Witzel a “eleitores”: “Não sai de fuzil, porque nós vamos te matar”

"É sério que o governador não tem nada de mais importante pra dizer para a população? E a economia? E as escolas estaduais?", questionou deputado

Jornal GGN – O governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel concedeu uma entrevista ao canal do YouTube “Na Lata”, da entrevistadora Antonia Fontenelle, na qual foi incitado, ao final, a mandar um recado para seus “eleitores”. Sem titubear, o ex-juiz e ex-fuzileiro naval escolheu o tema que mais lhe apetece e disparou: “Não sai de fuzil na rua, não. Troca por uma Bíblia, porque se você sair, nós vamos te matar.”

Fontenelle – que abriu a entrevista dizendo que queria ouvir o que Witzel está fazendo para “devolver o glamour” ao Rio de Janeiro – apenas consentiu e acrescentou: “Recado dado.”

A fala de Witzel viralizou nas redes sociais na tarde desta terça (6).

O deputado federal Lindbergh Farias (PT) criticou a obsessão do governador com a violência: “É sério que o governador não tem nada de mais importante pra dizer para a população? E a economia? E as escolas estaduais? O desemprego? A saúde?”

Ao longo da entrevista, Witzel reforçou sua visão dramática da segurança pública em respostas a perguntas tendenciosas de Fontenelle.

A entrevistadora quis saber, por exemplo, por que o morador de rua que foi baleado na perna enquanto atacada pessoas com uma faca (deixando vítimas fatais) não recebeu, de pronto, um tiro na cabeça. Fontenelle disse que, “como cidadã, pagadora de impostos”, não gosta de saber que o agressor está internado, tomando um leito de quem precisa, e gerando custos para o Estado.

“Eu concordo com você. O caso ali era de abato imediato”, reafirmou o governador, prometendo usar o caso para que a polícia rediscuta sua linha de atuação nas ruas, ou seja, para que pule a etapa em que deve, por lei, primeiro tentar neutralizar um agressor com qualquer tipo de arma na mão. Somente se fracassar nisso é que está permitido recorrer a ações potencialmente letais.

AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

Em outro momento, Witzel disse que vai lutar junto ao ministro Sergio Moro para ressignificar as audiências de custódia, que para ele são meios de atrasar a prisão de bandidos porque o sistema prisional está superlotado.

Ele criticou os juízes que se deixam sensibilizar por essa situação e afirmou que, em sua visão, as audiências devem ser “aperfeiçoadas”, se transformando no momento em que o magistrado já vai analisar a denúncia do Ministério Público contra o preso e proferir rapidamente uma primeira sentença.

Redação

3 Comentários

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  1. Quem é de fora e vê o cretino falando, acha que a criminalidade no Rio de Janeiro está diminuindo dia a dia.
    Só quem é do lugar é que sabe…
    Esse falastrão, tal qual o falastrão presidente, ainda não se deram conta que a campanha eleitoral acabou e que agora é hora de mostrar os resultados de 7 meses de governo.
    Só sabem repetir os bordões usados durante a campanha e acham que os eleitores serão idiotas que passarão anos e anos esperando eles cumprirem o que prometeram.
    CAMBADA DE PICARETAS!

  2. Um fanfarrão dando entrevista para uma idiota.
    Sair com biblia? Mas não são os “pastores” evangelicos os novos doutrinadores das favelas?

  3. O morador de rua que atacou e matou pessoas era comprovadamente, havia muito tempo, portador de grave doença mental, com histórico de violência parecida com essa que culminou na morte de pessoas. Não se tratava de um bandido, mas sim de um louco.
    Esse infeliz deveria estar sob tratamento, sob custódia do Estado, num instituto psiquiátrico.
    Mas o bufão governador só pensa em atirar na cabeça dos outros. Sobre a Saúde Pública ele não diz nada. Grande governador… Acho que para resolver os problemas da Saúde do Rio ele vai começar a atirar nas cabeças dos doentes.

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