Dois filetes d’água
e as pedras.
A água desliza na canastra de Minas,
canastra de pedra.
Um tamanduá abre os braços no caminho,
um gavião carcará vigia o horizonte,
um galito move o leme minúsculo,
um lobo guará sobe num monte
de pedras.
Tudo são pedras.
As pedras
e a água subliminar.
A casca da anta entre as pedras,
a água entre as pedras
e um pulmão explode
no ar.
A água de pedra
líquida
voa no ar
e corre entre as serras
de pedra.
E vai o Chiquinho
e doa
e abençoa.
(Mas hoje
o Chiquinho
morreu de sede.)
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