses estão sendo protegidos e preservados

    por uma quadrilha.

    Mas o pêndulo vai voltar e saberemos agir melhor com estas situações

    e as forças do retrocesso deverão serem anuladas.

  2. CUSTO DO DESCASO DA SEGURANÇA X BENEFICIOS

    Governos Estaduais, Federais e Municipais deixaram de investir em segurança por décadas, deixaram o crime crescer e se aprimorar em tecnologia e organização. Simplificando, a População vem pagando caro pela ineficiência DOS GOVERNOS, ALÉM DE PAGAR CONTA ( DINHEIRO PÚBLICO) DESTINADO AO FINANCIAMENTO DA SEGURANÇA, SEM CERTEZA DO RETORNO EM BENEFICIO DA SOCIEDADE.

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