Vaza Óleo: colisão de navios com petróleo da Shell em 2017 não foi relatada ao Brasil, por Hugo Souza

O petróleo que ora emporcalha as praias do Nordeste, segundo conclusão de análise feita pela Universidade Federal do Sergipe, é o mesmo encontrado em barris da Shell que também apareceram na costa nordestina nas últimas semanas

do Come Ananás 

Vaza Óleo: colisão de navios com petróleo da Shell em 2017 não foi relatada ao Brasil

por Hugo Souza 

Uma das hipóteses consideradas para explicar o petróleo chegando sem parar à costa do Nordeste brasileiro é um algum acidente não informado às autoridades brasileiras envolvendo um ou mais navios-tanques. Há pelo menos um precedente, e recente. Uma colisão entre dois navios-tanques que transferiam petróleo da Shell no mar aconteceu no litoral brasileiro em julho de 2017 e não foi relatada a quem de competência no Brasil.

O petróleo que ora emporcalha as praias do Nordeste, segundo conclusão de análise feita pela Universidade Federal do Sergipe, é o mesmo encontrado em barris da Shell que também apareceram na costa nordestina nas últimas semanas.

O acidente de julho de 2017 aconteceu durante uma transferência de petróleo de navio para navio (ship-to-ship, no jargão do setor) conduzida pela maior empresa do mundo especializada neste tipo de operação, a Fendercare Marine, britânica como a Royal Duth Shell.

Quem descobriu que o acidente aconteceu e não foi relatado às autoridades brasileiras foi a agência de notícias Reuters. Questionada, a Shell disse que tudo foi apenas um “abalroamento leve”. Questionada, a STS Knutsen NYK Offshore Tankers, uma joint-venture belga-nipônica que é a segunda maior operadora de navios-tanques do mundo, e que operava os navios envolvidos no acidente, a Knutsen disse à Reuters que não havia necessidade de informar porque não houve impacto ambiental e os danos foram pequenos.

Um dos navios envolvidos no “abalroamento leve” sofreu danos da ordem de um milhão de dólares.

Monitoramento ‘Frouxo’

A Reuters publicou com exclusividade a informação sobre este acidente em novembro do ano passado. Na época, a Marinha do Brasil disse que havia registrado 59 operações de transferência de petróleo ship-to-ship na costa brasileira até o dia 30 de outubro de 2018. A Reuters, porém, rastreou 65 operações deste tipo no mesmo período – e só aquelas que envolveram petróleo da Shell.

Segundo projeção da OceanPact, empresa que lida com derramamentos de petróleo no mar, o número de transferências de petróleo entre navios no Brasil pode chegar a 300 em 2022.

Ao contrário de outros países, o Brasil não exige que haja representantes da marinha acompanhando cada uma das operações ship-to-ship realizadas em suas águas territoriais, e o monitoramento dessas operações de alto risco pelo Estado brasileiro é, na palavra usada pela Reuters, “frouxo”.

 

Redação

9 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Meus amigos, o óleo do barril ai é óleo lubrificante de grupos diesel geradores de navios. Nada tem a haver com essa manchas de vazamento e sim com algum navio que ao invés de reciclar os barris com óleo usado e velho, os jogou no mar. Não culpem a Shell pois podeira ser Petrobras ou qualquer outro fabricante de óleo lubrificante. Os motores diesel consumem óleo lubrificante no processo de combustão interna, na faixa de 1 a 2 gramas por kW.hora. Depois de um determinado tempo esse óleo fica sem as suas propriedades químicas e ocorre a troca. O comum é a comercialização nesses barris de 200 litros. Todo óleo do motor é drenado (igual a carro) e em muitos casos são armazenados para descarte nos próprios barris que vieram. Certamente algum navio fez esse crime ambiental de lançar os barris com óleo usado dentro do mar. Um navio pode ter até 10 mil litros desse tipo de óleo. A acusação é séria a Shell mas tem um hálito ideológico nessa guerrinha besta de fakenews.

    1. Óleo nos barris encontrados não é lubrificante. O estudo foi realizado pela Universidade Federal de Sergipe e contraria avaliação anterior da Marinha. Segundo o estudo, os barris continham óleo cru do mesmo tipo encontrado na costa brasileira. Apesar das inscrições, não havia lubrificante (nem lubrificante reciclado) nos mesmos.

      https://diogoschelp.blogosfera.uol.com.br/2019/10/12/oleo-de-barris-encontrados-em-praias-e-o-mesmo-das-manchas-que-poluem-ne/

  2. Meus amigos, o óleo do barril ai é óleo lubrificante de grupos diesel geradores de navios. Nada tem a haver com essa manchas de vazamento e sim com algum navio que ao invés de reciclar os barris com óleo usado e velho, os jogou no mar. Não culpem a Shell pois podeira ser Petrobras ou qualquer outro fabricante de óleo lubrificante. Os motores diesel consumem óleo lubrificante no processo de combustão interna, na faixa de 1 a 2 gramas por kW.hora. Depois de um determinado tempo esse óleo fica sem as suas propriedades químicas e ocorre a troca. O comum é a comercialização nesses barris de 200 litros. Todo óleo do motor é drenado (igual a carro) e em muitos casos são armazenados para descarte nos próprios barris que vieram. Certamente algum navio fez esse crime ambiental de lançar os barris com óleo usado dentro do mar. Um navio pode ter até 10 mil litros desse tipo de óleo. A acusação é séria a Shell mas tem um hálito ideológico nessa guerrinha besta de fakenews.
    https://www.shell.com.br/shell-para-negocios/lubrificantes-para-negocios/shell-argina-e-gadina-lubrificantes-para-motores-de-geracao-de-energia.html

  3. Como dizia PHA: estão usando canudinho para retirar, sem avisar (??!!), e levar nosso petróleo, já que o monitoramento da Marinha é “frouxo”. Além de pagar pouco eles levam sem pagar. Se a Marinha registrou 59 e se a Reuters contou 65, só da Shell, dá pra adivinhar o que estão fazendo.

  4. Qual o motivo do controle, que deveria ser feito pela marinha, ser frouxo?Seria porque se dedicam mais a carreirismo, politiquice, tramoias e derrubadas de governo?
    O mesmo vale para nossas fronteiras e espaço aéreo serem abertos ao tráfico de drogas e armas?

  5. “Frouxo”, bah… frouxo é o Bolsonaro, o Guedes, a turma do Moro, do judiciário, das forças armadas, frouxas são as pessoas que colocamos para nos defender.

    O que mata é que estávamos caminhando no sentido de nos impor. Dilma Rousseff chegou a falar – não sei se conseguiu – em multar a Chevron. Claro que ainda havia muito a fazer mas estávamos naquela direção. Agora estamos caminhando para o lado oposto, para o lado que FHC nos empurrava antes do PT.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador