Você Conhece o Café Bourbon?

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É impressionante a atual procura por informações relativas a cafés especiais. Parece que o brasileiro quer aprender a beber café de qualidade, principalmente pela crescente popularidade desse tema aqui no QVinho. O assunto é mais que oportuno, pois durante muitos anos os brasileiros consumiram apenas o nosso pior café, ao passo que os melhores grãos eram exportados. É hora de começar a apreciar um bom café, conhecendo e identificando os melhores grãos, aprendendo as diferentes maneiras de preparação, descobrindo o verdadeiro sabor e aroma do “Vinho da Arábia”.

Mas o que é um café especial? Basicamente, grãos arábica produzidos em regiões nobres seguindo rigoroso controle de qualidade. Existem entidades que procuram regulamentar essa classificação, como a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), todavia, alguns excelentes cafés ainda não contam com a certificação da BSCA.

Para a maioria dos consumidores, não acostumados a comprar café especial, o preço elevado ainda é uma barreira. Mesmo assim, vale a pena experimentar, depois fica mais fácil virar consumidor habitual. Um grande diferencial que algumas fazendas estão oferecendo é o grão Bourbon. Uma variedade de café arábica, muito valorizado no exterior, que raramente era processado e embalado para consumo interno. Felizmente isso vem mudando, já podemos encontrar blends 100% Bourbon aqui no Brasil, um luxo não mais inacessível. Apesar da espécie arábica ser originária da Etiópia, existem inúmeras variedades dessa espécie. Algumas surgiram naturalmente por hibridação, outras foram desenvolvidas visando melhor resistência a pragas, maior produtividade e qualidade final. Geralmente não se faz menção as variedades que compõe o blend, por se tratar de um aspecto técnico inerente ao processo produtivo, mas como a Bourbon ganhou fama mundial, agora temos blends somente dessa variedade.

Os predicados de um café Bourbon são bem convincentes, doçura natural, textura achocolatada, aroma intenso e agradável acidez; desde que cultivado a uma boa altitude, em solo e clima adequado. Provei 2 blends exclusivos de Bourbon, o Ateliê do Café – Daterra Bourbon Collection e o Astro Bourbon, ambos não decepcionaram, produzindo uma bebida intensa e agradável, seja espresso, coado ou na Bialetti, comprovando a famosa “doçura” natural dessa variedade, deixando um final de boca suave e achocolatado. O blend Daterra Bourbon é preparado com grãos originários do Cerrado Mineiro e Mogiana Paulista, por sua vez, o Astro Bourbon é um café single state, produzido na Fazenda Irarema, próxima a Poços de Caldas, numa privilegiada região de solo vulcânico e altitude de 1.300 m.

http://www.qvinho.com.br/cafes-especiais/conheca-o-cafe-bourbon/

Um bom site para se conhecer a historia do café Bourbon no Brasil é este:

Vargem Grande e o café Bourbon. A história da família Pereira Barretos. Porque abandonaram o Vale do Paraíba fluminense e se transferiram para a região de Ribeirão Preto SP.

http://www.genealogiafreire.com.br/jeo_vargem_grande_e_o_cafe_bourbon.htm 

Problemas que rondam os cafés especiais ameaçando seu staus:

Ruanda: “Cafés Especiais” sob o ataque por percevejos
Cathy Majtenyi | Nairobi

VoaNews
Ruanda vem ganhando uma reputação internacional pelo seu bourbon e outros cafés especiais, que são cultivados no rico solo vulcânico desse país. Esses cafés especiais compreendem quase um terço das exportações agrícolas de Ruanda. Mas uma parcela considerável da safra está sendo comprometida por um deficiência chamada “gosto de batata.” Há destaques de evidências que o gosto de batata pode ser em parte causado por algum percevejo do grupo antestia, a tal “maria fedida”. (Também sao conhecidos pelos nomes de fede-fede, fede-fede-da-soja, percevejo-da-soja, percevejo-verde, maria-peidona, Maria Fedorenta).

No início de janeiro, o entomologista da Universidade da Califórnia Thomas Miller participou junto com uma equipe de pesquisadores de Ruanda para apurar as causas e os impactos do “gosto de batata”, e sua possível ligação com o antestia. Cathy Majtenyi entrevisttou o Professor Miller a respeito de sua viagem para pesquisa:

MAJTENYI: “Descreva o que quer dizer cafés especiais.”

MILLER: “Café comum é um café sem qualquer qualificação de sabor, enquanto que cafés especiais são muito parecidos com a indústria do vinho: O gosto, o cheiro e a fragrância é tudo E isso têm normas rígidas que são usadas para julgar a qualidade da safra de café. Normalmente  a variedade Bourbon do café arábico é a preferida. O café especial, como regra, é classificado pelos compradores. Eles se baseiam em testes muito rigorosos, cujo processo eles chamam de “cupping” (o café é bocejado pelo provador para sentir a textura, a oleosidade, a doçura e a acides). Os cafés especiais possuem padrões muito elevados de qualidade, e de fato, é muito comum  perder mais de um quarto ou mesmo um terço da colheita, por não atingir os padrões”.
MAJTENYI: O “gosto de batata” tem sido definido como uma deficiência que compromete a qualidade do café e está ameaçando tirar Ruanda do mercado internacional. Conte mais sobre o gosto de batata e o que causa este defeito.

MILLER: “Gosto de batata é algo que os provadores descobriram. Por falta de uma palavra melhor, eles têm dezenas e dezenas de sabores de batata característicos: nozes, berries, cedro, um monte deles. Tem a ver com o aroma e o sabor refinado do café. Por alguma razão, o gosto de batata é peculiar a esta área do Leste Africano. Pode ter algo a ver com o solo vulcânico. Pode ter algo a ver com o complexo dos insetos, que tem uma característica única aqui. A causa exata do gosto da batata não é conhecida ainda, porque há tantos elementos que entram para definir o sabor final do café.

MAJTENYI: “Você e sua equipe vieram para Ruanda, sob os auspícios da Iniciativa do Conhecimento Global. Você atestou que queria saber mais sobre o gosto de batata e sua possível ligação com o percevejo antestia. O que você está fazendo com o conhecimento que adquiriu?”

MILLER: “A Iniciativa do Conhecimento Global pretende, no final deste processo, pôr em prática as medidas necessárias para resolver o problema “gosto de batata” a nível mundial. Eles me pediram para participar, dando suporte ao grupo na pesquisa sobre o inseto, porque existe alguma associação entre o gosto de batata e o percevejo. Estamos recolhendo amostras biológicas em colaboração com a indústria e a universidade (Universidade Nacional de Ruanda) daqui. Estamos projetando condições para montar equipes para atacar o problema. Meu objetivo é ajuda-los a colaborarem e se conectarem com outras pessoas pelo mundo, que possam trazer conhecimentos sobre esse problema”.

Redação

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